Saiba por que o Brasil vive um aumento de casos de dengue em 2024

O estado de São Paulo e o Brasil vivem um crescimento da dengue em 2024. O País registrou neste início de ano mais de 343 mil casos prováveis da doença, com 36 mortes e 234 óbitos em investigação.  Houve já quatro mortes confirmadas em território paulista pela enfermidade. Os registros foram em Pindamonhangaba (2), Bebedouro (1) e Guarulhos (1). Os dados são do governo federal e do estadual.

Para a professora Ingrid Quevedo, coordenadora do curso de Biomedicina da Universidade de Guarulhos (UNG), uma série de fatores é responsável pelo atual cenário no País. Segundo ela, mudanças ocasionadas pelo fenômeno El Niño já no ano passado resultaram no aparecimento dos quatro sorotipos (1, 2, 3 e 4) circulando ao mesmo tempo no Brasil, fato que não ocorria há algum tempo.

O crescente número de casos se deve também ao aumento das temperaturas.

“Com o aumento da temperatura, a probabilidade de ocorrer chuva se torna maior. Este cenário de calor e chuva propícia a instalação de criadouros e a proliferação do Aedes aegypti”, explicou a biomédica.

Ela explicou que é fundamental haver o controle do mosquito para proteger a população.

O Ministério da Saúde inaugurou em 3 de fevereiro o COE Dengue (Centro de Operações de Emergência), espaço para coleta e análises dos dados epidemiológicos que terá como objetivo permitir mais agilidade no monitoramento e na análise do cenário da dengue para enfrentar o avanço da doença no País.

O governo estadual anunciou nesta semana o Centro de Operação de Emergências para combater casos de dengue. O órgão será coordenado pela Secretaria da Saúde e contará com o trabalho de outras sete pastas.

O ano de 2024 deve registrar 1.960.460 casos de dengue no Brasil. Essa estimativa, entretanto, pode variar de 1.462.310 até 4.225.885 de casos. Os números foram divulgados no fim de janeiro pelo Ministério da Saúde.

Vacinação

O SUS vai iniciar em breve a vacinação com  a QDenga. Pelo baixo número de doses, porém, haverá critérios etários e geográficos para a aplicação do imunizante, que serão destinados, inicialmente, a regiões com maior incidência e transmissão do vírus, contemplando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos

O laboratório japonês Takeda deve entregar 6,6 milhões de doses até o fim de 2024 e há a previsão de mais 9 milhões de doses a serem colocadas à disposição para o País até 2025.