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Cotidiano

Sequestrador de ônibus estava em surto psicótico

Ponte Rio-Niterói. Jovem que sequestrou ônibus estava em surto psicótico e ameaçou incendiar o coletivo, segundo Witzel

21/08/2019 às 01:00

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Uma das reféns desmaiou após ser liberada de ônibus sequestrado na Ponte Rio-Niterói, ontem

Uma das reféns desmaiou após ser liberada de ônibus sequestrado na Ponte Rio-Niterói, ontem | RICARDO CASSIANO/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

O jovem Willian Augusto da Silva, de 20 anos, estava em surto psicótico nesta terça-feira (20) quando sequestrou um ônibus na Ponte Rio- Niterói, permanecendo por três horas e meia com 37 reféns parados na altura do vão central, na pista sentido Rio.

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O governador do estado, Wilson Witzel, que concedeu coletiva à imprensa no início da tarde, considerou um sucesso a operação que terminou com a morte de Willian.

"Tivemos que usar atiradores de elite para neutralizar um homem que ameaçada dezenas de vidas. Eu estive no local, subi no ônibus e vi que havia um cheiro forte de gasolina. Ele pendurou no teto do ônibus garrafas PET cortadas com gasolina e tinha um isqueiro na mão quando foi abatido. Durante a negociação ele demonstrou uma perturbação mental e disse que queria parar o estado. Vamos ouvir os reféns e familiares para entender o que levou ele a praticar este ato."

Segundo o comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), tenente-coronel Maurílio Nunes, que foi o responsável pela ação, as negociações por telefone não avançaram e a psicóloga presente no local identificou em William um perfil psicótico, o que, segundo ele, levou a polícia a iniciar a "negociação tática" que culminou nos disparos fatais. "No contato, ele alegou que queria se matar, iria se atirar da ponte, estava difícil manter a negociação, ele saiu do ônibus e apontou a arma para uma vítima. Sempre tomamos por princípio que a arma era real. O ônibus estava engatilhado, com garrafas PET com gasolina penduradas e ele tinha um isqueiro, então a ameaça era real. A negociação passou para tática, comandada por mim."

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O sequestrador chegou a ser levado para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, mas não resistiu. A Polícia Civil assumiu a ocorrência e a Delegacia de Homicídios da capital será a responsável por conduzir o inquérito, que está em sigilo. Na coletiva, o governador Witzel voltou a defender que pessoas portando fuzis possam ser abatidas por atiradores de elite e informou que vai provocar o Supremo Tribunal Federal para que seja dado um entendimento jurídico nesse sentido.

William não tinha antecedentes criminais e parentes relataram que ele estava em surto psicótico há três dias. A arma encontrada com ele era um simulacro, ou seja, de brinquedo.

Os passageiros do ônibus sequestrado contaram que William disse que não queria machucar ninguém nem roubar nada. Segundo os reféns, o homem dizia apenas que queria "entrar para a história" "Ele só falava que queria entrar para a história, que a gente ia entrar para a história e que teria muita historia pra contar", disse o professor de Geografia Hans Miller, de 34 anos, que estava no ônibus. (AB e EC)

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