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Cotidiano

Putin troca o comandante da invasão da Ucrânia novamente

Chefe do Estado-Maior vai chefiar operações, ato que parece mirar pressão da linha dura

12/01/2023 às 10:59  atualizado em 12/01/2023 às 11:12

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A mudança visa calar os membros da linha dura que exigem uma radicalização das ações no país vizinho

A mudança visa calar os membros da linha dura que exigem uma radicalização das ações no país vizinho | Pedro Ladeira/Folhapress

A Rússia trocou pela segunda vez em três meses o comandante de suas forças na invasão da Ucrânia, que completará um ano no fim de fevereiro.  

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O presidente Vladimir Putin promoveu uma mudança que parece destinada a calar os membros da linha dura que exigem uma radicalização das ações no país vizinho, enviando para o posto o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Valeri Gerasimov. 

Muito criticado pela condução da guerra até outubro, quando pela primeira vez o Ministério da Defesa anunciou um comandante único para a invasão, Serguei Surovikin, Gerasimov é uma figura da copa do Kremlin. 

Ainda que pouco se saiba do processo decisório de Putin, ele e o ministro Serguei Choigu (Defesa) eram sempre os únicos a participar de quaisquer reuniões militares acerca da crise anteriores e posteriores ao assalto contra o vizinho. 

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Gerasimov sempre foi um dos alvos preferenciais dos nacionalistas que exigem mais dureza no trato da guerra. Eles se expressam por meio de blogueiros militares, mas também por duas figuras públicas mais proeminentes: o líder tchetcheno Ramzan Kadirov e o chefe do grupo mercenário Wagner, Ievguêni Prigojin. 

Os dois têm forças em combate ativo na Ucrânia, e Prigojin resolveu passar as últimas semanas num giro pela frente em Donetsk, onde suas tropas estão perto de conquistar a cidade de Soledar, sede de uma rica indústria de mineração de sal e porta para tentar capturar Bakhmut, estratégico ponto de conflito reduzido a ruínas no embate com Kiev. 

Segundo um observador político em Moscou, falando sob reserva, há a percepção de que o presidente russo ficou irritado com a publicidade de Prigojin, gravando vídeos e clamando vitórias só para si.

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Ele é conhecido como "chef de Putin", por ter cuidado dos serviços de alimentação do Kremlin, e é uma controversa figura: ex-presidiário, busca em cadeias voluntários para seu grupo, que atua há anos em pontos como a Síria ou países africanos. 

Como ele e Kadirov constantemente criticavam a condução da guerra, analistas sugeriam que seus alvos eram Choigu e Gerasimov. Mesmo o general Aleksandr Lapin, alvo de objeções por sua ação na Ucrânia, parece ter sido promovido a chefe de forças terrestres russas.

Mas isso não é tudo. De acordo com o mesmo observador, a ideia de que Moscou tentará uma ofensiva em fevereiro ou março, já denunciada por Kiev, está ganhando força nos círculos políticos. Nesse sentido, uma face mais política, já que Gerasimov está no cargo desde 2012 ao lado de Putin, seria mais facilmente associada tanto a um sucesso quanto a um fracasso.

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Como sempre, a opacidade da Rússia sob Putin dificulta asserções, mas a lógica existe. Gerasimov era considerado um dos líderes da operação, que nunca teve um chefe oficial até outubro, quando Surovikin foi indicado. 

Ele conduziu a bem-sucedida retirada de Moscou da cidade de Kherson, sem as mesmas perdas militares ocorridas em Kharkiv antes de sua chegada. Também operou a campanha de ataques aéreos que colocou boa parte da Ucrânia no escuro em pleno inverno.

Mas o aparente sucesso russo no leste, em Donetsk, tem sido creditado apenas a Prigojin e seus mercenários. Não por acaso, em seu relato diário desta quarta (11), o Ministério da Defesa disse que os combates em Soledar ainda continuavam e que era cedo para cantar vitória.

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Surovikin, um condecorado general conhecido como o "açougueiro de Aleppo", por seu papel na cidade síria durante a intervenção russa na guerra civil do país árabe, será um dos adjuntos de Gerasimov. Os outros dois, Oleg Saliukov e Alexei Kim, não estiveram envolvidos nas ações na Ucrânia. 

Enquanto a política tece seus fios, em Soledar o sangue segue a correr. Segundo o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, a situação é crítica, mas os russos ainda não podem chamar a cidade de sua. 

O analista militar americano Michael Kofman, do centro CNA (EUA), escreveu duvidar do custo-benefício do morticínio relatado pelos dois lados na cidade para a Rússia. Nos canais ligados à guerra ucranianos e russos no Telegram, é descrita uma batalha com centenas de mortos jogados pelas ruínas da cidadezinha. 

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Ela tem um atrativo extra, que muitos comentarista apontam ao mostrar o interesse de Prigojin em conquistá-la: as ricas minas de sal, que têm grande potencial de exploração econômica e mesmo militar, possibilitando o estacionamento seguro de forças.

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