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Cotidiano
Concentrações de ozônio subiram na Capital em 2024, segundo dados oficiais da Cetesb, a agência ambiental ligada ao Governo do Estado; saiba mais
30/03/2024 às 07:00 atualizado em 30/03/2024 às 08:11
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Poluição do ar na cidade de São Paulo registra alta | Lalo de Almeida/Folhapress
O ar que o paulistano respira está cada vez mais poluído. Nos últimos três anos, a concentração de ozônio na Capital disparou em todas as estações de monitoramento da Cetesb.
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Em fevereiro, 11 dos 15 bairros monitorados pela agência ambiental ligada ao Governo do Estado apresentaram condição “moderada” de poluição para o ozônio. Isto significa, conforme a definição da própria Cetesb, que “crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço”.
Mas, o quadro pode ter sido ainda pior. No mês passado, quatro das 15 estações da Cetesb não estavam em operação ou captaram dados incompletos ao longo dos 29 dias de fevereiro. Ou seja, é possível que todos os bairros monitorados pela agência ambiental tenham registrado qualidade do ar inadequada no mês passado, colocando em risco a saúde de pessoas integrantes dos “grupos sensíveis”.
O problema fica mais evidente quando se observa que sete das 15 estações espalhadas pela cidade de São Paulo indicaram qualidade do ar “ruim” ao longo do mês devido ao aumento nas concentrações de ozônio. E uma delas, no Ibirapuera, chegou a registrar qualidade do ar “muito ruim”.
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O ozônio é um poluente que não é emitido diretamente na atmosfera por nenhuma fonte. Segundo a definição da Cetesb, esse poluente é formado através de reações provocadas pela combustão de combustíveis fósseis, como gasolina, diesel e gás, e por processos industriais. Essas reações que produzem o ozônio só acontecem na presença de luz solar.
A Cetesb credita os resultados ruins de fevereiro ao volume de chuva em fevereiro, que ficou abaixo da média histórica para o mês. Esse fenômeno teria dificultado a dispersão dos poluentes.
Segundo a agência ambiental ligada ao Governo do Estado, durante o mês foram registrados três sistemas de baixa pressão no oceano, sendo que “um desses sistemas se intensificou até evoluir para uma tempestade tropical”, criando áreas de instabilidade no continente.
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De fato, na estação do Instituto Nacional de Meteorologia localizada no Mirante de Santana, o volume de chuva acumulado no mês passado foi de 225,3 milímetros, 13% abaixo da média dos anos 1991 a 2020.
Durante o mês, foram 13 dias com algum volume de chuva. E a temperatura ficou 1,1 grau Celsius acima da média histórica para o mês.
Mas, se neste ano choveu menos e fez um pouco mais calor, no recorte de 2021 até 2024 a concentração de ozônio avançou de forma contundente em praticamente todos os bairros monitorados pela Cetesb, nas quatro regiões da Capital.
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E o campeão em termos de aumento nos níveis de poluição por ozônio foi Pinheiros. No bairro da Zona Oeste, a quantidade de dias com qualidade inadequada saltou mais de 500% nesse intervalo de três anos.
No bairro de Santo Amaro, na Zona Sul, o aumento no número de dias com ar inapropriado foi de 100% no mesmo período.
Em Interlagos, o salto foi de 40%. No Ibirapuera, alta de mais de 20% nos dias com excesso de ozônio no ar. No Pico do Jaraguá e na Mooca, esse índice cresceu mais de 10%.
Em fevereiro de 2021, após o relaxamento das regras mais rígidas do lockdown provocado pela Covid, foram ‘apenas’ 10 bairros afetados pela poluição “moderada” por ozônio e ‘só’ dois com episódios de qualidade do ar “ruim”, Ibirapuera e Mooca. Há três anos, não houve nenhum dia, em nenhum bairro da Capital, com qualidade do ar “muito ruim”.
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Em fevereiro de 2024, foram 11 bairros com poluição “moderada”, sete com ar “ruim” e um com classificação “muito ruim”.
No Parque Dom Pedro, foram sete dias agora com poluição ‘moderada” no mês passado, contra apenas dois em fevereiro de 2021. No mês passado, durante dois dias o ar esteve “ruim” no Parque Dom Pedro. Há três anos, não houve nenhum registro do gênero nessa estação de monitoramento.
Nessa região da Cidade, no Distrito da Sé, entre o Centro Histórico e o Brás, o salto na quantidade de dias com ar inadequado foi de 64% no recorte entre 2021 e 2024.
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Em fevereiro de 2021, na Cidade Universitária, por exemplo, foram seis dias com poluição “moderada” e três com ar “ruim”. No mês passado, a estação de monitoramento da Cetesb na USP detectou poluição “moderada” em nove dias. Em outros dois dias, a qualidade do ar esteve “ruim”.
Isso representou um aumento de 12,5% nas ocorrências nesta região, localizada na Zona Oeste da Cidade.
Sem o devido monitoramento em fevereiro, o Capão Redondo requer atenção. Apesar de dados parciais e incompletos, que não cobriram todos os 29 dias do mês passado, o bairro apresentou níveis preocupantes de poluição do ar. Ativa durante apenas nove dias, a estação de monitoramento do bairro na Zona Sul teve três dias com poluição “moderada” e um com qualidade do ar “ruim”.
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Ou seja, os dados parciais indicaram que o ar esteve inadequado no Capão durante praticamente a metade dos dias em que a estação da Cetesb esteve ativa, coletando dados.
Em Perus, foram apenas 19 dias de análises com 1 dia de condição “moderada”. Em Itaquera e na Nossa Senhora do Ó, as respectivas estações da Cetesb não registraram dados sequer um dia ao longo do mês passado.
Mas, há exceções nesse cenário de aumento generalizado da poluição na Capital. Na comparação com fevereiro de 2021, a concentração de ozônio caiu no mês passado em dois bairros da Zona Norte e da Zona Leste.
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Esse é o caso de Santana, com redução de quase 50% nas ocorrências, e do Itaim Paulista, com queda de 75% na quantidade de dias com ar inadequado.
O balanço de janeiro também mostra aumento na concentração de ozônio no recorte entre os anos de 2021 e 2024. No mês passado, 11 dos 15 bairros monitorados registraram níveis “moderados” de poluição. E o pico foi no Capão Redondo, que registrou um terço do mês com ar inadequado.
Outros dois bairros, Cidade Universitária e Interlagos, tiveram dias com ar ‘muito ruim”. Nossa Senhora do Ó sequer teve medição.
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Em janeiro de 2021, foram ‘apenas’ nove bairros com poluição “moderada” por ozônio e nenhum episódio de qualidade do ar “ruim”. Os dados oficiais da Cetesb relativos a fevereiro foram revelados agora, na segunda quinzena de março.
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