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Cotidiano

São Paulo tem 2ª cesta básica mais cara do País, diz Dieese

Capital perdeu apenas para Florianópolis no resultado da pesquisa feita em outubro; paulistanos pagaram quase R$ 700 pela cesta no mês passado

08/11/2021 às 19:01  atualizado em 09/11/2021 às 11:12

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Cesta básica tem alta em 11 capitais, diz Dieese

Cesta básica tem alta em 11 capitais, diz Dieese | EBC

A cesta básica em São Paulo, que em setembro custava R$ 673,45, passou a ser oferecida a R$ 693,70 em outubro, com uma alta de 3% em um período de apenas 30 dias. O dado é de uma pesquisa mensal do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O estudo mostrou que, além de São Paulo, outras 16 capitais registraram aumento de preços nos produtos.

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A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese leva em conta o decreto que determinou que a cesta de alimentos fosse composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e o bem-estar de um trabalhador em idade adulta. 

Ao comparar outubro de 2020 e outubro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (31,65%), Campo Grande (25,62%), Curitiba (22,79%) e Vitória (21,37%). A carne bovina de primeira teve o preço reduzido em nove capitais, como Vitória. O motivo principal foi a queda na exportação, provocada pela sanção da China à carne brasileira. 

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Com base na cesta mais cara que em outubro, a de Florianópolis, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.886,50, o que corresponde a 5,35 vezes o piso nacional vigente (R$ 1.100). 

O cálculo do departamento foi feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em setembro, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.657,66, ou 5,14 vezes o piso em vigor. 

Já o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em outubro, ficou em 118 horas e 45 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em setembro, quando foi de 115 horas e dois minutos. 

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Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), o levantamento verifica que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 58,35% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em setembro, o percentual foi de 56,53%.

PRINCIPAIS VARIAÇÕES DOS PRODUTOS

Batata 

  • Pesquisada nas capitais do Centro-Sul, apresentou alta nas 10 cidades e as taxas oscilaram entre 15,51%, em Brasília, e 33,78%, em Florianópolis 
  • A chuva causou dificuldade na colheita e reduziu a oferta, o que elevou o patamar de preços no varejo

Café

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  • O preço do quilo do café em pó subiu em 16 capitais, com destaque para as variações de Vitória (10,14%), Rio de Janeiro (10,06%), Campo Grande (9,81%) e Curitiba (9,78%)
  • A geada do final de julho e a estiagem prolongada comprometeram a oferta do grão, o que levou à alta do preço no varejo
  • Houve ainda influência da baixa oferta global de café e das elevadas cotações externas

Tomate 

  • O quilo do tomate registrou aumento de preço em 16 capitais
  • As maiores altas foram observadas em Vitória (55,54%), João Pessoa (44,83%), Natal (42,16%), Brasília (40,16%) e Campo Grande (32,69%)
  • A maturação lenta do fruto reduziu a oferta e os preços subiram.

Açúcar 

  • O valor do açúcar aumentou em 15 capitais e as altas oscilaram entre 0,27%, em João Pessoa, e 7,02%, no Rio de Janeiro
  • Em Aracaju, o preço não variou e houve redução em Natal (-0,25%)
  • Menor oferta e alto volume exportado explicaram as elevações dos preços

Óleo de soja 

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  • Registrou alta em 13 das 17 capitais, entre setembro e outubro
  • Os maiores aumentos ocorreram em Vitória (3,22%), Brasília (2,40%), Campo Grande (2,16%), Rio de Janeiro (1,81%) e São Paulo (1,76%)
  • As retrações mais importantes foram as de Natal (-0,90%) e Aracaju (-0,49%)
  • O crescente volume exportado e a valorização do preço do petróleo, que elevou a procura pelo biodiesel (cujo insumo é o óleo de soja), reduziram a oferta e contribuíram para o aumento dos preços

Leite

  • O leite e a manteiga apresentaram elevação de preço em 11 capitais
  • As altas mais expressivas da manteiga ocorreram em Vitória (5,18%) e em Salvador (2,72%). Para o leite, os maiores aumentos foram registrados em Campo Grande (2,98%) e Belém (1,78%)
  • Os elevados custos de produção seguiram pressionando o valor do leite no campo, mesmo com maior oferta

Feijão 

  • O preço do feijão recuou em 11 capitais
  • O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, registrou queda em nove capitais, de -2,73%, em Fortaleza, a -0,13%, em São Paulo
  • As altas ocorreram em Belém (1,46%), Campo Grande (0,83%) e Salvador (0,54%)
  • Já o custo do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, diminuiu em
  • Porto Alegre (-1,33%) e Curitiba (-1,00%) e aumentou em Vitória (1,14%), Rio de Janeiro (0,73%) e Florianópolis (0,36%)
  • Apesar do período de entressafra, a queda da demanda, devido aos altos patamares de preço, influenciou a redução de valores no varejo

Carne 

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  • A carne bovina de primeira teve o preço reduzido em nove capitais
  • O motivo principal foi a queda na exportação, provocada pela sanção da China à carne brasileira
  • As capitais onde o preço do produto mais caiu foram Vitória (-1,17%) e Goiânia (-0,76%)
  • As altas mais importantes ocorreram em Florianópolis (3,65%), Rio de Janeiro (2,28%) e Curitiba (1,32%)

CONFIRA O VALOR DA CESTA EM CADA CAPITAL

CAPITAL - VALOR DA CESTA (EM R$)
São Paulo - 693,79
Porto Alegre - 691,08
Florianópolis - 700,69
Rio de Janeiro - 673,85
Vitória - 670,99
Campo Grande - 653,40
Brasília - 644,09
Curitiba - 639,89
Belo Horizonte - 598,79
Goiânia - 591,78
Fortaleza - 563,96
Belém - 538,44
Natal - 504,66
Recife - 485,26
Salvador - 487,59
João Pessoa - 491,12
Aracaju - 464,17

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