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Cotidiano
Primeira escola do grupo especial de São Paulo a anunciar o hino, a Roseira levará para a avenida uma famosa obra preterida em suas eliminatórias a 17 anos atrás
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| Reprodução Youtube
A Rosas de Ouro é a primeira escola do grupo especial de São Paulo a anunciar seu samba-enredo oficial para 2023. Em suas redes sociais, a Azul e Rosa divulgou, na noite desta sexta-feira (29), o videoclipe da obra que levará para o Sambódromo do Anhembi, e trata-se de uma letra bem conhecida entre sua comunidade e os apaixonados pelo carnaval.
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Apelidado de “o samba do arrasta”, o hino composto por Arlindo Cruz, Fabiano Sorriso, Pedrinho Sem Braço, Paulinho Sampagode e Osmar Costa, foi um dos finalistas na disputa de samba-enredo para o desfile de 2006 da escola, que levou o tema: “A Diáspora Africana, um crime contra a raça humana”, mas, mesmo aclamada pelo público, acabou não sendo a escolhida pela diretoria da agremiação para aquele ano.
Agora, 17 anos depois, a Roseira inova e utilizará, pela primeira vez na história do carnaval paulistano, um samba que ficou pelo caminho em eliminatórias. A decisão emocionou os compositores, principalmente Fabiano Sorriso, um dos integrantes da parceira.
“É por essas e outras que confio plenamente nas mãos divinas do Senhor. Recebi a notícia e quando desliguei o telefone eu chorava copiosamente. Confesso que até agora ainda não caiu a ficha. Este samba eu me recordo de ter feito o refrão e chorava. Ele sempre foi uma vitória pra gente, pois continuou a ser cantado e lembrado, e o que mais um compositor quer é que as pessoas curtam e cantem suas obras, independente de vencer ou perder. Será a coroação da nossa irmandade e parceria de 25 anos de música, além de significar muito para o povo preto, sendo um reparo ao tema que hoje ainda persiste”, contou o sambista.
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Quinta escola a entrar no Anhembi nos desfiles do ano que vem, no dia 17/2 (sexta-feira), a Rosas de Ouro apresentará o enredo “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”, onde exaltará a luta, a força e as conquistas do povo negro através dos tempos, desde seus ancestrais escravizados até os dias atuais, com a incessante busca por igualdade e respeito. Paulo Menezes, carnavalesco que assina o projeto, explica sobre a escolha da música, que precisou de alguns ajustes para se enquadrar perfeitamente à proposta.
“É um samba que foi escrito em 2005, onde o pensamento de luta era um. Agora, em 2022, já é outro. Mesmo assim ele se manteve em muitos aspectos bastante atual. Procuramos adequar algumas coisas para essa nova temática, mas com muito cuidado, para não perder sua essência. Já faz 10 anos que eu vinha construindo esse enredo, que aliás, será bem diferente do que a escola mostrou em 2006. E quando ouvi o samba na quadra, em um ensaio desse ano, na hora falei para nossa Comissão de Carnaval que eu tinha um tema que caberia com ele. Todos abraçaram a ideia e tenho certeza que será muito marcante, até porque é uma obra que muitos gostam, mas que nunca foi para a avenida”, comentou Menezes.
Sobre a Rosas de Ouro
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A Sociedade Rosas de Ouro foi fundada em 18 de outubro de 1971. Vencedora de sete títulos do grupo Especial do carnaval de São Paulo, a escola é uma das mais tradicionais da cidade. Atualmente é presidida por Angelina Basílio e além do carnaval, tem um forte trabalho comunitário com o projeto "Samba se Aprende na Escola", que atende centenas de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
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