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Cotidiano
SEGURANÇA PÚBLICA. Políticos e entidades dizem que o governador João Doria (PSDB) não cumpriu - e nem cumprirá - sua promessa de campanha de tornar a polícia do Estado a segunda mais bem paga do País após oferecer reajuste salarial de 5%
15/11/2019 às 01:00
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"Até o fim do meu mandato os policiais militares e civis de São Paulo serão os mais bem pagos do País, depois de Brasília". A promessa feita por João Doria (PSDB) durante a campanha eleitoral ao governo paulista em 2018 deixou esperançosa parte das polícias Militar e Civil do Estado. No fim do mês passado, porém, a expectativa foi frustrada com o anúncio do governador de reajustar os salários das forças policiais em 5%, começando a valer somente em 2020. O valor foi considerado irrisório.
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O tucano ainda afirmou em campanha que a valorização salarial seria colocada em prática no início de 2019. O ano vai terminar sem um real de aumento. Apesar de ser o Estado mais rico, São Paulo está entre as polícias mais mal pagas do País (veja quadro ao lado). Além do reajuste de 5%, Doria ainda anunciou um "pacote de valorização" com bônus de produtividade, assistência jurídica gratuita, equiparação do auxílio alimentação e adicional de
insalubridade.
De acordo com o senador Major Olimpio (PSL-SP), é impossível que o governador cumpra a palavra de tornar a polícia paulista a mais bem paga. "Há casos de defasagem de piso de soldado em comparação a outros estados que chegam a 90%. Como com 5% de correção ele vai tornar a polícia a mais bem paga até o fim de seu mandato? Ainda mais que em 2019 não houve aumento e em 2022 não pode fazer reposição salarial. É impossível ele cumprir a
palavra".
Para ele, Doria fez a promessa por acreditar no "marketing pelo marketing". "O pessoal que o assessorava avaliou mal a possibilidade real de cumprir. Ele também precisava de votos naquele momento... Ele tropeçou nas palavras e no compromisso".
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Sobre o governo do Estado ter feitos anúncios publicitários recentemente exaltando a aquisição de novos equipamentos à polícia, Major Olimpio diz: "Viatura sozinha, rádio sozinho, colete sozinho, arma sozinha não faz segurança. Doria segue as mesmas mentiras dos outros governos tucanos do passado".
'NÃO É AUMENTO'.
Para o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), o valor oferecido por Doria não pode sequer ser chamado de aumento.
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"Não é aumento. Aumento é quando se tem toda a sua reposição inflacionária já garantida e então recebe um aumento. Desde 2014 até hoje só tivemos dois aumentos: um de 4% e outro de 4%. A defasagem salarial dos policiais de São Paulo está hoje em 30%. Quando ele vem com 5% de aumento, ele não está repondo sequer as perdas inflacionárias".
Assim como Major Olimpio, Coronel Tadeu também acha muito improvável que Doria consiga cumprir a palavra de tornar a polícia paulista a mais bem paga do País. Além disso, explica o deputado, uma semana após anunciar o aumento de 5% Doria enviou um projeto aumentando a contribuição previdenciária de servidores de 11% para 14%. "Ou seja, ele deu aumento de 5% mas tirou 3%".
Tanto Major Olimpio quanto Coronel Tadeu dizem que entidades ligadas às forças policiais vão protestar em prol de valorização em todos os eventos abertos com a participação de Doria.
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Em nota, a Secretaria de Segurança Pública diz que conjunto de medidas de valorização da categoria encaminhado pelo governo à Assembleia Legislativa tem um impacto de R$ 1,5 bilhão no orçamento do Estado. "Apesar do déficit fiscal do governo anterior, a atual gestão pagou os bônus que estavam atrasados desde 2018 e reforçou o policiamento com a compra de armas, equipamentos e a autorização para a contratação de mais de 20 mil policiais". (Bruno Hoffmann)
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