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Cotidiano
A medida tem o intuito de diminuir o índice de evasão escolar
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Transporte escolar | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
A Prefeitura de São Paulo vai contratar 70 mães para ajudar a encontrar alunos que não estão indo aos colégios na rede municipal. O anúncio foi feito pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), em entrevista coletiva na sexta-feira (3), como uma das medidas contra a evasão escolar.
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Essas mulheres, de acordo com a gestão municipal, irão às casas dos estudantes faltosos. Elas vão atuar no entorno de suas residências.
Em mãos, elas terão um questionário elaborado pela Secretaria Municipal de Educação para que as mães famílias respondam na visita.
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As mulheres serão divididas entre as 13 diretorias regionais de educação, de acordo com a necessidade de cada microrregião. O trabalho para carga horária de 4h diárias mais 4h semanais destinadas à formação será remunerado em R$ 1.150 mensais, com contrato de seis meses.
Questionada sobre como serão as inscrições para as vagas, a secretaria não respondeu até a conclusão desta reportagem.
Em fevereiro, a prefeitura anunciou a contratação de 5.000 mães para ajudar nas escolas da rede municipal, principalmente em ações contra a Covid-19.
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Sem dar números de alunos faltosos, Nunes atribui essa evasão à pandemia do coronavírus e à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes.
A contratação de mães faz parte do Programa de Combate à Evasão Escolar na Rede Municipal, lançado nesta sexta. De acordo com Nunes, o Plano de Enfrentamento à Evasão Escolar de Busca Ativa de Alunos da Rede Municipal terá a parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e do Instituo Liberta.
Nos poucos números que citou, o prefeito disse que cerca de 1 milhão de alunos voltaram às aulas presenciais no mês passado, que 34% dos estudantes fizeram apenas atividades pela internet e que 2% estão dentro do sistema de busca ativa, porque o aluno não fez nenhuma das atividades.
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O secretário municipal da Educação, Fernando Padula, disse que além da visita das 70 mães, outros 39 estagiários, estudantes dos cursos de psicologia e políticas públicas, também farão parte do programa. "A ação será em rede com as diversas secretarias municipais para podermos identificar o aluno ou os que estão em risco de evasão", explicou.
O programa vai usar também informações do Programa de Saúde a Família, que visitam em média 62 mil famílias por mês.
Exploração sexual
De acordo com a diretora-presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, uma das razões da evasão escolar é a violência sexual invisibilizada contra crianças e adolescentes.
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"Sabemos que 70% das violências sexuais são praticadas dentro de casa", disse. "Quando essas crianças vão para a escola elas conseguem pedir socorro, então o papel da escola é fundamental nesse processo", completou.
A chefe do escritório do Unicef São Paulo, Adriana Alvarenga, disse que a pandemia fez com que muitos alunos deixassem a escola e duas a cada 10 crianças no Brasil não tiveram acesso ao material escolar durante a pandemia.
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