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Cotidiano
Segundo sindicato, agentes não receberam a recomposição inflacionária anual e se sentem desvalorizados em relação à PM
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Viatura da Polícia Civil de São Paulo | Divulgação/Governo de SP
Parte dos policiais civis de São Paulo voltou a mostrar insatisfação com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo o sindicato da categoria, as principais queixas são em relação ao atual modelo de progressão na carreira e ao não cumprimento da promessa de valorização da Polícia Civil.
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De acordo com o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), os agentes não receberam a recomposição inflacionária anual em seus holerites e ainda se sentem desvalorizados com a diferenciação no único reajuste concedido pelo governador em 2023 em relação à Polícia Militar, considerada privilegiada pela gestão estadual.
O estopim da insatisfação, segundo o sindicato, é que 2024 caminha para o seu oitavo mês e nenhuma política de valorização da Polícia Civil foi sequer anunciada.
“Pelo contrário. Há o que parece ser um movimento de retirada de atribuições da instituição, com a tentativa de transferência à PM, por exemplo, de lavratura de Termos Circunstanciados (TCs), o que vem sendo bastante criticado pelos policiais civis”, disse em nota a entidade.
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A entidade afirmou também que a situação se agravou após o governo paranaense ter proposto reajuste escalonado aos policiais civis, com salários que podem atingir até R$ 41 mil, além de grande reestruturação.
Fora isso, em maio de 2024, o Governo do Paraná anunciou “o maior pacote de promoções da história da Polícia Civil paranaense, com a promoção de 2.337 agentes”, afirmou ainda.
Para a presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, a situação só piora, já que o ano está chegando ao seu oitavo mês.
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“Estamos avançando para o segundo semestre de 2024 e nada, até agora, do Governo do Estado de São Paulo sinalizar sequer sobre a reposição anual da inflação, que, pela Constituição Federal, é um direito dos servidores, incluindo os da Segurança Pública”, disse.
“Além disso, não se fala mais em valorização dos policiais civis desde o reajuste concedido em 2023, apesar da promessa, na época, de que haveria correção da injustiça ocorrida com a preterição da Polícia Civil, que recebeu recomposição inferior à da PM”, completou ela.
Para a delegada, falta de recursos não é justificativa para o não investimento na Polícia Civil paulista, já que haveria dinheiro em caixa do governo paulista.
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“Com São Paulo tendo a maior arrecadação tributária do País, é inaceitável que nossos delegados recebam um dos piores salários do Brasil - hoje na 22ª posição no ranking nacional”, disse.
“A valorização salarial é um dos pilares para manter talentosos delegados que aqui se encontram, e, muitas vezes, optam por atuar em outros estados para serem melhor remunerados”, afirmou ainda.
Outro foco de descontentamento da Polícia Civil paulista é o sistema de promoções. Pesquisa do Sindpesp, realizada pelo Instituto Datapim, com 711 delegados, revela o tamanho da insatisfação: 96% não concordam com a atual forma de progressão à classe especial e pedem alteração.
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Para 76% dos entrevistados, merecimento e antiguidade devem ser os critérios. Já 62% defendem que não haja número limitado de vagas para a última instância da carreira - fixado, atualmente, em 139.
“Em 2023, somente quatro delegados foram elevados à classe especial, dentre eles, nenhuma mulher. Isso desmotiva os policiais, que não veem perspectiva de evolução profissional e se sentem estagnados, o que, certamente, reflete no serviço prestado no dia a dia”, completou Jacqueline.
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