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Cotidiano

Presidente da Caixa diz que violência contra mulher 'não é aceitável'

Daniella Marques afirmou que vai conduzir uma apuração rigorosa obre as denúncias de assédio sexual de funcionárias contra Pedro Guimarães

Bruno Hoffmann

04/07/2022 às 13:17  atualizado em 04/07/2022 às 13:21

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Agência da Caixa

Agência da Caixa | Roberto Gardinalli/Futura Press/Folhapress

A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, afirmou neste domingo (3) em entrevista à TV Record que vai conduzir uma apuração ágil e rigorosa sobre as denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias do banco contra o ex-presidente Pedro Guimarães.

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"Asseguro que tudo será feito com independência, rigor e seriedade, e, se realmente for comprovado, todas as punições cabíveis serão feitas", afirmou.

Marques reforçou que, como mulher, entende o sentimento das funcionárias neste momento. "Já me disseram que banco não era lugar de mulher, sei um pouco das barreiras que norteiam essa causa", afirmou.

A nova presidente fez um breve relato de suas metas à frente da instituição em entrevista ao programa Domingo Espetacular.

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"A Caixa é um banco com 161 anos de história, de quase 150 milhões de clientes e tem 250 mil colaboradores, mas o que eu propus como estratégia é que, independentemente do resultado das apurações, se existem culpados ou não, essa causa é para já", disse.

"A gente não deveria estar falando de assédio. Metade das mulheres do Brasil são vítimas de assédio no trabalho, então a Caixa, que sempre foi o banco de todos os brasileiros, daqui para a frente -e tenho aprovação de todos os órgãos internos para isso– vai ser a mãe da causa das mulheres. Não é aceitável que haja violência contra mulher."

Na quarta-feira (30), o conselho de administração da Caixa aprovou a realização de uma auditoria externa para apurar as denúncias de assédio sexual e rastrear outros membros da cúpula que acobertaram a situação.

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A decisão levou em consideração que vítimas indicaram que os episódios eram conhecidos por ao menos parte da diretoria e dos vice-presidentes da Caixa, que nada fizeram para apurar a conduta de Guimarães.

Marques reforçou a importância dessa decisão e da agilidade em apurar o que ocorreu.

"Vou implementar um ritmo de mulher, acelerado, com tudo ao mesmo tempo. Já na sexta-feira, quando assinei internamente o termo de posse, me reuni com alto comando da Caixa e definimos um plano de ação", afirmou.

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"O primeiro passo foi o afastamento de outras pessoas que estão evolvidas nas apurações, porque agora temos de proteger a imagem da instituição", afirmou.

Nesse processo de identificar quem pode ter sido conivente com as irregularidades, o vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, Celso Leonardo Barbosa, também deixou o cargo. Barbosa substituía Guimarães no comando da instituição com frequência, e a avaliação é que seria muito difícil ele não ter conhecimento da conduta do chefe.

Marques também quer criar um comitê de crise para apurar os episódios narrados pelas vítimas e identificar outros possíveis envolvidos.

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A nova presidente da Caixa também afirmou que na sua gestão uma das prioridades será contribuir para o fomento dos pequenos negócios.

"Qual é a maior alavanca de transformação social? O empreendedorismo. Todos os programas sociais são contratados pela Caixa, mas, além de assistência, queremos dar independência com apoio ao microempreendedorismo", afirmou.

Daniella Marques trabalhou com o ministro Paulo Guedes (Economia) no mercado financeiro antes de integrar o atual governo.

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Como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da Economia, atuou nos bastidores de negociações políticas, função que continuou exercendo, ainda que de maneira informal, após assumir, em fevereiro, a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, cargo que deixou para comandar a Caixa.

Colegas de trabalho no governo a descrevem como uma profissional dedicada e que trabalha por horas a fio para assegurar o cumprimento das "missões" dadas pelo ministro e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem também se tornou uma interlocutora direta, frequentando o Palácio do Planalto.

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