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Cotidiano

Tarcísio entra com ação na Justiça e tenta cassar candidatura de Rodrigo

Ex-ministro alega que candidato do PSDB praticou abuso de poder econômico com o uso da máquina pública do estado

Maria Eduarda Guimarães

27/09/2022 às 12:13  atualizado em 27/09/2022 às 12:29

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Segundo a ação protocolada por Tarcísio, Rodrigo estaria fazendo uma "cooptação" de prefeitos para garantir apoio na corrida ao Palácio dos Bandeirantes

Segundo a ação protocolada por Tarcísio, Rodrigo estaria fazendo uma "cooptação" de prefeitos para garantir apoio na corrida ao Palácio dos Bandeirantes | Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo, entrou com ação na Justiça para tentar cassar a candidatura do governador Rodrigo Garcia (PSDB), que busca a reeleição.

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Segundo a ação protocolada no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), Tarcísio alega que Rodrigo praticou abuso de poder econômico com o uso da máquina pública do estado.

Na ação, o ex-ministro faz quatro pedidos de investigação, tendo como alvos, por exemplo, a realização de "transferências voluntárias" de dinheiro para municípios paulistas, desde a data em que Rodrigo assumiu o cargo de governador até a véspera do primeiro turno, e a assinatura de convênios com prefeituras no período anterior às eleições.

Procurada pela reportagem, a campanha do candidato tucano disse que a ação apresentada pelo ex-ministro "demonstra alto grau de desespero de sua campanha".

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Segundo a ação protocolada por Tarcísio, Rodrigo estaria fazendo uma "cooptação" de prefeitos para garantir apoio na corrida ao Palácio dos Bandeirantes, estratégia que visaria atingir também deputados estaduais, com "uso escancarado da máquina pública para a obtenção de benefícios eleitorais".

"Pede-se então um olhar atento a esse estreitamento das relações, não só políticas, entre o governador-candidato e os prefeitos em ano eleitoral, que vem ocorrendo independentemente das bandeiras partidárias", diz a ação protocolada pelo candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

O pedido foi feito com base em matérias jornalísticas e consultas que a campanha de Tarcísio diz ter feito no portal da transparência do governo do estado. Uma das reportagens é uma apuração do UOL que mostra que Rodrigo turbinou a transferência de recursos para investimento livre a prefeitos do interior de São Paulo.

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De acordo com a reportagem, a Secretaria de Desenvolvimento Regional havia empenhado, até o dia 28 de junho, R$ 1,54 bilhão a serem distribuídos aos municípios principalmente por meio de convênio, o que representa 88% do seu orçamento anual. Essa pasta é responsável por gerir repasses para obras e intervenções propostas pelas prefeituras.

"A utilização da coisa pública como se fosse algo pessoal é a receita da perpetuação do poder por determinados grupos políticos, inviabilizando a renovação tão necessária à política nacional. Em São Paulo, especialmente, é fato já entranhado na concepção política o trato personalíssimo dos "sempre" governantes em relação ao aparato público, tendo em vista o potencial econômico que o Estado tem", dizem os advogados de Tarcísio na petição.

Na ação, Tarcísio pede que, ao final das investigações, tanto Rodrigo quanto o candidato a vice-governador na chapa do tucano, o deputado federal Geninho Zuliani (União Brasil), sejam declarados inelegíveis pelo período de oito anos.

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Outro lado

A campanha de Rodrigo disse que a ação apresentada por Tarcísio "demonstra alto grau de desespero de sua campanha, diante da iminente derrota demonstrada na intenção de votos".

A nota do tucano cita pesquisa da Quaest Consultoria para o governo de São Paulo divulgada na segunda (26), na qual Rodrigo (20%) aparece tecnicamente empatado com Tarcísio (21%) em segundo lugar -na comparação com a sondagem anterior, o atual governador cresceu cinco pontos. Quem aparece como líder é o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT), com 31%.

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"O jurídico da campanha de Rodrigo Garcia ainda não recebeu a suposta ação e analisará o caso confiante na sua improcedência e na justiça", acrescenta a nota.

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