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Cotidiano
Zelenski afirmou que, caso a Rússia não seja repreendida agora, outros países também podem iniciar guerras com seus vizinhos
31/03/2022 às 09:52 atualizado em 31/03/2022 às 09:56
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Presidente ucraniano Volodimir Zelenski | DIVULGAÇÃO/PRESIDÊNCIA DA UCRÂNIA
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse nesta quinta-feira (31) que se a Rússia tivesse sido punida quando anexou a Crimeia em 2014, a guerra atual, que está em seu 36º dia, não teria acontecido.
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"Temos que corrigir esses erros horríveis, e corrigi-los agora", disse o ucraniano em um discurso ao Parlamento da Austrália.
Para Zelenski, a resposta que a comunidade internacional dá agora à ofensiva de Moscou -que ele considera branda e insuficiente- pode ser determinante em possíveis conflitos futuros.
"Se não paramos a Rússia agora, se não responsabilizarmos a Rússia, alguns outros países do mundo que estão ansiosos por uma guerra semelhante contra seus vizinhos decidirão que essas coisas também são possíveis para eles", afirmou.
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"O destino da segurança global está decidido agora."
Embora não tenha mencionado nenhum país em específico, a declaração pode ser interpretada como um alerta sobre a posição da China em relação a Taiwan.
A tese ganha força a partir de dois fatores: o fato de que Zelenski aposta no uso de referências históricas do passado e do presente dos países que o recebem e a postura recente dos seus interlocutores na ocasião. A Austrália tem vivido uma série de embates em várias frentes contra Pequim e vem expressando preocupações sobre a linguagem cada vez mais agressiva usada pelo regime de Xi Jinping contra a ilha que a China considera uma província rebelde.
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Cinco semanas depois da invasão que destruiu cidades inteiras e criou um fluxo de refugiados que já ultrapassa a marca de 4 milhões, Zelenski disse em pronunciamento na Ucrânia que o país está se preparando para receber novos ataques da Rússia na região leste, onde as forças de Moscou agora estariam concentradas depois que sua ofensiva contra Kiev foi freada pela resistência ucraniana.
Ele afirmou que o deslocamento de tropas russas para longe de Kiev e de Tchernihiv não pode ser lido como uma retirada, mas sim como uma "consequência do trabalho dos defensores" ucranianos.
O presidente, por óbvio, tenta ressaltar o papel da resistência das tropas sob seu comando, mas sabe que a realidade é menos romantizada.
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A missão do Kremlin na Ucrânia agora se concentra em "libertar" a região do Donbass, no leste do país. Lá estão as províncias de Lugansk e Donetsk, cujos líderes separatistas recebem apoio russo desde 2014 e tiveram sua independência reconhecida por Moscou três dias antes do início da guerra.
Alvo da Rússia há semanas justamente por sua posição estratégica entre o Donbass e a Crimeia, Mariupol segue sob cerco. Em quatro semanas, a maior parte dos prédios da cidade foi destruída. Moscou anunciou um cessar-fogo no local para a instauração de corredores humanitários e, nesta quinta, segundo autoridades ucranianas, um comboio de ônibus deve entrar na cidade para retirar civis que ainda não conseguiram fugir do conflito.
Enquanto o futuro da guerra segue incerto, autoridades ocidentais afirmam que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi enganado por seus generais sobre o péssimo desempenho de seus militares no país vizinho.
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"Temos informações de que Putin se sentiu enganado pelos militares russos, o que resultou em tensão persistente entre Putin e sua liderança militar", disse Kate Bedingfield, diretora de comunicações da Casa Branca, durante entrevista coletiva na quarta-feira (30).
"Acreditamos que Putin está sendo mal informado por seus conselheiros sobre o desempenho ruim dos militares russos e como a economia russa está sendo prejudicada por sanções, porque seus conselheiros seniores têm muito medo de lhe dizer a verdade".
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