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Cotidiano
A Justiça de São Paulo acatou a denúncia do Ministério Público e resolveu levar a júri popular o sargento suspeito de assassinato
26/11/2021 às 20:52
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O menor salário entre os juízes em SP é de R$ 28 mil | rawpixel.com/Pexels
O sargento da Polícia Militar suspeito da morte do artista plástico Wellington Copido Benfati, conhecido como NegoVila deverá ir a júri popular. A Justiça de São Paulo acatou a denúncia do Ministério Público sobre o suposto envolvimento de Ernest Decco Granaro na morte ocorrida durante discussão em uma rua de Pinheiros (zona oeste da capital paulista), na madrugada de 28 de novembro de 2020.
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A juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro também decidiu que o sargento deve permanecer preso, "pelos mesmos motivos que ensejaram a decretação e as manutenções de sua custódia, ainda presentes e ora reforçados por essa decisão de admissibilidade da acusação".
Procurado, o advogado do PM, o criminalista Decio Alexandre Taveira alegou ter visto como correta a decisão da Justiça. "A decisão tomada pelo magistrado foi acertada, tendo-se em conta o que a denúncia narra sobre os fatos. Em situações dessa natureza o Tribunal do Júri é o local correto para o julgamento. Agora, nesta nova fase processual, o sargento Decco terá a oportunidade de provar a sociedade quem é verdadeira vítima", afirmou.
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NegaVila tinha 40 anos quando foi assassinado. Ele recebeu um único tiro na região do tórax. O crime ocorreu após uma suposta confusão entre o PM, que estava de folga, e o artista plástico, em frente a uma distribuidora de bebidas na esquina entre as ruas Inácio Pereira da Rocha e Deputado Lacerda Franco, a poucos metros do 14° DP (Pinheiros).
O artista estava reunido com um grupo de amigos, assim como o policial militar. Em dado momento, segundo a investigação policial, houve uma briga entre as pessoas.
De acordo com testemunhas, NegoVila tentou apartar a confusão entre os dois grupos, mas caiu, foi quando, segundo testemunhas, o PM foi em sua direção e atirou. Socorrido ao PS da Lapa, Nego Vila não resistiu aos ferimentos provocados pelo tiro e morreu.
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Policiais militares que estavam na delegacia ouviram o disparo e encontraram o sargento Ernest Decco Granaro, que foi desarmado e conduzido ao DP.
Preso em flagrante, ele segue detido no Presídio Militar Romão Gomes (zona norte da capital paulista), há quase um ano.
Segundo o boletim que relatou a ocorrência, o sargento mostrou resistência à prisão, "sendo necessário o uso da força para que fosse contido, culminando-se com um breve algemamento do indiciado", segundo trecho do documento.
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O policial suspeito portava uma pistola calibre .40, de propriedade da Polícia Militar, que foi apreendida. Na delegacia, ainda segundo o boletim da ocorrência, o policial disse ter "sido agredido fisicamente e que se defendeu".
O PM afirmou também que enquanto era agredido, um grupo de pessoas que ele não especifica, o cercaram e tentaram tomar sua arma e, por isso, ele diz ter atirado "a fim de repelir a injusta agressão que estava sofrendo".
Após a morte, que causou comoção no bairro da Vila Madalena, local onde o rapaz tinha suas origens, o tradicional beco do Batman, muro colorido por diversos grafites, chegou a ser pintado de preto, num sinal de luto e pedido de justiça. Pouco tempo depois, novas intervenções foram feitas, algumas em homenagens a Nego Vila.
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O Agora conversou com a irmã da vítima, enfermeira Tatiane Benfati, 44, que disse ter ficado aliviada com a notícia. "Nada mais traz meu irmão, mas deu um alívio saber que tem alguma justiça sendo feita". afirmou.
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