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Cotidiano

Praça em SP é palco de cenas de sexo após dispersão da cracolândia, dizem moradores

Um morador registrou de sua janela, no fim da manhã da última segunda (26), o momento em que um homem e uma mulher mantinham relação sexual na praça

Natália Brito

28/09/2022 às 10:30  atualizado em 28/09/2022 às 10:44

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A praça Júlio Mesquita conta a fonte Monumental, que teve que ser desligada após furtos.

A praça Júlio Mesquita conta a fonte Monumental, que teve que ser desligada após furtos. | Reprodução/Google Street View

Vizinhos da praça Júlio Mesquita, no centro de São Paulo, relatam que o espaço tem sido palco de cenas de sexo ao ar livre após uma concentração de usuários de drogas se formar a poucos metros dali.

Um morador registrou de sua janela, no fim da manhã da última segunda (26), o momento em que um homem e uma mulher mantinham relação sexual na praça, que está cercada com tapumes –o espaço foi fechado pela prefeitura no fim do ano passado para obras em razão de atos de vandalismo.

A praça está a poucos passos do fluxo, como é chamada a concentração de dependentes químicos, que se formou no cruzamento das ruas Vitória e Conselheiro Nébias. Desde maio, quando uma operação policial expulsou a cracolândia da praça Princesa Isabel, usuários têm migrado por diferentes pontos da região central.

Segundo relato de moradores, sempre houve a presença de usuários de drogas na praça, mas, dizem eles, passou a ser mais significativa após as seguidas dispersões realizadas pela polícia.

A praça Júlio Mesquita conta a fonte Monumental, que teve que ser desligada após furtos. Alguns vidros que cercavam o monumento foram quebrados.

Procurada, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Sé, disse que está em andamento a homologação do contrato para prestação do serviço que vai realizar a instalação de estrutura protetiva para a fonte Monumental.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana, responsável pela Guarda Civil Metropolitana, afirmou que realiza o patrulhamento comunitário e preventivo da praça por meio de rondas periódicas, 24 horas por dia.

O autor do flagrante, o empresário Charles Menezes, 40, disse não ser a primeira vez que a prática ocorre na praça, mas que foi a primeira vez que conseguiu filmar um casal mantendo relação sexual ali.

A presença de dependentes químicos na região já foi motivo de protesto de moradores e comerciantes. Eles incendiaram pneus na rua Vitória no dia 1° deste mês a fim de chamar a atenção do poder público. Moradores reclamam do barulho causado pela concentração de dependentes, e os comerciantes, da redução no número de clientes.

Além do uso de crack e das cenas de sexo, moradores se queixam de que os usuários de drogas e os sem-teto usam a praça como banheiro.

"Deplorável a gente estar na maior cidade da América Latina, uma das maiores cidades com potencial turístico, diante de uma situação como essa, onde as pessoas podem se drogar, vender drogas a céu aberto, onde elas podem ter relações sexuais em plena luz do dia", disse Menezes.

Morador do bairro Campos Elíseos há mais de duas décadas, o jornalista José Domingos Filho, 69, classificou a situação atual como calamidade.

Ele, que é um dos membros dos Guardiões da Praça Júlio Mesquita, associação que tem como objetivo zelar pelo local, disse que a insegurança tomou conta desde que o ponto foi cercado, já que as pessoas se escondem atrás das madeiras para praticar crimes.

Segundo ele, comerciantes e moradores se reuniram e estão pagando vigilância particular, com isso, os sem-teto não acampam mais na praça, porém entram na parte cercada para defecar, usar drogas e fazer sexo. "O meu medo é atacarem as crianças enquanto estiverem brincando", acrescentou.

Em nota, a prefeitura disse que, em 21 de setembro, foi publicado no Diário Oficial o nome da empresa responsável pelo andamento da obra, que terá 60 dias para concluir os trabalhos assim que autorizado o início da revitalização.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) acrescentou que a fonte está com tapumes para garantir sua integridade e permanecerá assim até a instalação da estrutura protetiva. Conforme a prefeitura, atualmente, são realizadas três operações de limpeza com lavagem da área de passeio por dia, em toda região central.

De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a Polícia Civil não localizou registros dos casos mencionados pela reportagem.

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