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Cotidiano
Segundo o autor da proposta, vereador Fábio Riva (PSDB), a ideia visa o 'disciplinamento de seu uso'
10/05/2022 às 15:56 atualizado em 10/05/2022 às 15:59
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Vista aérea da Cracolândia, na região central de SP | Danilo Verpa/Folhapress
Local de tráfico de drogas na cracolândia, a praça Princesa Isabel deverá se transformar em um parque, conforme prevê um projeto de lei do vereador Fábio Riva (PSDB) protocolado nesta segunda-feira (9) na Câmara Municipal de São Paulo.
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Com a mudança, o local de 16,6 mil metros quadrados poderá ser cercado por grades, como os outros parques da cidade, o que está em linha com o que diz a justifica do projeto, que prevê o "disciplinamento de seu uso".
No título, a proposta "transforma a praça Princesa Isabel em parque municipal, e dá outras providências". Na justificativa, Riva, que é líder do governo na Câmara, diz que a transformação da praça Princesa Isabel em parque tem como finalidades "preservar a flora" e "conferir conforto aos frequentadores".
Ou, então, se pretende copiar o modelo adotado na praça do Pôr do Sol, no Alto de Pinheiros (zona oeste), onde no ano passado um grupo de moradores e urbanistas protestaram contra a instalação de cercas e a restrição de horário, limitando o acesso da população a um lugar público.
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Riva anexou à proposta um abaixo-assinado, intitulado como Revitalização da Praça Princesa Isabel, com 983 assinaturas no total. Entre elas, moradores dos bairros Bom Retiro e Santa Cecília. A área é delimitada pelas avenidas Duque de Caxias e Rio Branco e as ruas Helvétia e Guaianazes. As despesas com a execução das obras deverão ser pagas pela prefeitura.
A reportagem solicitou à assessoria do parlamentar uma entrevista na manhã desta terça, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
Na justificativa da proposta, o vereador ressaltou que, após uma reforma, em 2018, a praça passou a contar com quadra poliesportiva com alambrado, equipamentos de ginástica, mesas de jogos de tabuleiro e de piquenique.
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Também foi instalado um playground, espaço pet e locais para feiras de artesanato e food trucks. Foram instalados sanitários públicos (feminino, masculino e acessível) e construídos bancos de concreto, pista de corrida e um lugar para apresentações artísticas, além de novas lixeiras e bebedouros, segundo Riva.
"Em 4 de outubro de 2019, seis meses após o fim do acordo com a empresa que revitalizou a Praça Princesa Isabel, a praça já estava degradada devido a vandalismos", escreveu o tucano.
Desde março deste ano, o local concentra usuários de drogas que antes frequentavam o entorno da praça Júlio Prestes, a poucos metros dali. O fluxo ocorreu após ordens do crime organizado para que a multidão saísse das ruas que antes formavam a cracolândia, de acordo com a polícia.
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A Folha de S.Paulo mostrou, em abril, que a Prefeitura de São Paulo instalou grades para dividir a praça Princesa Isabel, separando assim usuários de drogas e moradores de rua das equipes que trabalham no projeto de revitalização do local.
Em nota, a prefeitura disse, na ocasião, que a instalação dos gradis visava garantir a segurança de dependentes químicos que permanecem no local durante a execução de serviços de zeladoria, poda de árvores e jardinagem. A copa de árvores é utilizada como aliada pelos traficantes e usuários, dificultando o monitoramento da praça Princesa Isabel através de câmeras e drones.
O miolo da praça foi tomado por lonas pretas e mesas que servem de apoio para comercialização e consumo de drogas.
Antes mesmo dessa invasão pelos usuários, o fluxo no local havia sido intensificado por moradores em situação de rua ao longo da pandemia de Covid-19.
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A revitalização da praça é um desejo antigo do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em fevereiro, o prefeito havia escalado a Subprefeitura da Sé para intensificar o que chama de serviços de zeladoria na praça. Um dos cartões postais de São Paulo, a praça viu a situação degringolar com a chegada da cracolândia.
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