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Cotidiano

Polícia Civil registra mais de 500 BOs contra Jogo do Tigrinho

Jogo online é de caráter caça-níquel e se configura como jogo de azar, não permitido no País

Lucas Souza

27/06/2024 às 20:30

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Polícia Civil investiga 'Jogo do Tigrinho'; são mais de 500 BOs registrados desde 2023

Polícia Civil investiga 'Jogo do Tigrinho'; são mais de 500 BOs registrados desde 2023 | Reprodução

A Polícia Civil de São Paulo investiga o “Jogo do Tigrinho”, utilizado por organizações criminosas para aplicação de golpes. Esquema engloba influenciadores digitais, plataformas de pagamento e organizações criminosas e é motivo de mais de 500 boletins de ocorrência no estado de São Paulo desde 2023.

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Jogo do Tigrinho

O game de celular simula uma espécie de caça-níquel, no qual o jogador faz uma aposta e aciona uma roleta em busca de sequências de figuras repetidas para recompensas em dinheiro. Como o ganho depende exclusivamente de uma suposta sorte do jogador, a prática é considerada jogo de azar e pode causar vício.

Andamento das investigações

Segundo as investigações da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações Criminais da Polícia Civil (Deic), as plataformas ficam hospedadas fora do País e são clandestinas. Para atrair usuários, os criminosos criam perfis falsos e grupos nas redes sociais convidando para o jogo.

Segundo a polícia, os golpistas também pagam influenciadores digitais para divulgação do jogo com postagens simulando uma vida de ostentação, que teria sido possível graças aos supostos ganhos na plataforma.

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“A pessoa clica no link e é redirecionada para a plataforma, onde faz um cadastro. Normalmente, ela paga para realizar esse cadastro e começa a realizar as apostas. O que apuramos nos inquéritos é que esses influenciadores têm feito postagens falsas de supostos ganhos no jogo. Ou seja, aquela quantia de R$ 10 mil, R$ 20 mil, R$ 90 mil que eles falam que ganham não é realidade. São postagens falsas que enganam os usuários e fazem com que passem a apostar cada vez mais”, explica o delegado Eduardo Miraldi.

Em alguns casos, os usuários chegam a ganhar prêmios. Mas ao fazer o pagamento de um valor exigido para liberar a quantia total, a conta é bloqueada e o prêmio não se concretiza.

“Esses eventuais prêmios não são reais, temos inúmeros boletins de ocorrência registrados no estado de pessoas que apostaram e ganharam, mas nunca receberam o prêmio. O golpe está aí”, afirma o delegado.

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Além dos influenciadores e dos proprietários das plataformas, a polícia também investiga as intermediadoras dos pagamentos feitos pelos usuários. “É uma estrutura bastante complexa e que envolve muita gente para praticar esse crime”, diz Miraldi.

Ações da Polícia

Com o alto volume de denúncias, a Polícia Civil tem realizado operações e feito indiciamentos contra os golpistas. Veículos e imóveis também já foram apreendidos. Além da contravenção penal devido ao jogo de azar, os envolvidos podem responder por estelionato, crime contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro, segundo informações do Governo do Estado.

*Texto sob supervisão de Diogo Mesquita

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