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Cotidiano
Segundo pesquisa, o desejo de inovar e de realização pessoal estão entre as razões de quem opta por um novo caminho profissional
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Jéssica quer lagar o funcionalismo público para viver como ifluenciadora | Divulgação/Andarilhas
Uma pesquisa da consultoria Robert Half, divulgada no início de 2022, mostra que o desejo de mudar de carreira não é mais algo isolado, atingindo 39% dos profissionais qualificados com mais de 25 anos.
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Dentre os motivos apontados para a escolha de uma nova profissão, além da perspectiva de maior remuneração, indicada por 31% dos entrevistados, aparecem também o desejo de inovar ou aprender algo novo (19%), a busca de realização pessoal (17%) e a expectativa de uma melhor qualidade de vida (12%).
A seguir, confira histórias de quem enfrentou o medo e está seguindo um novo caminho.
No processo de mudança
Conseguir uma vaga em um concurso público disputado e bem remunerado é o sonho de muitos brasileiros e a bacharel em direito Jéssica Lopes Simionato, de 29 anos, conseguiu tal feito antes mesmo de concluir a graduação. Desde então, há oito anos, ela trabalha no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
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Há sete anos, contudo, Jéssica fez um perfil no Instagram para publicar fotos de suas viagens quando, em 2017, viu seu número de seguidores aumentar repentinamente após a publicação de fotos de uma viagem ao Jalapão.
“Na época, ninguém ia ao Jalapão e as fotos ‘bombaram’. A partir daí, eu percebi que isso poderia me render algo. Além disso, eu tenho um amigo que vive exclusivamente das redes sociais, o que me fez pensar ainda mais sobre o assunto.”
Desde então, Jéssica divide o seu tempo entre o trabalho no Tribunal e no perfil Andarilhas. Contudo, o trabalho no Tribunal acaba fazendo com que ela negue muitas oportunidades nas redes sociais, o que fez com que ela pedisse para mudar de cargo no órgão público, para um com carga horária menor e remuneração inferior, o objetivo é se dedicar mais ao seu perfil. Ao mesmo tempo, ela e o companheiro estão construindo uma casa no interior de Minas Gerais, quefica pronta em janeiro, para alugar no Aribnb.
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“Eu sou uma pessoa muito conservadora financeiramente. Assim, a construção da casa é a minha preparação para deixar de vez o Tribunal, o aluguel será como uma renda fixa, que vai me permitir exonerar o meu cargo e me dedicar totalmente ao Andarilhas. Eu não sei se vou ganhar o mesmo que no meu cargo anterior, se eu conseguir ter metade dos ganhos, eu serei muito feliz. Não é pelo dinheiro é pela liberdade e autonomia de fazer seus horários e suas próprias escolhas. Hoje, eu trabalho para juntar dinheiro para viajar e eu vou poder trabalhar viajando”, finaliza.
A renda extra que se tornou principal
A empreendedora Vanessa Luiz de Oliveira, de 32 anos, moradora de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, nunca imaginou que entraria no ramo da confeitaria. Contudo, os doces que ela e a mãe levavam como forma de agradecimento à equipe de um hospital no qual estava internado um parente, são hoje o seu ganha-pão.
Vanessa conseguiu o seu primeiro emprego aos 18 anos como auxiliar de administração em uma rede de concessionárias. Depois de anos trabalhando na empresa e de sua mãe perder o emprego,ela decidiu, junto com a mãe, fazer doces para vender. Trabalho que virou uma renda-extra.
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O negócio foi crescendo e, em 2018, em meio a um grande pedido de panetones, Vanessa largou seu emprego formal, com carteira assinada, no qual estava há dez anos, para seguir na confeitaria, que ganhou o nome de Gaspare.
“O lado financeiro nunca foi primordial para a mudança de área, até porque, de início, temos muitas incertezas. Eu apenas apostei no que amava fazer”, diz Vanessa.
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Guilherme Cugini mudou de carreira aos 42 anos e hoje é mais feliz. Foto - Arquivo Pessoal
Uma mudança aos 42 anos de idade
Guilherme Cugini, 50 anos, trabalhou por décadas como propagandista e consultor em empresas voltadas para a área da saúde. Casado e com filhos, ele tinha um bom salário, mas a satisfação pessoal era o oposto à remuneração da profissão.
“Eu sentia que estava perdendo um tempo preciosíssimo, que poderia aproveitar para algo que fizesse a diferença, tanto para mim, como para outras pessoas. Eu aguentei o máximo que eu pude na antiga atividade”, conta.
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Aos 42 anos, com o apoio da família, Guilherme resolveu mudar. Se matriculou em um curso de medicina-veterinária e foi atrás de seu sonho de criança.
“O primeiro desafio foi me matricular na faculdade, aos 42 anos de idade, sendo que não poderia largar o emprego. Muitas vezes eu ia direto do trabalho, sem jantar, e me sentia totalmente deslocado, visto que os alunos tinham idade para ser meus filhos…”, lembra.
Após cinco anos em uma jornada exaustiva, Guilherme se formou e se especializou em oftalmologia veterinária, profissão para a qual se dedica integralmente hoje.
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“Fui chamado de louco por muitos quando abri mão de uma posição na empresa onde trabalhava e ganhava muito bem, pois eu ganhava o dobro que ganho agora. Porém, o que posso dizer é que hoje, aos 50 anos, eu poderia estar praticamente aposentado e curtindo a vida, mas nenhum salário, benefício ou dinheiro do mundo compraria a satisfação que sinto agora. Foi extremamente cansativo e teve um preço, mas asseguro a todos que valeu a pena cada segundo dessa decisão.”
O nasimento do filho fez Carolina Fernandes querer mudar de carreira. Foto: Nair Bueno/GSP
A maternidade trouxe mais que um filho
O nascimento de uma criança traz inúmeras transformações na vida de uma mãe e com Carolina Fernandes, 42 anos, de Santos, não foi diferente. A chegada de Miguel, há 10 anos, fez com que nascesse também a vontade de mudar de carreira.
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“ Eu era jornalista e fazia fechamento no jornal, entrava às 17 horas. Não tinha como organizar os horários com o meu filho pequeno. Além disso, eu queria ter horários mais flexíveis, que eu pudesse ficar com ele, levar na escola, estar na hora do almoço, estar mais presente no dia a dia. Trabalhando como CLT isso é mais difícil”, diz.
“Eu já trabalhava com doces paralelamente antes dele nascer, me programei e quando ele nasceu larguei o emprego e fiquei só com os doces. O principal desafio é a insegurança de não saber se vai dar certo ou não. Depois, é a gestão do negócio, administrar os funcionários, fazer todo gerenciamento. Ainda assim, apesar dos desafios, hoje, sou mais feliz e ganho muito mais. Trabalho muito, mas ganho bem”, finaliza Carolina, que é dona de um ateliê de doces personalizados em Santos.
Para dar certo
Mudar de carreira não é um processo fácil. Assim, não deve ser uma decisão tomada por impulso, necessitando também de preparação. “A construção de um bom planejamento, deve incluir os seguintes pontos: o que quero, o que posso, o que consigo, em quanto tempo, onde e como. Além disso, se há outras pessoas envolvidas na relação familiar é fundamental que estejam cientes e deem apoio a decisão”, aconselha Maurício Pedro, gerente de atendimento corporativo do Senac São Paulo.
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Para diminuir as chances da transição dar errado, o coach e mentor de liderança e carreira Jorge Penillo, conhecido como Doutor Carreira, dá as seguintes dicas:
1 - Tenha uma rede de networking na profissão que pretende exercer.
2 - Tenha um reserva financeira de seis meses que cubra seus custos fixos.
3 - Participe de congressos, simpósios, feiras e encontros da sua nova profissão.
4 - Se necessário, procure ajuda profissional.
“Nunca desista na metade do caminho. Se quer que sua nova carreira dê certo, temos uma frase que diz: “ uma vez em terra firme, queime os barcos”. Sua garantia de sucesso na nova profissão está em não poder voltar atrás”, diz Jorge.
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