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Cotidiano

Ricardo Nunes diz que dispersão de usuários vai ajudar a combater cracolândia

Operação policial realizada na quarta expulsou dependentes químicos da praça Princesa Isabel, onde atualmente ficava a cracolândia da cidade

Bruno Hoffmann

12/05/2022 às 19:40  atualizado em 12/05/2022 às 19:45

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Operação na Praça Princesa Isabel

Operação na Praça Princesa Isabel | Danilo Verpa/Folhapress

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), considera que a dispersão dos usuários de drogas era um passo necessário para combater a cracolândia, um problema crônico instituído no centro da capital paulista.

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Uma operação policial realizada nesta quarta (11) expulsou dependentes químicos da praça Princesa Isabel, onde atualmente ficava a cracolândia da cidade.

Ainda que essas pessoas procurem outros pontos da região, a ordem do prefeito é que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) impeça novas aglomerações.

São 400 homens da guarda e, se preciso, o efetivo ficará ainda maior, disse Nunes à Folha. "Não é uma ação, apenas, policial, mas também social e dos direitos humanos. Tem como meta não deixar aquele pessoal aglomerar. Fazer a dispersão facilita o trabalho de assistência [ao usuário] e o da polícia no combate ao tráfico", afirmou.

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"Não tem como fazer uma ação para diminuir [a cracolândia] em 100%, em nenhum lugar do mundo resolveu, mas é possível reduzir bastante o consumo de crack a céu aberto", disse o prefeito.

A operação, a princípio, não tem prazo de validade. Com a cracolândia espalhada, o prefeito considera que o trabalho dos agentes de saúde e dos assistentes sociais ficará mais fácil. "É perigoso qualquer tarefa ali [na Princesa Isabel]. Haja visto a quantidade de armas, facas apreendidas. Foram mais de 37 mandados de prisão, quase 20 traficantes presos. Torna um ambiente inacessível", afirmou ele.

"Precisamos tirar aquele ambiente que é uma atração para o consumo do crack. Se você tem um local, conhecido nacionalmente, como feira de drogas, acaba cooptando pessoas", disse o prefeito. "Nesse local, o usuário torna-se um escudo do traficante."

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A tática da dispersão, segundo Nunes, já foi adotada em cidades como Frankfurt (Alemanha), Bogotá (Colômbia), Lisboa (Portugal) e Viena (Áustria).

"Não é algo sem nenhuma estratégia, sem nenhum estudo de casos exitosos. É uma ação da prefeitura e do estado de São Paulo. O doutor Roberto merece uma medalha", falou o prefeito. "Seria cômodo não fazemos nada, deixar isso num cantinho."

O delegado Roberto Monteiro, da 1ª Delegacia Seccional do Centro, é quem conduziu a megaoperação na quarta com efetivo de 650 agentes da Polícia Militar, da Civil e da GCM.

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Depois das atuações de forças policiais na terça (10) e quarta, que esvaziaram a praça Princesa Isabel, o fluxo da cracolândia se espalhou pelo centro da cidade.

Desde a madrugada desta quinta (12), os usuários se aglomeraram em vias como as ruas Helvétia, do Triunfo e dos Gusmões, a avenida Rio Branco e a alameda Barão de Campinas.

Por volta das 11h30, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a esquina das ruas dos Gusmões e do Triunfo foi totalmente fechada.

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Para o secretário municipal de Projetos Estratégicos, Alexis Vargas, que acompanhou a movimentação na praça Princesa Isabel, o objetivo, a partir desta quinta, é o de intensificar o que chamou de segunda onda de dispersão.

"Onde houver concentração maiores, a gente vai agir. Fechar as ruas, se preciso. Com a dispersão estamos vendo um aumento positivo de pessoas buscando ajuda nos Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e o Siat (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica)", afirmou Vargas.

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