A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 20 Dezembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

TDAH: saiba mais sobre o transtorno que afeta a atenção

Entenda quais são as características e como amenizar as consequências do TDAH

Gladys Magalhães

29/09/2023 às 15:35  atualizado em 29/09/2023 às 16:05

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Quando não tratado, o TDAH pode impactar diversas áreas da vida

Quando não tratado, o TDAH pode impactar diversas áreas da vida | Pixabay/ daha3131053 / Creative Commons

Desatenção, hiperatividade e impulsividade são as principais características do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais conhecido como TDAH.

Continua depois da publicidade

Faça parte do grupo da Gazeta no WhatsApp e no Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O transtorno, segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), atinge entre 5% a 8% da população mundial, sendo que de 3% a 5% das crianças são afetadas pelo problema.

“O TDAH é um transtorno mental crônico. Ou seja, trata-se de uma condição médica que provoca prejuízo no desempenho global do indivíduo, que se manifesta e evolui ao longo da vida. É ainda um transtorno multifatorial, neurobiológico (orgânico), de alta frequência e grande impacto sobre o indivíduo que o possui e para sua família”, comenta a neuropsicóloga Patrícia Peixoto.

Continua depois da publicidade

Adultos e crianças
Embora seja mais frequentemente associado às crianças, o TDAH também pode ser diagnosticado em adultos. Contudo, a maneira como o transtorno se apresenta nas diferentes fases da vida, pode variar, conforme explica a psiquiatra Thaís Bassi Cardoso, docente do curso de medicina da Universidade de Franca (UNIFRAN).

“Os principais sintomas do TDAH envolvem uma dificuldade na atenção, comportamento hiperativo e também a impulsividade. Temos uma diferença da manifestação do transtorno na infância quando comparamos os sexos. Meninos tendem a apresentar maior hiperatividade, o que faz com que sejam mais diagnosticados. Nas meninas, por sua vez, o componente de desatenção é mais proeminente e, muitas vezes, elas deixam de ser diagnosticadas”, relata Thaís.

No que diz respeito à vida adulta, a professora explica que há um maior predomínio da desatenção, seguida da impulsividade, o que, segundo ela, acarreta vários prejuízos, como impactos no rendimento no trabalho, desempenho em atividades do dia a dia e até mesmo nas relações interpessoais.

Continua depois da publicidade

“Na criança, o TDAH terá um impacto maior nas questões acadêmicas e nos relacionamentos de amizade e familiares. No adulto, as dificuldades serão observadas no trabalho, em relacionamento interpessoal com outros adultos, além das dificuldades de organizar tarefas. Esse indivíduo costuma ter o atraso como característica, não consegue prestar atenção no que está realizando, perde muito as coisas (como esquecer onde guardou chave), e costuma ser desorganizado”, completa Patrícia.

Causas
De acordo com especialistas no assunto, ainda não existe uma causa definida para o TDAH, porém há indícios de que fatores genéticos são importantes para o desenvolvimento do transtorno.

“O TDAH é uma condição complexa e multifatorial, sem uma explicação 100% clara de quais são as causas. Porém, já se sabe que os fatores genéticos são muito importantes. Quem tem um parente de primeiro grau com TDAH tem mais chances de ter o transtorno.  Há, contudo, outros fatores relacionados, como a exposição às substâncias químicas ao longo da gestação, fatores ambientais, questões neurobiológicas, traumas precoces, entre outros”, diz o psiquiatra Henrique Bottura, diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista (IPP).

Continua depois da publicidade

Diagnóstico e tratamento
Os sintomas do TDAH costumam estar presentes na infância, iniciando por volta dos 7 anos de idade. Apesar, dos inúmeros testes encontrados na internet, o diagnóstico é clínico e deve ser feito por médicos capacitados.

“O paciente deve passar por uma avaliação médica criteriosa, em que dados sobre o desenvolvimento e comportamento são analisados minuciosamente. O relato dos pais e professores é de grande auxílio. O uso de escalas pode auxiliar o psicólogo, médico psiquiatra ou neurologista durante a avaliação, mas esse instrumento não é imprescindível. Eventualmente, podem ser solicitados exames laboratoriais pensando em excluir outras doenças. A avaliação neuropsicológica, feita por psicólogos qualificados, também pode servir como apoio ao diagnóstico, que, reforço, é essencialmente clínico e depende da avaliação do profissional médico”, ressalta Thaís.

No que diz respeito ao tratamento, este pode incluir terapias e medicamentos, que auxiliam no controle dos sintomas e melhoram a qualidade de vida do indivíduo. Porém, ainda que possa ser controlado, o transtorno não tem cura. Mesmo assim, alertam os profissionais, é essencial buscar ajuda, visto que o não tratamento, pode trazer diversos prejuízos.

Continua depois da publicidade

“Quando não tratado, as consequências são grandes. Via de regra, vamos ter pessoas com uma autoestima muito baixa por não conseguirem concluir suas tarefas na vida. As pessoas com TDAH têm a sensação de que possuem a capacidade, mas, por algum motivo, as coisas não se realizam.  Há uma sensação de fracasso, de insucesso”, observa Henrique.

Os profissionais lembram ainda, que o indivíduo com TDAH não tratado, possui maior chance de uso de drogas, de desenvolver transtornos ansiosos e de humor, bem como há maiores taxas de suicídio nessa população.

Como ajudar?
Tornar o dia a dia das pessoas com TDAH mais fácil é uma maneira de ajudar esses indivíduos, sobretudo quando se trata de crianças. Assim, com algumas medidas práticas, é possível tornar a rotina mais fácil. A seguir, veja algumas dicas da psiquiatra Thaís Bassi e do psiquiatra Henrique Bottura.

Continua depois da publicidade

  • Limite o tempo de tela;
  • Estimule as crianças a fazerem uma atividade de cada vez;
  • Organize a rotina;
  • Incentive a prática de exercícios;
  • Opte por um quarto com poucos estímulos;
  • Seja empático.

“É importante que a família tente demonstrar paciência e evite comentários pejorativos, como “você não é capaz”, “você não presta atenção em nada” ou “você é muito burro”, que acabam por impactar a autoestima dos pacientes”, finaliza Thaís.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados