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Cotidiano

Projeções mostram dólar de volta à casa do R$ 5 em 2024

Analistas do BTG Pactual dizem que o cenário fiscal doméstico é relevante para o câmbio

Gabriel Fernandes

01/01/2024 às 22:53  atualizado em 02/01/2024 às 08:28

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Do total de 18 casas de análise consultadas pela Folha de S.Paulo, 12 enxergam o dólar de volta à casa dos R$ 5

Do total de 18 casas de análise consultadas pela Folha de S.Paulo, 12 enxergam o dólar de volta à casa dos R$ 5 | Pixabay/Pexels

Boa parte do mercado financeiro está apostando em uma leve desvalorização do real ante o dólar em 2024, segundo projeções de bancos e corretoras.

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Do total de 18 casas de análise consultadas pela Folha de S.Paulo, 12 enxergam o dólar de volta à casa dos R$ 5, e apenas três estimam uma valorização do real na comparação com o seu atual patamar -- que hoje ronda os R$ 4,85.

O Focus, boletim do Banco Central que reúne expectativa de analistas, também projeta dólar a R$ 5 em 2024.
Em relatório, o Santander diz que, apesar da solidez das contas externas, o banco enxerga pouco espaço para uma apreciação da moeda brasileira. Olhando para o exterior, a instituição financeira chama atenção para as perspectivas de manutenção de juros em níveis restritivos em economias como a dos Estados Unidos.

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No cenário interno, por outro lado, o Santander cita riscos fiscais e a sinalização de que a taxa básica de juros, Selic, seguirá em queda. Essa combinação de queda de juros aqui e alta nos EUA, ou seja, diminuição da diferença entre as taxas dos dois países, leva a uma diminuição no fluxo de capital estrangeiro no Brasil --já que compensa menos para os investidores de curto prazo tomar o risco aqui. Com isso, o dólar se aprecia.

"Assim, apesar de ter havido alguma melhora no curto prazo (...) mantemos nossa visão de uma moeda [brasileira] mais desvalorizada à frente, com projeção de R$ 5,25 por dólar para o final de 2024", dizem analistas do banco.

Também no exterior, o Santander cita como limitadora da valorização da moeda brasileira a "acomodação nos preços das commodities". Como o Brasil é forte na exportação de matérias-primas, a alta de preços beneficia as companhias exportadoras com margens maiores e atrai capital estrangeiro para o país. Quando os preços caem, contudo, essas companhias têm um desempenho mais fraco, o que as tornam menos atraentes para o investidor de fora.

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O lento crescimento da China, maior parceiro comercial do Brasil, também é citado pelo banco como um componente que limita a valorização do real frente ao dólar.

Analistas do BTG Pactual dizem que o cenário fiscal doméstico é relevante para o câmbio, especialmente se houver mudança de meta de resultado primário, mas colocam essa questão em segundo plano. Para o banco, a dinâmica do câmbio nos próximos meses dependerá, principalmente, de fatores externos.

Em relatório, a instituição financeira, que projeta o dólar a R$ 5,00 ao final de 2024, destaca a importância da política monetária nos EUA, tanto para uma apreciação quanto para uma depreciação do real frente ao dólar.

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"Vale destacar que, mesmo com os juros domésticos mais baixos e a redução esperada nos preços das commodities no próximo ano, nossos modelos apontam para uma taxa de câmbio mais apreciada em 2024 (abaixo de R$ 5,00 por dólar) caso os juros dos títulos do Tesouro americano de dez anos se acomodem em um patamar entre 4,00% e 4,25%".

Atualmente, os títulos de dez anos dos EUA estão perto dos 4,00%.

No ambiente doméstico, além da questão fiscal, o BTG cita o "expressivo superávit comercial", com a balança comercial brasileira batendo recorde neste ano, registrando saldo positivo acumulado até aqui de mais de R$ 90 bilhões.

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Esse fator tem resultado em maior entrada de dólares no país, diz o banco, contribui e continuará contribuindo para a moeda doméstica "performar bem na comparação com a de seus pares".

O banco Inter também vê "riscos desbalanceados" para o câmbio em 2024. Segundo relatório da instituição financeira, "o fiscal pode voltar a trazer mau humor entre os investidores, particularmente se o governo se mostrar incapaz de controlar o crescimento dos gastos".

Por outro lado, o Inter diz que o fim do ciclo de alta na política monetária dos EUA "ajuda a limitar a pressão via diferencial de juros".

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"Além disso, esperamos que a balança comercial continue em patamar robusto em 2024, mantendo o fluxo positivo. Dado esse cenário, esperamos que a taxa de câmbio encerre 2024 cotada próximo a R$ 5,00, com um viés de baixa", diz o banco.

O Itaú, que tinha expectativa de R$ 5,25 para o câmbio no fim de 2024, alterou na quinta-feira (21) sua projeção para R$ 4,90. O banco justificou a mudança argumentando que enxerga o Federal Reserve, banco central americano, baixando juros mais cedo no ano que vem.

"Além disso, o prêmio de risco doméstico em nível baixo e o bom desempenho da balança comercial oferecem suporte para a moeda", acrescenta o banco.

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O mais pessimista de todos para o câmbio, o C6 Bank revisou sua projeção para o dólar de R$ 6 para R$ 5,50 recentemente, também argumentando que a expectativa de uma queda antecipada de juros pelo Fed deve melhorar as perspectivas para a moeda brasileira no próximo ano.

Recentemente, a autoridade monetária dos EUA passou a adotar um discurso menos duro em relação aos juros, levando muitos analistas a apostarem em um corte da taxa básica do país após o primeiro trimestre de 2024, algo que estava fora do horizonte dos especialistas há alguns meses.

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