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Cotidiano
Pacientes tem aguardado até dois meses em média para conseguir passar em consulta com clínicos gerais e ginecologistas em UBSs
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Paciente é atendido em posto de saúde | /Divulgação/PMS
Após mais de dois meses após a retomada do agendamento presencial, com a queda de casos de Covid-19, pacientes da cidade de São Paulo tem aguardado até dois meses em média para conseguir passar em consulta com clínicos gerais e ginecologistas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), segundo os próprios postos.
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Questionada, a Secretaria Municipal da Saúde afirma que o tempo médio para os agendamentos em consulta médica, considerando dados de janeiro a agosto de 2021, é de 20 dias.
A reportagem da Folha de S.Paulo entrou em contato por telefone com 40 unidades nas cinco regiões da Capital para verificar a disponibilidade de agenda para a marcação de consultas com médicos clínico geral e ginecologista.
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Das unidades contatadas, 45%, ou seja, 18 delas, responderam que tinham datas disponíveis para agendamento apenas a partir do fim de outubro ou novembro, e algumas chegaram a apontar que a data mais próxima será somente em dezembro.
A UBS Oswaldo Marasca Junior, no Ipiranga, na zona sul, é uma das unidades que está com agendas lotadas. Por telefone, um atendente explicou que os agendamentos de consultas com ginecologistas e com clínicos gerais estão suspensos, mas "que devem ser liberados em breve". As datas que estarão disponíveis devem ser para fim de novembro e começo de dezembro
Apenas duas unidades apresentaram agenda disponível para o fim de setembro. Outras disseram que só poderiam passar a informação presencialmente ou não sabiam informar.
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Karina Freitas do Prado, 38 anos, enfrentou o problema ao procurar uma UBS perto da sua casa, na Vila Albertina (zona norte). "Preciso passar em uma consulta com um clínico geral para uma avaliação que me permita dar entrada em um pedido para ter direito a cadeira de rodas motorizada no SUS [Sistema Único de Saúde]", diz. "Mas quando fui à UBS, descobri que só há disponibilidade de consultas para a partir do fim de outubro", afirma ela, que tem problemas motores.
E há postos de saúdes que nem estão marcando consultas para o público em geral, apenas para idosos, pessoas com comorbidades, gestantes e crianças, como a UBS Jardim Edite, na zona oeste, e a UBS Sé, no centro da cidade.
Resposta
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Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde, gestão Ricardo Nunes (MDB), disse que as unidades básicas de saúde com restrições de atendimento estão seguindo o protocolo que prevê o atendimento de 50% dos casos presencialmente e 50% em teleconsulta.
"São considerados como prioritários pacientes idosos com mais de 60 anos, com comorbidades, gestantes ou crianças. Já para os outros casos, é feita uma discussão com a equipe e avaliação para necessidade de convocação de agendamento para o paciente", disse a secretaria sobre a unidade da Sé.
Já sobre a UBS Jardim Edite, a pasta afirmou que a unidade "está com as agendas configuradas de acordo com a portaria 286/21, que estabelece a retomada gradual dos agendamentos de consultas presenciais, voltados para os agendamentos das prioridades e demandas reprimidas durante a restrição dos atendimentos e devido à pandemia do novo coronavírus".
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Segundo a prefeitura, de março, início da pandemia, a dezembro do ano passado, 6,2 milhões de consultas desse tipo foram realizadas na cidade. Já nos sete primeiros meses de 2021, o número registrado foi de 5,3 milhões.
A pasta afirmou que a forma de atendimento nas UBSs foi modificada e adaptada à nova realidade pandêmica, mas não houve, em momento algum, a suspensão dos agendamentos. "O atendimento de demanda espontânea foi mantido, para casos agudos e para os sintomáticos respiratórios que eram orientados, colhiam o RTP-CR [teste para Covid-19]e iniciavam o processo de monitoramento pela unidade, até o final do processo infeccioso."
A secretaria disse ainda que manteve monitoramento de pacientes com doenças crônicas e que "as consultas de especialidades, exames diagnósticos e cirurgias não diminuíram em momento algum, mantendo 100% dos agendamentos presenciais, respeitando critérios de distanciamento e todos os protocolos".
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Cirurgias eletivas
Após um período de suspensão devido à pandemia, a realização de cirurgias eletivas foi retomada na cidade de São Paulo no início de agosto.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a ordem de chamada para as cirurgias prioriza os usuários que já contavam com agendamento antes da suspensão dos serviços em março de 2021. Em seguida, são as de pessoas que estão sendo encaminhadas pelo Sistema de Gestão Ambulatorial da Saúde, que é responsável pela regulação da rede municipal de saúde.
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Atualmente, 144.114 pacientes aguardam a realização de cirurgias eletivas na rede municipal. A prefeitura afirmou que as principais demandas são para cirurgia ortopédica, geral, ginecológica e otorrinolaringológica.
A pasta disse também que, desde o lançamento do programa Avança Saúde - Cirurgia e Exames, em julho de 2021, com o objetivo de reorganizar a grade irúrgica do município, 13.740 pessoas foram direcionadas para avaliação cirúrgica. E desde o dia 2 de agosto foram realizadas 3.286 cirurgias e 2.332 procedimentos diagnósticos.
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