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Cotidiano

Ruínas de 1534 escondem segredos da colonização e estão abertas para visitas

Local de memória e resistência de povos originários e afro-diaspóricos atende alunos gratuitamente

Hebert Dabanovich

13/03/2025 às 11:15

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Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos reabriu a agenda para visitação de escolas e grupos

Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos reabriu a agenda para visitação de escolas e grupos | Foto: Luiz Hib/USP

O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos retomou as visitas monitoradas para escolas e grupos no fim de fevereiro.

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A iniciativa permite que estudantes e pesquisadores explorem o local por meio de estudos do meio e atividades educativas.

Nos meses de dezembro e janeiro, o espaço recebeu visitantes espontâneos, com destaque para moradores de Santos, São Vicente, Praia Grande e Cubatão, além de turistas de diversas regiões do Brasil e do exterior.

As visitas gratuitas acontecem de terça a sábado, das 9h às 16h, e grupos com mais de 10 pessoas devem agendar previamente pelo e-mail: [email protected].

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Experiências educativas e históricas

Escolas públicas e particulares do ensino básico, além de instituições de ensino técnico e superior, podem agendar visitas ao sítio arqueológico e à exposição permanente  “Ruínas Quinhentistas em Território Milenar”.

O espaço tem educadores da USP e bolsistas da Universidade Católica de Santos (UniSantos) de cursos como História, Biologia e Enfermagem.

A programação inclui palestras no auditório, visitas guiadas pela biblioteca e pelo conjunto de ruínas do século 16.

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Histórias de colonização

Construído em 1534 por indígenas escravizados sob ordem de Martim Afonso de Souza e seus sócios, o Engenho dos Erasmos é o mais antigo engenho de açúcar preservado no Brasil.

Localizado na divisa entre Santos e São Vicente, o espaço se tornou um importante patrimônio histórico e uma Base Avançada de Pesquisa, Cultura e Extensão da USP, representando um marco na expansão da produção açucareira colonial.

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História do Engenho dos Erasmos

Originalmente chamado de Engenho do Governador, a propriedade se destacou como um dos primeiros engenhos de açúcar do Brasil.

Em 1540, foi adquirida pelo comerciante flamengo Erasmo Schetz, que impulsionou sua produção e exportação para a Europa.

Durante sua administração, o local recebeu uma capela dedicada a São Jorge, originando o nome atual do monumento. No entanto, o crescimento dos engenhos nordestinos, os ataques piratas e a resistência indígena levaram à decadência da propriedade, que foi vendida em 1620 e operou em menor escala até o século 18.

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No século 20, Otávio Ribeiro de Araújo adquiriu o terreno, loteou parte da área e doou as ruínas à USP em 1958, garantindo sua preservação.

Atualmente, o monumento é tombado em níveis: nacional (1963), estadual (1974) e municipal (1990), servindo como referência em história, arqueologia e cultura.

Educação e cultura no litoral

Desde que passou a integrar a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP em 2004, o Engenho dos Erasmos se consolidou como espaço interdisciplinar de educação patrimonial e socioambiental.

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A programação inclui visitas monitoradas, além de cursos certificados, oficinas, palestras, concertos e saraus, proporcionando reflexões sobre temas como racismo estrutural e a história dos povos originários.

O espaço também abriga uma biblioteca com mais de 1.200 títulos, incluindo obras sobre história do Brasil, arqueologia, sociologia e geografia, além de uma seleção voltada para o público infantojuvenil.

O acervo está disponível para consultas locais de terça a sábado, das 9h às 16h.

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Exposições

A exposição “Ruínas Quinhentistas em Território Milenar” apresenta uma narrativa histórica baseada em uma carta de 1548 enviada ao antigo proprietário do engenho, detalhando aspectos administrativos e do cotidiano.

O acervo inclui diversas imagens, textos e fontes primárias do século 16, ilustrando o poder político dos senhores de engenho, a exploração da mão de obra escravizada e a estrutura patriarcal da sociedade colonial.

A mostra também destaca objetos etnográficos dos povos tupinambás e artefatos arqueológicos encontrados na região.

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Entre os destaques, estão um diorama representando povos sambaquieiros, mapas sobre a diáspora africana e trilhas indígenas, além de uma obra da artista indígena contemporânea Moara Tupinambá, agora parte do acervo da USP.

Com essa ampla programação, o Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos se reafirma como um dos principais centros culturais e educativos da Baixada Santista, promovendo o acesso ao conhecimento e a preservação do patrimônio histórico.

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