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Porto de Galinhas tem escalada de violência após criança ser morta a tiros

A tensão aumentou na noite da quinta (31) e provocou pânico para moradores e comerciantes da localidade

Folhapress

01/04/2022 às 14:23  atualizado em 01/04/2022 às 14:43

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Porto de Galinhas na região metropolitana do Recife, passa por uma escalada da violência desde a quarta-feira (30)

Porto de Galinhas na região metropolitana do Recife, passa por uma escalada da violência desde a quarta-feira (30) | Reprodução/Youtube

O balneário de Porto de Galinhas, localizado em Ipojuca, na região metropolitana do Recife, passa por uma escalada da violência desde a quarta-feira (30). A tensão aumentou na noite da quinta (31) e provocou pânico para moradores e comerciantes da localidade.

Moradores realizam sucessivos protestos desde a quinta-feira. Tudo começou na quarta-feira (30), quando uma menina de 6 anos morreu após ser baleada na comunidade Salinas. Ela brincava no terraço da casa da avó. A criança chegou a ser socorrida para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ipojuca, mas não resistiu aos ferimentos.

Moradores acusam a Polícia Militar de ter entrado na localidade atirando. A corporação, por sua vez, diz que os policiais não atiraram a esmo e que houve confronto e troca de tiros no local. O tiroteio teria ocorrido com suspeitos de tráfico de drogas. Pessoas da comunidade negam essa versão. A Polícia Civil de Pernambuco abriu uma investigação sobre o caso.

Desde então, há registros de protestos em repulsa ao assassinato e atos de vandalismo em Porto de Galinhas e em Nossa Senhora do Ó, na mesma cidade.

Na manhã desta sexta, ônibus que saem do Recife para Porto de Galinhas não seguiam o trajeto completo. Os coletivos paravam no centro de Ipojuca, temendo algum tipo de violência no restante do percurso.

Na noite da quinta, um ônibus que era utilizado por funcionários de hotéis do balneário foi incendiado em uma rodovia da localidade. Apenas o motorista estava no veículo. O Corpo de Bombeiros apagou as chamas e informou que ninguém ficou ferido.

Na mesma madrugada, houve protestos, bloqueios de vias e pessoas correndo pelas ruas em pânico. O acesso a Porto de Galinhas foi interditado em parte da noite por uma manifestação.

O comércio amanheceu fechado pelo segundo dia consecutivo. Supermercados, lojas, padarias e restaurantes não funcionam. Ruas e avenidas foram bloqueadas por fogo em pneus e galhos de árvores. Também houve cancelamento de aulas em escolas.

O setor de turismo também é impactado. Donos de pousadas e hotéis ouvidos pela reportagem preferiram não se identificar. Eles dizem que há cancelamento de reservas para o final de semana e temem um efeito dominó para os próximos períodos de descanso, como o feriadão da Semana Santa e o de Tiradentes. Passeios comandados por guias turísticos também foram suspensos.

Em nota, o governo de Pernambuco anunciou que reforçou a segurança de Porto de Galinhas com mais 250 policiais militares e civis enviados ao local.

O governador Paulo Câmara (PSB) disse, em comunicado, que monitorou os protestos em Porto de Galinhas e se solidarizou com a família da menina morta.

"Quero expressar minha solidariedade à família da menina e assegurar que o caso será apurado com o máximo rigor. Estamos trabalhando de forma integrada com nossas forças operativas e reforçando o efetivo para restabelecer a tranquilidade no litoral sul", afirmou o governador.

A prefeitura de Ipojuca manifestou solidariedade à família da menina e lamentou a ocorrência. A gestão municipal também cobrou ao governo estadual mais segurança para moradores e turistas.

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