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Cotidiano

Polônia prende dezenas de imigrantes, e Belarus pede ajuda a Putin

Premiê polonês, Mateusz Morawiecki, culpa diretamente o presidente da Rússia pelo caos geopolítico

Maria Eduarda Guimarães

10/11/2021 às 17:05

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Premiê polonês, Mateusz Morawiecki

Premiê polonês, Mateusz Morawiecki | Reprodução/Youtube

Forças de segurança polonesas prenderam pelo menos 50 refugiados vindos de Belarus na noite de terça para quarta (10), aumentando ainda mais a tensão com a ditadura de Aleksandr Lukachenko.

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Por sua vez, o governo em Minsk voltou a acusar o Ocidente de fabricar a crise, negando ter orquestrado com a ajuda da Rússia o influxo de imigrantes ilegais vindos de países afetados por guerras no Oriente Médio e Sul da Ásia.

Ao mesmo tempo, um enviado belarusso a Moscou pediu ajuda do governo de Vladimir Putin para ofertar uma "resposta conjunta" à crise, evidenciando o caráter geopolítico da disputa.

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Ela vem se formando desde meados do ano, quando talvez 15 mil refugiados foram atraídos a Belarus com a perspectiva de entrar em países da União Europeia fronteiriços, como Polônia e Lituânia. Desde segunda, forças belarussas estão, segundo relatos, pressionando a saída dos imigrantes.

O bloco afirma que eles estão sendo usados como peões por Lukachenko para pressionar os vizinhos, em retaliação às sanções aplicadas ao regime do ditador devido à repressão que seguiu sua reeleição fraudada em agosto de 2020.

O premiê polonês, Mateusz Morawiecki, por sua vez escancarou o substrato geopolítico da questão ao acusar Putin diretamente pelo caos. Varsóvia é um dos países da UE e da Otan (aliança militar ocidental) mais agressivos ante o que chamam de neoimperalismo russo.

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O Kremlin negou e o Ministério das Relações Exteriores rebate com um argumento retórico, lembrando que os refugiados só o são porque fogem de guerras que foram fomentadas, como no caso afegão e iraquiano, pelos Estados Unidos e seus aliados.

Na prática, o chanceler Serguei Lavrov recebeu nesta quarta seu colega belarusso, Vladimir Makei, que pediu a "reação conjunta contra atos inamistosos". O russo concordou e atacou os EUA e a Europa, mas não houve anúncios subsequentes.

A realidade é que qualquer solução passa por Putin, como ressaltou também nesta quarta a líder alemã Angela Merkel, de saída do cargo. Ela pediu que o russo intervenha para evitar uma tragédia humanitária.

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Por ora, ela está sendo cozinhada. As temperaturas na fronteira em questão caem abaixo de zero à noite e há talvez 4.000 pessoas imediatamente presas numa faixa organizada por forças belarussas, que negam pressionar a saída dos refugiados.

Na prática, foi o que ocorreu na noite passada. Segundo relatos de ONGs ligadas a direitos imigratórios, não há certeza acerca do paradeiro dos detidos e houve espancamento de pelo menos quatro refugiados curdos pelos poloneses.

A situação, diz o Ministério da Defesa polonês, é tensa. Há de 15 mil a 20 mil policiais e soldados do país na região, e a Belarus também moveu tropas de seu lado. O temor é de que haja um confronto militar que escale entre o país da Otan e o principal aliado de Putin.

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