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Cotidiano

Quadrilha que atua na cracolândia usa tabela para comprar celular roubado em São Paulo

Os valores foram descobertos durante investigações da Polícia Civil, iniciadas há um ano

Natália Brito

12/04/2023 às 09:54  atualizado em 12/04/2023 às 10:00

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Ladrões espalhados pela capital são responsáveis por atacar motoristas parados em semáforos ou no trânsito.

Ladrões espalhados pela capital são responsáveis por atacar motoristas parados em semáforos ou no trânsito. | Reprodução

Uma quadrilha investigada pela Polícia Civil tem tabelas com valores a serem pagos por celulares furtados ou roubados em São Paulo. A lista contempla, em sua maioria, telefones do modelo iPhone, da Apple.

Os valores foram descobertos durante investigações, iniciadas há um ano. O grupo foi alvo de operação no mês passado. Na ação, houve a prisão de um senegalês e a apreensão de 53 celulares. Entre os itens encontrados estavam carcaças de aparelhos, sendo três delas com registro de boletim de ocorrência de furto ou roubo, segundo a delegada Maria Rezende Corsato, que chefia a apuração.

Todo o processo de negociação ocorre por meio de mensagens por aplicativos como WhatsApp ou Telegram. Os aparelhos são entregues na rua Guaianases, entre as ruas Vitória e dos Timbiras, na região da cracolândia, centro paulistano.

Segundo a Polícia Civil, os líderes da quadrilha são africanos, boa parte deles de Senegal, e também há brasileiros envolvidos.

A apuração da polícia indica a dinâmica da negociação.

Ladrões espalhados pela capital são responsáveis por atacar motoristas parados em semáforos ou no trânsito. No caso de pedestres, eles se valem de pontos de grande aglomeração.

Com os aparelhos em mãos, os criminosos já sabem para quem vender, acionando os compradores por meio de aplicativos de mensagem.

Na sequência, eles recebem os valores separados ou o catálogo de quanto vale cada aparelho no mercado irregular.

Um iPhone 13, por exemplo, que custa a partir de R$ 6.499 na loja virtual da marca Apple, rende R$ 800 ao criminoso. Um iPhone 7, mais antigo e já fora de linha, R$ 150.

Pela tabela, o iPhone 13 Pro Max é o mais valioso. No comércio ilegal, vale R$ 1.800. Na internet, é vendido, por exemplo, por cerca de R$ 9.000.

Já na região da cracolândia, os aparelhos são desbloqueados e revendidos no país ou encaminhados para o exterior.

Em uma das conversas captadas pela polícia, em maio do ano passado, um homem diz ter um celular Motorola Moto G20 e um Xiaomi, sem especificar o modelo. O criminoso pede R$ 500 por ambos. O comprador oferece R$ 400. O vendedor afirma, então, que os telefones estão novos, além de se queixar de gastos com gasolina. Ele pede, então, R$ 450. O acordo é fechado.

No mesmo dia, cerca de 14 horas depois, houve uma nova conversa entre a mesma dupla e, desta vez, o vendedor oferece dois iPhone 13 Pro, a serem retirados na catraca da estação Faria Lima do metrô, na zona oeste.

Uma outra negociação da quadrilha ocorreu em 20 de maio de 2022, exatamente quatro dias após o aparelho ter sido furtado dentro da estação República do metrô, na região central.

Ao anunciar o aparelho, o criminoso forneceu ao comprador o modelo, um iPhone SE, e o número do Imei (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, em português).

Rastreado o Imei, os policiais civis chegaram a um boletim de ocorrência registrado pela internet. Nele, o dono do aparelho diz que uma mulher passou ao seu lado e pegou o celular do bolso dele, mas só mais tarde percebeu.

As apurações contra a quadrilha são realizadas pelo 27° DP (Campo Belo). A atuação do grupo entrou na mira da polícia em meio a investigações de três ladrões de celulares que agiam no entorno da avenida dos Bandeirantes, na zona sul, importante via de ligação entre a marginal Pinheiros e a rodovia dos Imigrantes, segundo a delegada Corsato.

Mais quatro suspeitos, três senegaleses e um chileno, tiveram suas prisões preventivas decretadas pela Justiça.

Procurada, a 1ª Delegacia Seccional Centro, responsável pela região, disse que existe um trabalho de investigação e de inteligência sendo feito para a repressão de crimes patrimoniais, principalmente contra o roubo e furto de celulares.

Há, ainda, conforme a Polícia Civil, operações periódicas nas cenas abertas de uso de drogas sufocando o tráfico e a receptação dos aparelhos furtados ou roubados.

VALORES DE CELULARES NO MERCADO ILEGAL

iPhone 11: R$ 400
IPhone 11 Pro: R$ 600
iPhone 11 Pro Max: R$ 800
iPhone 12: R$ 600
iPhone 12 Pro: R$ 800
iPhone 12 Pro Max: R$ 1.300
iPhone 12 Mini: R$ 500
iPhone 13: R$ 800
iPhone 13 mini: R$ 600
iPhone 13 Pro: R$ 1.300
iPhone 13 Pro Max: R$ 1.800

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