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Parelheiros-Itanhaém completa 51 anos e projeto continua parado no Governo do Estado | Rubens Chaves/Folhapress
O Governo do Estado não avançou sequer um metro na concretização da SP-040. Em julho de 2024, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) revelou com exclusividade ao Diário do Litoral que retomaria os estudos de viabilidade da rodovia, conhecida como Parelheiros-Itanhaém.
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Na ocasião, o DER afirmou que sua Diretoria de Engenharia faria uma atualização das informações contidas na planta elaborada pelo próprio DER em 2015.
Sete meses depois, na semana passada, porém, o órgão se limitou a dizer que: “o Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos, está constantemente avaliando alternativas para aprimorar a mobilidade no estado, como no acesso ao litoral”.
A estrada teria somente 15 quilômetros e permitiria a ligação da Capital com o litoral sul em 30 minutos.
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O projeto da SP-040 começou a ser “estudado” há 51 anos, foi aprovado pela Assembleia Legislativa há 35 anos e já teve até empreiteira interessada em assumir a obra, mas nunca saiu do papel.
“Sobre a Estrada Parelheiros-Itanhaém (SP 040), os estudos conduzidos anteriormente pelo DER foram recebidos pela SPI e seguem em análise”, resumiu, em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Parcerias em Investimentos (SPI).
A Parelheiros-Itanhaém ligaria a praia ao extremo sul da capital paulista e ajudaria a desafogar o Sistema Anchieta-Imigrantes, beneficiando os motoristas que se dirigem a Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Bertioga.
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Ela não só atenderia os moradores de Itanhaém como também reduziria pela metade o tempo de viagem de São Paulo a Mongaguá, Peruíbe e Praia Grande nos dias de semana.
“O acesso entre a Baixada Santista e o Planalto é um dos maiores gargalos da nossa Região Metropolitana”, salientou o prefeito de Itanhaém, Tiago Rodrigo Cervantes (Republicanos) em entrevista ao Diário do Litoral, no ano passado.
“A implementação da rodovia Parelheiros-Itanhaém beneficiaria significativamente Itanhaém e toda a região, melhorando não apenas a logística, mas também a mobilidade, a segurança dos motoristas e reduzindo o tempo de viagem”, completou o prefeito.
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“Esse avanço (a rodovia) fortaleceria o turismo e impulsionaria nossa economia”, projetou Cervantes, de olho no eventual surto de desenvolvimento a partir da ligação direta com a região que mais cresce na Capital e que concentra 40% do território de São Paulo.
Além do litoral sul, a estrada levaria desenvolvimento econômico a cidades do Vale do Ribeira, como Itariri e Pedro de Toledo. Os moradores dos dois municípios precisam se deslocar pela rodovia Padre Manoel da Nóbrega até a rodovia Régis Bittencourt (BR-116) para chegar ao Planalto.
Assim, são obrigados a rodar até 170 quilômetros para acessar a capital do Estado, distância que cairia pela metade com a Parelheiros-Itanhaém. Outra alternativa para os moradores das duas cidades é o sobrecarregado Sistema Anchieta-Imigrantes.
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E essa distância aumenta os custos para escoamento dos produtos agrícolas oriundos desses municípios para a Ceagesp, a maior central atacadista de alimento in natura da América do Sul.
O documento enviado pela assessoria de imprensa do DER ao Diário do Litoral cita que “no momento, o foco está em projetos estruturantes, como a terceira faixa da Rodovia dos Imigrantes, que deve contribuir para a fluidez do tráfego na região”.
E a rodovia ligando o extremo sul da Capital ao Litoral Sul serviria como rota alternativa aos caminhões que se deslocam do norte do Paraná, da região oeste do estado de São Paulo e até do Mato Grosso do Sul rumo ao Porto de Santos.
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A construção da rodovia mobilizou um grande ato político no início dos anos 1970. O evento lotou o antigo Cine Castro, em Itanhaém, e reuniu prefeitos, deputados e secretários de Estado. O “Plenário de Santo Amaro”, como ficou conhecido o ato, também contou com grande adesão de moradores do Litoral Sul e de bairros do extremo sul da Capital.
Naqueles dias, a primeira pista da Imigrantes, inaugurada em 1976 pelo então governador Paulo Egydio Martins (1928/2021), já estava estrangulada. Àquela altura, os congestionamentos eram frequentes. Os transtornos idem. Turistas esperavam até sete horas para descer a Serra do Mar nos feriados de final de ano. E o Porto de Santos estava travado.
Ciente da sobrecarga no Sistema Anchieta-Imigrantes, o então deputado Erasmo Dias (1924/2010) apresentou na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) um projeto autorizativo que previa a construção da Rodovia Parelheiros-Itanhaém. A proposta foi protocolada na Alesp em 7 de outubro de 1994 e previa a concessão da obra para a iniciativa privada.
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E o Projeto de Lei 560/94 foi aprovado em plenário, depois transformado em lei estadual pelo então governador Mário Covas (1930/2001).
“A permanente ligação entre o Planalto e o Litoral Paulista é necessidade imperiosa e que hoje está saturada, em que pese a existência do complexo Anchieta-Imigrantes”, resumiu Erasmo Dias no texto original.
“O município de São Paulo tem cerca de um terço da sua superfície na Zona Sul de Parelheiros, área inexplorada, que com a citada rodovia viria a se dinamizar sob todos os aspectos”, explicou o deputado na época.
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“A iniciativa privada tem nessa concessão uma feliz oportunidade de demonstrar além de sua capacidade técnica, a contribuição inestimável ao Poder Público e à Sociedade nessa obra de grande envergadura e de necessidade vital para o Estado’, completou Erasmo em sua justificativa aos demais deputados estaduais.
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