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Cotidiano

Quatro em cada 10 delegados de São Paulo buscam médico por saúde mental, diz pesquisa

Estudo ouviu 711 delegados, em exercício e aposentados, entre 1º e 10 de abril deste ano

Monise Souza

02/10/2024 às 17:00

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Quando perguntados sobre o quesito saúde mental, 40% afirmaram ter precisado de ajuda em algum momento, enquanto 3% preferiram não responder

Quando perguntados sobre o quesito saúde mental, 40% afirmaram ter precisado de ajuda em algum momento, enquanto 3% preferiram não responder | Divulgação/PMSP

Uma pesquisa do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) feita pelo Instituto Datapim mostrou que quatro em cada 10 delegados de polícia paulistas buscaram auxílio em saúde mental após o ingresso na carreira.

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O estudo ouviu 711 delegados, em exercício e aposentados, em todo o Estado, entre 1º e 10 de abril de 2024. Quando perguntados sobre o quesito saúde mental, 40% afirmaram ter precisado de ajuda em algum momento, enquanto 3% preferiram não responder.

O sindicato afirmou que o dado alarmante, e destacou ser importante falar sobre o tema para promover campanhas para prevenção ao suicídio.

Necessidade de ajuda médica

Dos 40% que procuraram ajuda médica, 79% afirmaram ter consultado psicólogo, terapeuta ou psiquiatra e 69% disseram ter recorrido a medicamentos para tratar de ansiedade, depressão ou outra enfermidade psiquiátrica. 

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Além disso, 73% dos entrevistados disseram sentir cansaço, 64% se queixaram de estresse e 49% relataram sentir nervosismo no dia a dia.

Índices de suicídio

O estudo também mostrou que 2023 foi o primeiro ano em que os índices de suicídio entre policiais civis e militares superaram as mortes em confrontos.

No ano passado, 110 polícias da ativa tiraram a própria vida, enquanto 107 morreram em combate, sendo 46 durante o trabalho.

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Um dos casos mais recentes de uma morte violenta foi a do delegado morto após uma tentativa de assalto na Lapa, zona oeste de São Paulo, mostrando que os confrontos não diminuíram, nem pararam de ocorrer.

Dados preocupam

Ao analisar os dados, a presidente do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares, alertou para a necessidade de o Estado implementar políticas públicas eficazes de proteção à saúde mental:

"Este estudo mostra que os servidores precisam de mais atenção, pois enfrentam situações estressantes no dia a dia, inerentes à profissão, como o risco às suas vidas no confronto com criminosos. A este contexto, somam-se a baixa remuneração e a excessiva carga de trabalho que, em situações extremas, pode levar ao suicídio", afirma.

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A preocupação da presidente do Sindpesp tem respaldo no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança, publicado em agosto.

Reivindicações

Segundo a pesquisa, a implementação de auxílio-saúde é uma das principais reivindicações do momento, na terceira colocação do estudo entre questões para as quais o governo de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) deveria dar mais atenção, conforme defende Jacqueline: 

"Estas questões impactam diretamente a saúde mental dos agentes de Segurança e o Estado não pode fechar os olhos para isso. Outras carreiras, cujos profissionais estão muito menos expostos ao risco e à violência, contam com uma indenização auxílio-saúde. Por que os policiais civis ainda não foram contemplados com este benefício?", questiona a delegada. 

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Segundo a pesquisa do Sindpesp, em primeiro lugar, os delegados pedem reajuste salarial condizente com remuneração paga por outros estados, e em segundo lugar, vem a contratação de mais profissionais.

*Sob supervisão de Bruno Hoffmann

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