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Cotidiano

São Caetano vai gastar quase R$ 7 milhões em ação para espantar pombos

Os trabalhos estão em fase de implantação, segundo o consórcio responsável pela execução do serviço

Natália Brito

23/01/2024 às 10:09  atualizado em 23/01/2024 às 10:12

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O prefeito de São Caetano do Sul (SP), José Auricchio Júnior

O prefeito de São Caetano do Sul (SP), José Auricchio Júnior | Divulgação

A Prefeitura de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, vai desembolsar R$ 6,8 milhões para tentar espantar pombos de prédios da cidade. Os trabalhos estão em fase de implantação, segundo o consórcio responsável pela execução do serviço.

O objetivo é impedir o pouso e a permanência das aves em 108 imóveis públicos, sendo 68 escolas.
De acordo com o edital, o prazo de vigência do contrato é de 12 meses, prorrogável por idênticos ou sucessivos períodos, observado o limite de 60 meses. Com isso, o valor total pode ultrapassar R$ 30 milhões em cinco anos.

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Segundo a gestão municipal, o objetivo é manter os ambientes em condição salubre.

"A medida contribui significativamente para a saúde pública, especialmente das crianças, tendo em vista que pombos são vetores de doenças como salmonelose e ornitose, infecciosas provocadas por bactérias; e criptococose, histoplasmose e meningite, provocadas por fungos", diz o município, em nota.

Procurada, a empresa vencedora do certame, o Consórcio Guima-Desintec, afirmou "empregar diversas técnicas que visam repelir os pombos de maneira ética e segura". Será a primeira operação do tipo realizada de forma integrada pelo consórcio.

Entre os produtos e equipamentos a serem utilizados estão um gel repelente - que cria uma superfície pegajosa inibindo o pouso e permanência do animal - e a instalação de telas, redes, passarinheiras e espiculas para impedir a entrada das aves em determinadas áreas.

Haverá ainda um dispositivo de ondas eletromagnéticas que fará a emissão de sinais sonoros. A empresa diz que o som desencoraja o pouso e a permanência de pombos no local, mas é imperceptível para humanos e outros animais, incluindo outras aves.

Os responsáveis pelo consórcio afirmam que o gel é atóxico e que as barreiras a serem instaladas são inofensivas, mas eficazes contra a presença do animal.

A veterinária Luana Desie, da clínica Consultório das Aves, diz não ver problemas na medida desde que não machuquem os animais, nem usem veneno. A profissional, no entanto, questiona a eficácia da operação.
"Eles [pombos] vão acabar migrando para outros locais, para bairros vizinhos. Eles vão se realocando. Vai acabar espalhando o problema, não vai resolver o problema", diz. "O ideal é o controle contraceptivo. Espalhar ração com anticoncepcional pela cidade. Já fazem isso em países da Europa."

Desie afirma, ainda, que o gel aplicado pode sumir da superfície em caso de chuva forte.

"O problema disso é acabar afugentando não só os pombos, mas aves nativas também. Pode até causar um desequilíbrio na nossa fauna. Porque vem bem-te-vi, sabiá, maritaca, periquito, não só o pombo. Então outras aves vão ser afetadas", diz. "A maritaca faz ninhos em calhas. A parte do telhado aberta, o forro, vão fechar para o pombo não entrar, mas outras espécies também vão deixar de fazer ninho", acrescenta.

O edital da licitação prevê a remoção e o descarte de ninhos e ovos, e a empresa afirma que o serviço não inclui a remoção direta dos pombos.

"Não há qualquer dano à saúde dos animais, e não há manejo ou intervenção direta sobre eles", diz trecho da nota enviada pelo consórcio.

A Prefeitura de São Caetano confirmou que ninhos e ovos serão removidos e descartados, mas não detalhou como isso será feito.

No total, incluindo a ação contra os pombos, a cidade pretende gastar R$ 16 milhões por ano com serviços de desinsetização, desratização, descupinização e controle do mosquito da dengue em imóveis da administração municipal. Em cinco anos, o gasto previsto é de R$ 80 milhões.

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