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Cotidiano

Solo cede com passagem do tatuzão por obra do metrô de SP, e avenida é interditada

Acciona, empresa responsável pela construção da linha 6-laranja, diz que bloqueio se deve à 'frágil geologia do local'

Caroline Souza

25/06/2023 às 17:00

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Túneis da linha 6-laranja do metrô

Túneis da linha 6-laranja do metrô | Divulgação

A passagem do tatuzão pela Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, causou transtornos e também a interdição, desde sábado (24), da avenida Miguel Conejo e de prédios comerciais na região, entre eles uma loja do Mc Donald's e uma unidade da Drogaria São Paulo, além de um posto de atendimento da Defensoria Pública do Estado.

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Na mesma região, outros prédios já estavam interditados desde janeiro, como um no qual funcionava uma creche filiada à Prefeitura de São Paulo. O impacto com a passagem do tatuzão rebaixou, ainda mais, o asfalto da avenida e as calçadas da creche e da farmácia.

A Acciona, responsável pelas obras da linha 6-laranja do metrô, afirma que precisou interditar a avenida, na altura do número 850, na manhã de sábado, de "forma preventiva em decorrência das atividades de escavação com a Tuneladora Norte".

Tatuzão é o nome popular da tuneladora. O equipamento tem 109 metros de comprimento, 10,61 metros de diâmetro e pesa 2.000 toneladas.

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Um quarteirão da avenida Miguel Conejo permanecia fechado até a tarde deste domingo (25). Os motoristas são orientados a desviar pelas vias Mateus de Leão e Simão Velho.

Em nota à Folha, a assessoria da Acciona afirmou que a "ação [de interdição] é necessária em função da frágil geologia do local".

A Folha esteve no local na manhã deste domingo e presenciou a conversa de um geólogo da Acciona com moradores vizinhos às escavações. Os profissionais da empresa, porém, não tinham autorização para dar entrevista.

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No diálogo, o funcionário da Acciona explica que o tatuzão está a 38 metros do solo e poderia romper uma galeria [rio canalizado] situada abaixo da avenida Miguel Conejo.

Segundo o geólogo, a tuneladora precisou ficar paralisada no local porque se, por acaso rompesse a galeria, os estragos poderiam ter proporções mais graves

A empresa, então, posicionou bombas e mangueiras para reposicionar a galeria, e somente a partir daí poderá reiniciar a perfuração com o tatuzão.

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"A situação está sob controle. A equipe técnica está acionando poços de rebaixamento do lençol freático, atividade também já prevista, e as atividades da tuneladora devem retomar na próxima semana", afirma a construtora, responsável pela obra da linha 6-laranja do metrô.

Interdições
Com o abalo na região, segundo o funcionário, a Acciona solicitou a interdição do prédio com fachadas de vidro em que fica a farmácia e a Defensoria Pública. Há riscos de abalos e explosão das placas de vidro do prédio, disse ele.

Também pediu a interdição do Mc Donald's e da farmácia ainda no sábado, por volta das 8h. A rede de fast food só reabriu neste domingo, quase ao meio-dia, depois de um engenheiro da própria rede realizar uma inspeção no local.

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Já a unidade da Drogaria São Paulo não tem previsão de reabertura. Em nota, o Grupo DPSP (Drogaria São Paulo e Pacheco) disse que suspendeu o atendimento por orientação da Acciona. Também não soube dizer quando voltará a operar.

"Somente após liberação das autoridades e de uma avaliação estrutural a ser realizada por empresa de engenharia que está sendo contratada para analisar o imóvel, as atividades serão retomadas", diz a rede de farmácias.

Mônica Toledo, dona do imóvel que estava alugado para creche, disse que uma funcionária da Acciona, destacada para orientar os moradores, entrou em contato e pediu que ela não entre no imóvel antes do dia 10 de julho.

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"Desde janeiro o solo [do imóvel] vem cedendo, até que a Defensoria Pública mandou interditar em janeiro, e eu perdi os inquilinos [donos da creche]. Agora pediram para eu não entrar no imóvel até 10 de julho", disse Mônica. "Sei que uma obra desse porte tem problemas, mas não esperava tantos problemas."

Manoel Norinho Neto, proprietário de um prédio também interditado e vizinho ao de Mônica, esteve na avenida para tentar entender o que houve.

"Ficamos com medo, inseguros. Eles fecharam parte da avenida [Miguel Conejo] em outubro porque precisavam fazer uma obra onde tem um canal e rochas, para receber o tatuzão. Só agora que vem o tatuzão e temos novos problemas", afirma.

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A obra da linha 6-laranja está prevista para ser entregue em 2025. No entanto, ela já é marcada por um acidente que abriu uma cratera na marginal Tietê, em fevereiro de 2022.

Na época, segundo a Sabesp, uma tubulação de esgoto se rompeu durante a passagem de um equipamento que perfura os túneis do metrô. Ninguém ficou ferido.

A reportagem procurou a assessoria do Governo de São Paulo na manhã deste domingo (25), mas não recebeu retorno até a publicação deste texto.

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Com 15 estações, a linha 6 vai ligar a Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim, no centro, onde haverá interligação com a linha 1-azul.

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