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Cotidiano

Procon encontra novos casos de 'golpe da fruta' no Mercadão de SP

Um cliente afirmou que pagou R$ 200 em uma bandeja de laranja porque um dos vendedores estava com uma faca na mão

24/03/2022 às 11:41  atualizado em 24/03/2022 às 13:18

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Mercado Municipal de São Paulo

Mercado Municipal de São Paulo | JOSÉ CORDEIRO/SPTURIS

O Procon-SP encontrou novos casos do tipo de irregularidade que ficou conhecida como "golpe da fruta" no Mercado Municipal de São Paulo e multou 18 barracas nesta quarta-feira (23).

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Os auditores passaram por barracas de frutas, lojas de laticínios e lanchonetes. No caso das vendas de lanches a análise verificou a qualidade da mortadela que estava sendo oferecida aos clientes. No total, foram fiscalizadas 46 pontos, dos quais 18 apresentaram irregularidades.

  • 12 estavam comercializando produtos sem informação de preço;
  • 8 vendendo produtos sem informação de validade;
  • 6 informavam o preço dos produtos por grama e não por kilo;
  • 5 não informavam a origem dos produtos;
  • 5 não informavam se os produtos continham ou não glúten;
  • 4 apresentaram divergência de titularidade para emissão das Notas Fiscais;

Em fevereiro, denúncias sobre a qualidade da mortadela que estava sendo servida no tradicional sanduíche que é vendido no local começaram a vir à tona. De acordo com os agentes, as lanchonetes anunciavam o sanduíche de mortadela de uma marca de boa qualidade, mas o produto que encontraram era, na verdade, de procedência desconhecida. 


No mesmo mês, após interditar três barracas, os agentes do Procon autuaram onze estabelecimentos por desrespeito à legislação. Entre as irregularidades encontradas estava a venda de frutas importadas fora do prazo de validade e sem dados do importador. Outra falha verificada foi falta de informação do preço de forma precisa e adequada, especificando se o valor era cobrado por unidade, quilograma ou grama.

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Golpe da fruta


O golpe que ganhou repercussão na internet se refere aos preços abusivos cobrados por alguns comerciantes do Mercadão. A reportagem do "g1" fez o teste de compra de frutas e verificou que o golpe realmente ocorria. 

Em 14 de fevereiro a equipe visitou quatro barracas e, em todas, os vendedores coagiram os jornalistas a comprarem frutas por valores muito acima da média. No dia do teste foram gastos quase R$ 100 com apenas uma unidade de fruta-do-conde, cinco morangos e 18 tâmaras.

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Os tipos de golpes

  • Ofertar um produto por um valor e cobrar mais do que o dobro na hora do pagamento;
  • Apresentar o valor por grama em vez de falar por quilo para tentar confundir o consumidor;
  • Colocar mais produtos do que o solicitado pelo cliente nas bandejas para aumentar o peso e elevar o valor da compra.

No Mercadão, é possível perceber que os preços de cada barraca não seguem um padrão. Uma turista que estava andando pelo local disse que gastou R$ 80 em uma bandeja com quatro frutas. “Pelo que percebemos aqui, esse é o preço na bandeja, não sai menos que isso".


Um funcionário do estacionamento também confirmou sobre os preços altos e disse que  a tradição é vender uma única fruta por R$ 50.

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“Quem vem aqui precisa ter dinheiro, tem que vir para gastar. Mas eu jamais sairia de casa para gastar com fruta, não dá certo.”


Outros consumidores do tradicional centro de compras denunciaram que os vendedores também costumam colocar açúcar na fruta na hora da degustação. Na abordagem feita em fevereiro não foi possível verificar se as facas que os vendedores usaram para cortar as frutas tinham açúcar, mas todas elas estavam extremamente doces.


Relatos nas redes

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Um perfil foi criado no no Instagram para receber denúncias sobre o Mercadão. A página golpe_do_mercadao_sp, recebe relatos de consumidores e já tem mais de 11 mil seguidores e centenas de denúncias entre postagens e comentários.


Um dos casos mais comentados é de um consumidor que diz que a polícia foi acionada em uma briga em que uma família se recusou a pagar R$ 370 em uma bandeja de frutas.


"Somos do Paraná, em uma visita em São Paulo fomos até o Mercadão. Nos ofereceram várias frutas para degustação, segundo eles, exóticas. Enquanto provávamos, eles preparam uma bandeja com todas as frutas, nos recusamos a pagar.

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Eles nos chamaram de folgados, e o meu primo acabou deferindo um soco contra um vendedor. Argumentaram para os policiais que a gente tinha comido tudo e se recusado a levar a bandeja", informou uma cliente.

Uma outra pessoa afirmou que um vendedor fez com que ela se sentisse ameaçada por estar com uma faca na mão. Ela pagou R$ 200 em uma bandeja de laranja na ocasião.

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