A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 20 Setembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

População se divide entre apoio e críticas aos motivos da greve em SP

Alguns diziam ser legítimo reclamar, outros não viam propósito no movimento

Natália Brito

28/11/2023 às 10:20  atualizado em 28/11/2023 às 10:22

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Estação da CPTM

Estação da CPTM | Sergio Andrade/Divulgação

Enquanto tentavam chegar ao trabalho nesta terça-feira (28), passageiros divergiam sobre a paralisação de funcionários do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) contra os planos de privatização do governo de São Paulo. Uns diziam ser legítimo reclamar, outros não viam propósito no movimento.

Continua depois da publicidade

Faça parte do grupo da Gazeta no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.


A greve não afeta as linhas privatizadas do metrô (4-amarela e 5-lilás) e de trens (8-diamante e 9-esmeralda). No início da manhã, as linhas 1-azul, 2.verde e 3-vermelha operavam parcialmente, e a linha 15-prata estava parada. Na CPTM a operação também era parcial.

Vanderleia Pereira, 51, trabalha em um cartório na praça da Sé, no centro. Normalmente usa o metrô, mas aguardava na estação Itaquera (zona leste) a chegada de um amigo para irem de trem até a Luz, na região central. Dali, usaria a linha 4-amarela do metrô, privada.

"Acho que privatizar não é a solução", disse, em referência às pautas da greve. "A gente teve essa experiência com o apagão da Enel. Fiquei 24 horas sem luz, mas teve gente que sofreu muito mais. Eles reduziram as equipes, não tinha gente para atender", afirmou.

Para Vanderleia, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) parece empenhado na decisão de conceder serviços à iniciativa privada. "Tanto a Sabesp quanto o metrô e a CPTM", disse.

Já para Tiago Silva, 31, o debate vai além de privatizar ou não os serviços de transporte. Ele conta que mora em Guaianases (zona leste) e trabalha em um call center na Barra Funda (zona oeste).

"Não é só transporte. Você tem a [população da] zona leste que atravessa a cidade para trabalhar porque não tem uma estrutura de emprego", afirmou. "Se não tem uma opção de trampo a 30 minutos de casa, a pessoa enfrenta duas horas de locomoção."

No fim da madrugada, o auxiliar de logística José Roberto Santos, 36, esperava a abertura da estação de trem. Ele trabalha em Osasco. "Não tenho como chegar e o patrão não quer saber de nada."

Interpelado por participantes da greve que distribuíam panfletos na estação, ele respondeu que era melhor privatizar tudo e pagar mais caro para "não ter palhaçada".

Poucos minutos depois, às 4h30, as escadas foram liberadas com o início da operação na linha 11-coral, e Santos embarcou para tentar chegar ao trabalho. Os trens circulam entre as estações Guaianases e Luz.

O pedreiro Genivaldo Ribeiro, 52, estava na dúvida sobre como chegar a Osasco. Normalmente, vai de trem até o Brás para chegar à Barra Funda e, de lá, ir até Osasco, para chegar às 5h40 no trabalho.

"Eu estava sabendo da greve, mas a gente precisa vir para mostrar ao patrão que tentou", disse. Após avaliar que não seria possível chegar no horário, Genivaldo desistiu.

"O problema é que privatizar não vira benfeitoria para nós", afirmou, sobre a motivação dos protestos. "Era melhor não mexer, deixar como está."

Na estação Jabaquara da linha 1-azul do metrô, com suas entradas bloqueadas por seguranças do Metrô e manifestantes dos sindicatos, poucos desavisados sobre a greve chegavam. Reginete de Lima, 48, era uma. Ela ia ao médico, em Santo Amaro, zona sul. Ao saber da greve, a qual achou absurda, cancelou o compromisso. "Que palhaçada. Só sabem atrasar a vida dos outros."

Pouco depois chegou Graziela Souza, 23. Atendente em uma loja no shopping Center 3, na avenida Paulista, ela sabia da paralisação e marcou de encontrar colegas em frente à estação para dividirem o valor de um carro por aplicativo. Mesmo com o prejuízo, a jovem afirma apoiar a greve.

"Vejo problemas na linha 9-esmeralda [administrada pela concessionária ViaMobilidade] todos os dias, não quero isso para todas as linhas", diz. "O governador só escuta quem nunca pisou num transporte público."

O primeiro colega de Graziela a chegar na estação foi Carlos Augusto, 27. Transpirando, ele relatou ter enfrentado um ônibus lotado para chegar ali. "O dia já começou ótimo, né? Imagine o restante dele", disse com ironia.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados