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Cotidiano

'Saúde', 'futuro' e 'amor': Atletas amadores abrem Jogos da Pessoa Idosa

Jogos Municipais da Pessoa Idosa 2023 (Jomi) de São Paulo promoveram as primeiras disputas neste domingo, e a Gazeta estava lá

Bruno Hoffmann

06/03/2023 às 07:07

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Dançarinos participam dos Jogos Municipais da Pessoa Idosa 2023 (Jomi)

Dançarinos participam dos Jogos Municipais da Pessoa Idosa 2023 (Jomi) | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Com maquiagem impecável e sorriso confiante de miss, Jacira Magioli de Moraes aguardava para sua apresentação de carimbó – uma dança tradicional do Pará – no Centro Olímpico, no bairro do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Ela era uma das participantes dos Jogos Municipais da Pessoa Idosa 2023 (Jomi), evento esportivo e cultural organizado pela prefeitura que teve a cerimônia de inauguração neste domingo (5) e segue até 2 de abril.

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Na verdade, Jacira não é apenas uma das participantes, mas uma das estrelas da sua equipe do CEU Alvarenga, também na zona sul. Ela foi escolhida aos 88 anos como Miss Terceira Idade da região e é uma das competidoras com mais idade do evento.

“Dançar me dá saúde, amo demais”, explicou, enquanto se preparava para ser clicada pelo repórter-fotográfico Ettore Chiereguini, da Gazeta.

Jacira e SeverinoJacira e Severino/Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Não apenas a dança a encanta. Ela também revelou ter participado recentemente de provas de atletismo e ainda desfilou em cinco escolas do último Carnaval paulistano, sempre na Ala das Baianas. A escola do seu coração é a Rosas de Ouro, mas tem admiração por todas as outras.

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Ao seu lado, Severino Bezerra, de 78 anos, também se preparava para se apresentar com os companheiros e companheiras, com seu colete florido e cabelo elegantemente penteado para trás, estilo James Dean. Paraibano da cidade de São José de Piranhas, resumiu a importância de manter o corpo em movimento: “É saúde, é tudo”.

O ex-metalúrgico (“já trabalhei tanto na vida”) também pratica outras atividades, como vôlei, tai chi chuan e pilates, e daí, garantiu, vem toda sua vitalidade.

Todas as fotos desta reportagem foram tiradas neste domingo e são de Ettore Chiereguini, da Gazeta.

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O evento

Neste domingo rolou a abertura geral dos jogos e a primeira etapa da zona sul. O Jomi será realizado em todas as regiões da Capital, com a grande final no dia 2 de abril. Todos os participantes precisam ter a partir de 60 anos, com poucas exceções.

Serão 14 modalidades: atletismo, bocha, coreografia, dança de salão, buraco, dama, dominó, malha, natação, tênis de campo, tênis de mesa, truco, vôlei adaptado e xadrez. As inscrições já estão encerradas.

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A abertura foi comandada pelo secretário municipal de Esportes e Lazer, Carlos Augusto Vianna, que explicou à reportagem que o esporte é usado como uma arma para aumentar a autoestima e a sociabilidade do público idoso.

“Temos uma luta muito grande contra a depressão, e o esporte é um grande aliado. A cidade de São Paulo, como o mundo, está envelhecendo. Então precisamos pensar sempre no fortalecimento de políticas públicas”, disse, garantindo que a gestão Ricardo Nunes (MDB) atua de forma intersecretarial na questão dos idosos da cidade.

Secretário municipal de Esportes e Lazer, Carlos Augusto ViannaSecretário municipal de Esportes e Lazer, Carlos Augusto Vianna/Gazeta de S. Paulo

Para Dineia Mendes Araujo Cardoso, assessora técnica da Pessoa Idosa da pasta, o importante é buscar formas de o idoso ser o protagonista de sua própria transformação.

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“O que queremos é manter o idoso com sua capacidade funcional, tirando do sedentarismo de uma maneira alegre e festiva através do lazer. Esse público está sendo protagonista das suas atividades. Em uma cidade que cresceu desordenadamente, muitas vezes o idoso perde seu convívio social. Com nossos clubes e CDCs [Clubes da Comunidade], o idoso volta a ter esse convívio”, contou.

Entre as ações voltadas aos idosos, além do Jomi, ela destacou o Programa Vem Dançar, o Projeto Yura Ritmos e as atividades permanentes nos 46 clubes com ações direcionadas à terceira idade.

Salsa e união

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De um grupo formado no CEU Meninos, na região do Ipiranga, Elizabeth Salazar exaltou o poder da dança em unir as pessoas, pouco antes de sua apresentação de salsa. “É algo coletivo, é a união de pessoas mais jovens e das mais velhas. Têm pessoas de 50 anos e pessoas de 90, é um grupo bem heterogêneo. Somos bem unidos”.

A mulher também contou que já viajou o Estado em outros eventos voltados para a terceira idade. “É bom demais”, revelou.

Na hora da foto, que seria tirada inicialmente só com ela, Elizabeth fez questão de chamar seu pessoal para participar. “Afinal, somos um grupo”, reforçou.

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Elizabeth Salazar, ao centro, de óculos e cabelos escuros, ao lado de seu grupoElizabeth, ao centro, de óculos e cabelos escuros, ao lado de seu grupo de dança/Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Professores na dança

Os professores de dança Janine Sales e professor Beto, do CEI Mamãe Jabaquara, se destacavam no intervalo das apresentações colocando todos para dançar, com passinhos coreografados que fizeram sucesso a partir da década de 1970 no Brasil e no mundo.

À reportagem, Janine revelou ser impressionante o impacto que a dança tem entre seus pupilos: “Através da dança eles melhoram em tudo, no físico e na autoconfiança”.

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Já professor Beto afirmou que as atividades costumam rolar pela manhãzinha para evitar que o idoso acorde e fique várias horas na cama, o que ele considera um problema sério.

“Uma coisa muito grave que ninguém tem olhos para isso é o idoso que fica na cama até depois das 8h ou das 9h, entediado. Mas se ele acorda e já tem um objetivo é diferente. A nossa primeira aula é às 7h15 da manhã”, contou.

Ele também disse que muitos idosos têm nas aulas não apenas um lugar para dançar, mas também para conversar e confessar angústias e dificuldades. “Eles se sentem seguros com a gente, contam tudo, e a gente escuta com prazer”.

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Questionado qual é a música que mais anima os alunos, o professor destacou o grupo Bee Gees: “Eles amam”.

Os professores de dança Janine e BetoOs professores de dança Janine e Beto/Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Primeiras raquetadas aos 58

O aposentado Messias Souza da Silva, 71 anos, decidiu começar a praticar tênis só aos 58 anos, e se apaixonou pelo esporte. “Se eu soubesse que era tão bom para a saúde e para o convívio tinha começado desde criança. Pena que nosso país não dê tanto incentivo”, contou ele, morador do bairro do Jabaquara, na zona sul da Capital.

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“O tênis traz um convívio legal, bacana e sadio. E é um esporte que você usa todo o seu poder físico. Eu achava que para minha idade seria difícil, mas não é, não”, completou.

Messias deu suas primeiras raquetadas quase aos 60Messias deu suas primeiras raquetadas quase aos 60/Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

O aposentado também pratica vôlei adaptado, e garantiu ter mais disposição atualmente do que quando era mais jovem e só trabalhava, num estilo de vida bem mais sedentário.

Ele contou ter feito uma cirurgia há poucos anos, e ter recebido elogio do médico: “Sua cirurgia foi excelente porque você pratica esporte”, disse o especialista.

À Gazeta, Messias revelou o que disse aos filhos quando resolveu buscar o esporte, já quase oficialmente idoso: “Comecei a praticar esportes aos 58 anos porque quero saber como é ter uma idade mais avançada. É o meu futuro”.

Para saber mais sobre os Jogos Municipais da Pessoa Idosa 2023, acesse jomicidadedesp.com.br.

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