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Cotidiano

Racionamento avança e já chega a seis meses

NADA OTIMISTA. As previsões de chuva não são favoráveis, e para piorar, o colapso no abastecimento de água faz parte da rotina diária de municípios no interior paulista

02/10/2021 às 01:00

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Secas prolongadas devem afetar sistemas de abastecimento a níveis cada vez mais preocupantes

Secas prolongadas devem afetar sistemas de abastecimento a níveis cada vez mais preocupantes | /Luis Lima Jr/Fotoarena/Folhapress

A falta de chuva tem baixado cada vez mais os níveis dos reservatórios, feito com que alguns locais já operem praticamente no volume morto e obrigado cidades a oferecem caminhões-pipa para atender moradores.

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Para piorar, as previsões de chuva não são favoráveis, e o colapso no abastecimento faz parte da rotina diária de municípios no interior paulista.

A capital também sofre com medidas de redução de pressão da água nas torneiras e perspectivas pouco animadoras, com o nível do Cantareira diminuindo rapidamente.

O racionamento de água, primeira medida tomada pelas prefeituras, chegou há seis meses em uma cidade e há três em outras, mas mesmo assim os níveis das represas de captação de água insistem em diminuir.

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Para tentar conter o consumo, mais de uma dezena de cidades do interior estão aplicando multas de até R$ 1.000 para quem for flagrado utilizando irregularmente a água.

É o que acontece em Bauru, que desde abril adotou rodízio no fornecimento de água aos moradores atendidos pela captação do rio Batalha, o equivalente a 35% da cidade, de 381 mil habitantes. É o pior ano de chuvas em uma década no município.

Adotado inicialmente no sistema 24 por 48 (um dia com água e dois sem), o rodízio chegou a ser dia sim, dia não e até foi suspenso por dez dias em junho, mas, com o nível da lagoa de captação em queda, foi novamente retomado.

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Atualmente, a região A recebe água num dia, enquanto no segundo dia o abastecimento é feito à região B. No terceiro dia, nenhuma das regiões recebe água.

"Visando dar um fôlego para a lagoa de captação", informou o DAE (Departamento de Água e Esgoto), em comunicado.

Para tentar minimizar o rodízio, já que a lagoa de captação está 70 cm abaixo do desejável, cinco caminhões-pipa serão contratados na próxima semana para se juntarem aos oito da autarquia. Poços também estão sendo reativados.

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Para tentar conter impactos futuros, estão sendo interligados ou perfurados poços artesianos, e um novo reservatório será construído, na Vila Dutra.

"A partir da conclusão das obras [...] o impacto do próximo período de estiagem, em 2022, será muito mais brando, com a expectativa de não ser necessário um novo rodízio na cidade", diz o departamento.

Nas outras regiões de Bauru, abastecidas por poços artesianos, não há rodízio.

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Até setembro, a cidade teve 616 milímetros de chuva, menor volume da década. Como comparação, 2020, que já tinha sido ruim, teve 811,8 mm, segundo o IPMet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas), da Unesp. Em 5 dos 10 últimos anos, os índices foram superiores a 1.000 mm.

Em Itu, o racionamento funciona atualmente no sistema 24 horas com água por 48 horas sem abastecimento e está em vigor desde 5 de julho.

Dezoito caminhões-pipa são usados para atender as regiões mais críticas, e 7 dos 9 mananciais (represas) dependem muito da chuva, o que significa que estão em níveis críticos.

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Segundo a Companhia Ituana de Saneamento, campanhas de conscientização têm sido feitas, e multas também estão sendo aplicadas.

Com racionamento desde 7 de julho, Salto aplicou mais de 90 multas por desperdício de água até a última semana, mas nem isso foi suficiente para auxiliar no aumento da captação no ribeirão Piraí, responsável por 85% do fornecimento da cidade. (FP)

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