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Cotidiano

"Se Bolsonaro aliviar, vai ser pior", diz manifestante pró-golpe em SP

Grupo que bloqueava parte da marginal Tietê, em São Paulo, na manhã desta terça, promete manter protesto golpista 'por meses'

Maria Eduarda Guimarães

01/11/2022 às 14:30  atualizado em 01/11/2022 às 14:34

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Jair Bolsonaro (PL)

Jair Bolsonaro (PL) | Pedro Ladeira/Folhapress

Um grupo de 30 pessoas que bloqueava parte da marginal Tietê, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (1º), promete manter protesto golpista "por meses". Eles afirmam que continuarão no local mesmo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "aceite a vitória" de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou peça que o grupo desbloqueie as rodovias.

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Bolsonaro recebeu 49,10% dos votos e foi derrotado nas urnas pelo petista, que ficou com 50,90%. Até as 14h desta terça, o presidente não havia se pronunciado sobre o resultado das eleições.

Os bolsonaristas se concentram sob a ponte das Bandeiras, sentido Guarulhos - onde quatro das seis faixas da pista estavam bloqueadas por volta das 10h. O trânsito, embora lento, não estava parado, uma vez que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e a Polícia Militar liberaram duas faixas.

Vestindo a camisa da seleção brasileira e empunhando bandeiras do Brasil, os bolsonaristas gritam para os carros palavras de ordem e xingamentos ao PT. Alguns motoristas vistos pela reportagem dá apoio ao grupo e passam pelo local acenando com buzinas.

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Segundo o tenente da PM Henrique Squassoni, a função dos 20 policiais no local não era dispersar o grupo.

"Nossa tropa é de apoio à CET, segurança do trânsito e dos manifestantes", diz o tenente, que afirma não ter sido comunicado sobre qualquer decisão para acabar com o protesto.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes ordenou que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a PM desobstruam todas as rodovias bloqueadas. Mais tarde, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), disse que, se necessário, a Polícia Militar empregará o uso de força para desobstruir vias bloqueadas.

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Os bloqueios na marginal começaram por volta das 15h de ontem. Às 17h, as duas vias sob o viaduto já estavam bloqueadas.

O vendedor Leonardo Pantana, 42, chegou por volta da meia-noite. Otimista, diz esperar de 500 a mil pessoas no local até o fim da tarde desta terça. Ele afirma que "se precisar, o grupo vai ficar ali quatro meses".

"Apoiamos o nosso presidente, que foi roubado nas urnas", disse defendendo teorias falsas sobre fraudes na eleições. "A maioria dos brasileiros merece um resultado digno", afirmou. Apesar do discurso golpista, ele nega que o movimento tem essa conotação.

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"É um golpe ao contrário porque o presidente age direitinho, dentro das quatro linhas da Constituição. [...] A máfia do PT é muito forte. Uma canetada do STF elegeu um presidiário, é o que chateou a população", acusou Pantana sem apresentar provas.

Pantana e outros bolsonaristas dizem que manterão os bloqueios mesmo que Bolsonaro aceite o resultado da eleição.

"Se o Bolsonaro aliviar vai ser pior, vamos parar ainda mais", disse.

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"Vamos levar até o dia que não aguentar mais: um mês, dois meses, se precisar a gente fica quatro meses", emendou.

A técnica de enfermagem Carmosina Lima de Souza, 55, chegou por volta das 19h de ontem após ser convidada por uma amiga.

Como trabalha em plantões, se diz acostumada, e afirma que está ali "por prazer" e que não pretende sair tão cedo.

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Ela também diz que o ato não vai acabar mesmo se Bolsonaro a rechaçar. "A manifestação não depende do Bolsonaro", afirma. "Se ele disser pra desistir, eu não vou aceitar."

Questionada se teme possível decisão do STF de mandar prendê-los, Carmosina subiu o tom. "Que prenda a mãe dele! Eu não aceito um presidente a favor das drogas e do aborto", afirmou, ao repetir mentiras divulgadas durante a campanha eleitoral.

Sem previsão para acabar o protesto, os bolsonaristas só param de tremular as bandeiras para comer ou beber.

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Os mantimentos chegam em sacolas trazidas por outras pessoas. São barras de cereais, bolachas e água mineral. "Aqui é cada um por si, mas quem tem condição, traz mantimento para gente", diz Pantana.

Segundo ele, a organização dos atos acontece por grupos de WhatsApp, Instagram e Facebook.

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