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Cotidiano
Em 1994, turistas esperavam até sete horas para descer a Serra do Mar nos feriados de final de ano
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A Rodovia Parelheiros-Itanhaém ainda não saiu do papel | Rubens Chaves/Folhapress
Um projeto antigo que se tivesse saído do papel poderia ser valioso para otimizar o tempo de percurso entre a Capital e o litoral de SP. A construção da Rodovia Parelheiros-Itanhaém, proposta de 1994, prometia ligar os pontos em 30 minutos.
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Em 1994, turistas esperavam até sete horas para descer a Serra do Mar nos feriados de final de ano. E o Porto de Santos estava travado. Apesar de protestos por parte da população, os governadores de São Paulo não investiram no projeto que teria cerca de 15 quilômetros de extensão.
Ciente da sobrecarga no Sistema Anchieta-Imigrantes, o então deputado Erasmo Dias (1924/2010) apresentou na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) um projeto autorizativo que previa a construção da Rodovia Parelheiros-Itanhaém.
A proposta foi protocolada na Alesp em 7 de outubro de 1994 e previa a concessão da obra para a iniciativa privada. E o Projeto de Lei 560/94 foi aprovado em plenário.
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“A permanente ligação entre o Planalto e o Litoral Paulista é necessidade imperiosa e que hoje está saturada, em que pese a existência do complexo Anchieta-Imigrantes”, resumiu Erasmo Dias no texto original.
Corria a primeira metade da década de 1970 e Itanhaém vivia um ciclo de crescimento. E, naquela época, deputados, secretários de Estado e prefeitos promoveram o primeiro ato político a favor da construção da Rodovia Parelheiros-Itanhaém.
Com faixas e cartazes, caiçaras e moradores da zona sul da Capital lotaram as galerias do Cine Castro. Mas, o ato sem precedentes, em plena vigência do Ato Institucional número 5, que proibia reuniões públicas, não sensibilizou o então governador Laudo Natel.
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Tampouco sensibilizou Paulo Maluf, Franco Montoro, Orestes Quércia, Geraldo Alckmin, Márcio França nem qualquer um dos 16 governadores que passaram pelo Palácio dos Bandeirantes nos últimos 50 anos.
Dias depois do ato que reuniu milhares de pessoas no Cine Castro, Laudo Natel (1920/2020) decidiu construir a primeira pista da Rodovia dos Imigrantes.
“Veio muita gente”, resume o ex-prefeito de Itanhaém, Orlando Bifulco, que liderou o ato político realizado há 50 anos.
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“Recebemos muitas autoridades”, completa o ex-prefeito, puxando pela memória detalhes daquele “Plenário de Santo Amaro”, como foi batizado o evento. Sem a estrada, a economia de Itanhaém nunca desenvolveu todo seu potencial.
Cinco décadas depois do ‘Plenário de Santo Amaro’, a ligação rodoviária com o Planalto virou uma espécie de ‘lenda urbana’, como muitas que passam de geração em geração na Região Metropolitana da Baixada Santista.
Assim, a estrada Parelheiros-Itanhaém integra a lista de obras que não saem do papel, como o túnel Santos-Guarujá, a restauração do Teatro Coliseu, o aeroporto do Guarujá, o complexo multimodal do Andaraguá em Praia Grande, o fim das enchentes em São Vicente.
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