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Cotidiano

Praias do litoral norte de SP ficam mais limpas, exceto em São Sebastião, atingida por tragédia

As fortes chuvas que atingiram São Sebastião no Carnaval deste ano, um evento climático considerado extremo, causaram 64 mortes e tantos danos materiais em bairros e vias de acesso

Ana Clara Durazzo

25/12/2023 às 15:02

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A balneabilidade das praias melhorou em três das quatro cidades do litoral norte de São Paulo em 2023

A balneabilidade das praias melhorou em três das quatro cidades do litoral norte de São Paulo em 2023 | Nair Bueno/DL

A balneabilidade das praias melhorou em três das quatro cidades do litoral norte de São Paulo em 2023, com exceção de São Sebastião. É o que aponta levantamento anual feito pela Folha em 1.350 praias monitoradas no litoral brasileiro.

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As fortes chuvas que atingiram São Sebastião no Carnaval deste ano, um evento climático considerado extremo, causaram 64 mortes e tantos danos materiais em bairros e vias de acesso que fizeram com que técnicos da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) ficassem duas semanas sem conseguir acessar pontos de monitoramento em praias da cidade. Para o verão, porém, o prognóstico é positivo, com expectativa até aqui de praias limpas.

Dos 30 pontos analisados semanalmente pela Cetesb, 9 ficaram impróprios somente na semana da tragédia. Isso fez com que o total de praias boas -consideradas próprias em todas as medições- caísse das 12 verificadas no levantamento de 2022 para as atuais 6.

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Naquela semana, e só nela, Toque-Toque Grande, Santiago, Maresias (dois pontos), Camburizinho, Baleia, Sahy e Juqueí (dois pontos) ficaram impróprias.

Enquanto isso, as praias regulares subiram de 13 para 21, as ruins recuaram de 4 para 3 e nenhuma foi considerada péssima neste ano -no ano passado, havia uma nessa situação.

"Ficou bem ruim com as chuvas, muito detrito, muita lama, muita sujeira na praia. Foi uma catástrofe. A praia ficar imprópria foi o de menos, o que aconteceu com as pessoas foi triste demais", disse Cláudia Lamparelli, gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb.

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Na praia Preta do Norte, a equipe do órgão estadual não conseguiu chegar ao local de medição por duas semanas. Eram galhos, árvores inteiras, terra e lama no acesso, conta a gerente. Em outras, já foi possível acessar na semana seguinte. A Defesa Civil da cidade foi homenageada na última semana num evento no Palácio dos Bandeirantes devido à atuação na operação pós-tragédia.

"Igual ao que aconteceu acredito que nunca mais vai se repetir. Quem vê as praias hoje, limpinhas, não imagina as dificuldades todas", disse o comerciante Carlos Souza, que oferece roteiros turísticos e viu seu faturamento praticamente zerar nas semanas seguintes.

Ao contrário de São Sebastião, em Ilhabela, Ubatuba e Caraguatatuba houve melhora na qualidade das praias.
Ilhabela passou de uma praia boa para três (Barreiros Norte, Saco da Capela e Engenho D'Água) e, na outra ponta, viu as ruins recuarem de cinco para três. Treze se mantiveram regulares.

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Já em Ubatuba -cidade com mais pontos de monitoramento (35)-, as praias boas passaram de 16 para 22, enquanto as regulares recuaram de 14 para 8. Houve ainda 4 ruins e 1 péssima.

Caraguatatuba avançou para 6 praias próprias o ano todo, ante as 4 do período anterior, e manteve 7 em condição regular. Só uma praia foi avaliada como ruim (Prainha).

"Quando analisamos a região como um todo, ela está melhor do que foi no ano passado. Os outros municípios compensaram o que aconteceu na costa sul de São Sebastião em relação à balneabilidade", disse a gerente da Cetesb.

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O cenário melhorou, segundo Lamparelli, devido a um pacote formado por investimentos em saneamento e também a um regime de chuva favorável -exceto, claro, São Sebastião.

Para o verão, o cenário é positivo até o momento, se forem analisadas as medições feitas pelo órgão entre setembro e outubro. Dos 30 pontos monitorados na cidade, 26 estavam próprios o tempo todo nos dois meses.

"Se as chuvas não forem muito intensas no verão, acredito que será tranquilo [em relação à balneabilidade]", afirmou a gerente.

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Riscos
Nadar em áreas impróprias pode causar problemas de saúde, sobretudo doenças gastrointestinais ou de pele, como micoses. Outros focos de contaminação, que não são considerados nesta análise, podem ser a presença de lixo na areia e o vazamento de óleo, como o que aconteceu no litoral nordestino em 2019.

Além de não entrar na água quando ela estiver imprópria, entre as recomendações de especialistas estão as de não tomar banho no mar após chuvas intensas e também não banhar-se em locais que desaguem no mar.

No geral, as praias paulistas melhoraram em 2023. As boas, próprias para banho em todas as semanas entre novembro de 2022 e outubro deste ano, subiram de 44 para 54, enquanto as regulares ficaram estáveis -de 80, ano passado, agora são 81. As ruins e péssimas recuaram, de 33 para 28 e de 18 para 12, respectivamente.
São Paulo teve 175 pontos monitorados em 15 municípios do litoral neste ano, mesmo número de locais medidos em 2022. Desses, 157 são avaliados todas as semanas, 11 são monitorados mensalmente e 7 pontos, todos em Ubatuba, têm medição que varia de uma a quatro vezes no mês.

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