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Cotidiano

Roubos e furtos de celulares caem, mas ocorrências no Carnaval geram preocupação

Levantamento da FECAP também lista cidades, bairros e ruas com maior número de ocorrências

LG Rodrigues

18/02/2024 às 10:00

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Segundo o professor pesquisador responsável pelo levantamento, Erivaldo Vieira, o pico de ocorrências no mês de fevereiro pode estar diretamente relacionado com o Carnaval

Segundo o professor pesquisador responsável pelo levantamento, Erivaldo Vieira, o pico de ocorrências no mês de fevereiro pode estar diretamente relacionado com o Carnaval | Reprodução

Ao longo do ano de 2023, o Estado de São Paulo registrou 160.038 casos de furto (art. 155) e 141.313 casos de roubo (art. 157) de aparelhos celulares, totalizando 301.351 ocorrências durante o período. Apesar da grandeza dos números, o total de registros é 10% menor do que o registrado em 2022.

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Os números figuram em levantamento realizado pelo Departamento de Economia do Crime da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) realizado a partir da compilação de boletins de ocorrência registrados pela Secretaria de Segurança Púbica (SSO-SP).

 Apesar da boa notícia, o estudo da FECAP revela que o mês de fevereiro de 2023 teve 14% a mais em comparação com fevereiro de 2022: um total de 26.259 ocorrências, divididas entre 14.090 furtos e 12.169 roubos.

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Segundo o professor pesquisador responsável pelo levantamento, Erivaldo Vieira, o pico de ocorrências no mês de fevereiro pode estar diretamente relacionado com o Carnaval.

 "As festas do período costumam atrair grandes multidões e propiciar um ambiente onde furtos e roubos podem ocorrer com mais frequência. As aglomerações e a atmosfera de festa podem facilitar a ação de criminosos, o que explica o aumento nas ocorrências durante este período", afirma Vieira.

Os meses subsequentes a março de 2023 registraram tendência de diminuição mais acentuada nas ocorrências, o que segundo o professor, pode ser atribuída a várias razões, incluindo esforços de prevenção de crimes, melhorias na segurança pública, ou mudanças sazonais no comportamento social e padrões de atividade.

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QUANDO OCORREM OS CRIMES?
Com relação ao período do dia em que as ocorrências ocorreram, 32% foram à noite, (menor visibilidade e vigilância, tornando-se um período propenso para tais crimes), 25% de madrugada (período em que há menos pessoas nas ruas, aliado a menor vigilância), 27% à tarde (mesmo em horários de maior movimentação, os roubos e furtos ainda são frequentes), 15% pela manhã (mostrando que o risco de ocorrências é distribuído ao longo de todo o dia) e 1% das ocorrências foi categorizada nos boletins de ocorrência como "em hora incerta", o que sugere casos em que o momento exato do crime não foi determinado ou informado.

 "Contudo, como muitas das ocorrências não têm especificadas os dados de período do dia, não podemos determinar com precisão o perfil completo do risco ao longo do dia. É importante para as autoridades policiais e para a população estarem ciente da importância do correto registro da ocorrência para uma interpretação mais precisa dos dados e para a formulação de estratégias de prevenção de crimes", diz o professor.

 LOCAIS COM MAIS ROUBOS E FURTOS
 A maioria dos furtos e roubos de celulares ocorre em vias públicas, totalizando mais de 146 mil casos. Terminais e estações de transporte vêm em segundo, com cerca de 13,5 mil ocorrências, indicando um risco elevado nesses locais de grande fluxo de pessoas. Residências, embora menos frequentes, também são visadas, com mais de 1,6 mil casos.

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 Comércios, estacionamentos e restaurantes registram números menores, mas ainda significativos, refletindo a oportunidade que esses ambientes oferecem para os criminosos. Locais de lazer e shopping centers apresentam os menores índices, sugerindo que, apesar da presença de segurança, ainda ocorrem delitos. Em geral, locais com grande circulação de pessoas são os mais afetados.

CIDADES COM MAIS OCORRÊNCIAS
 O estudo da FECAP aponta para uma redução de 11% no total geral de ocorrências de roubo e furto de celulares nas dez cidades com os maiores registros. A tendência de redução é consistente em quase todas as cidades, o que pode refletir estratégias eficazes de prevenção de crimes ou melhorias na resposta policial.

São Paulo, capital, lidera a lista em termos de ocorrências com 180.813 casos, número alto, mesmo tendo registrado uma queda de 10% nos crimes. Campinas e São Bernardo do Campo destacam-se como as cidades com as maiores reduções percentuais (-18% cada); enquanto Ribeirão Preto apresentou a menor redução (-6%) nos casos.

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BAIRROS DA CAPITAL COM MAIS OCORRÊNCIAS
 Na capital paulista, os bairros centrais e os bairros considerados mais nobres lideram em número de ocorrências, enquanto os bairros mais periféricos, apesar de sua grande população, registram números menores.

 "A concentração de ocorrências em bairros centrais e nobres pode ser explicada por diversos fatores, como a presença de áreas turísticas, grande fluxo de pessoas, atividades noturnas e a presença de smartphones de alto valor nesses locais. Enquanto isso, os bairros periféricos, apesar de terem grandes populações, parecem ter menos incidências, o que pode estar relacionado a um menor fluxo de pessoas com celulares de alto valor nas vias públicas ou diferentes níveis de vigilância e segurança", complementa o professor da FECAP.

 República (6.028 casos) e Bela Vista (5.420 casos), bairros centrais, mostram um alto número de roubos e furtos, o que pode ser atribuído à alta densidade populacional e à grande circulação de pessoas. Pinheiros (5.154 casos) e Itaim Bibi (3.543), conhecidos por serem bairros nobres e com intensa atividade comercial, também apresentam números elevados.

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 Outros bairros centrais e de alto padrão, como Jardim Paulista (3137 casos), Vila Mariana (2990 casos) e Consolação (este aparece duas vezes na tabela, possivelmente devido a duplicidade do nome nos registros dos boletins de ocorrência, somando 4.584 casos), mostram números significativos, reforçando a tendência de que áreas com maior poder aquisitivo e concentração de atividades comerciais são mais visadas.

 O Capão Redondo, um bairro da periferia, destaca-se pelo alto número de roubos (2.388 casos), mas um número menor de furtos (557 casos), o que pode indicar uma dinâmica de crime diferente das áreas centrais. Campo Limpo (2.068 casos) e Grajaú (1.984 casos), também na periferia, apresentam um total de ocorrências menores em comparação com os bairros centrais e nobres, apesar de sua população densa. Isso pode refletir uma menor concentração de alvos potenciais, como turistas e áreas de alto comércio, que são mais comuns no centro e bairros nobres.

VIAS DA CAPITAL COM MAIS OCORRÊNCIAS
A Avenida Paulista lidera com um total de 3.362 ocorrências, sendo 2.825 furtos e 537 roubos. Sua importância como centro financeiro e cultural, com grande fluxo de pedestres e turistas, faz dela um local com alta incidência de crimes contra o patrimônio.

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 Vias da região da Paulista também aparecem no topo da lista, com a Consolação e Augusta, trechos com alta circulação de pessoas e atividades comerciais, figurando como focos de ocorrências de furto e roubo de celulares.

As avenidas Mário de Andrade e do Estado, juntamente com a Avenida Cruzeiro do Sul, também apresentam números relevantes, com mais de mil ocorrências cada uma, refletindo a atividade econômica e a densidade populacional dessas regiões.

ROUBOS NO TRANSPORTE PÚBLICO.
 O levantamento da FECAP constatou 14.384 ocorrências no transporte público da capital paulista, enfatizando a importância de focar em segurança no transporte como uma questão de prioridade para as políticas públicas. 

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