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Cotidiano
O projeto Alimentando Necessidades levantou suspeitas do público após diversos relatos "exagerados" no Twitter como divulgação
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O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) confirmou que recebeu duas representações sobre o caso | Reprodução
A Polícia Civil informou nesta quarta-feira (28) que iniciou uma investigação para apurar um suposto golpe e crime de estelionato via redes sociais de um projeto social que pede doações para aquisição de marmitas para pessoas necessitadas. A suspeita é que o caso estaria ocorrendo em Blumenau, no Vale do Itajaí, e o dinheiro seria arrecadado via PIX.
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O caso ganhou repercussão nas redes sociais após uma oferta para doar carne estragada ser publicada por uma das criadoras do "Alimentando Necessidades". A publicação viralizou nos últimos dias e internautas passaram a utilizar o termo "marmitagate".
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) confirmou que recebeu duas representações sobre o caso. O contexto das denúncias, no entanto, não foi detalhado.
O g1 afirma que entrou em contato com Eduarda Poleza, jovem de 18 anos que se identifica nas redes sociais como coordenadora do projeto, nesta quarta. Até a última atualização deste texto não houve retorno.
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Na terça-feira (27), o g1 SC já havia questionado a mulher sobre as denúncias levantadas nas redes sociais e que seriam apuradas pelas autoridades. Em resposta, disse que não havia sido notificada, mas que estava tranquila. Reafirmou também, que o projeto existe.
"Não fomos notificados ainda. Eu estou muito tranquila, acredito que quem não deve não teme. A respeito dos diversos crimes de calúnia, difamação e danos morais, com certeza medidas serão tomadas. Pessoas tiram a própria vida por causa disso", disse.
Investigação
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Um boletim de ocorrências sobre o caso foi feito após a repercussão do caso nas redes sociais, segundo o delegado Felipe Orsi. Responsável pela apuração, o investigador afirmou que até o momento há indícios de fraudes no projeto, mas a prioridade neste momento é confirmar se os valores arrecadados foram destinados à doação.
Em nota, a Polícia Civil detalhou também que o modus operandi "consistia em pedir quantias em dinheiro, que seriam destinadas à compra de alimentos para pessoas necessitadas, mas os valores seriam desviados para benefícios próprios".
"Os indícios de fraude consistem em fotos divulgadas pela Ong, nas quais há uma certa divergência entre datas", disse o delegado. "E também porque, uma das arrecadadoras dos valores supostamente estava usando um perfil fake (falso)", afirmou.
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Segundo Orsi, não há estimativa do total de pessoas supostamente lesadas. Em comunicado, a Polícia Civil de Santa Catarina orientou a população a buscar se certificar da veracidade e da efetividade de entidades que solicitam doações.
Órgãos e Prefeitura falaram sobre o projeto
A prefeitura e a Assistência Social de Blumenau, cidade onde o projeto social ocorreria, também foram procuradas pela reportagem do g1SC. As entidades disseram, na segunda-feira (26), que não havia nenhuma denúncia recebida ou apuração aberta para identificar a veracidade do projeto.
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Ainda, de assessoria do município, o projeto social não é cadastrado na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes) e nem recebe recursos junto à prefeitura.
A Arquidiocese de Blumenau, por meio do padre Raul Kestering, afirmou que não tem conhecimento do "Alimentando Necessidades" no município.
Rifas e antigo projeto
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Eduarda Poleza já havia iniciado um outro projeto social antes desse, entitulado "Absorvendo Necessidades", no qual o objetivo seria ajudar mulheres com problemas para obter absorventes. Assim como o projeto para doação de marmitas, também era deixada uma chave pix para que os interessados pudessem doar. Assim, supostamente o dinheiro seria revertido na compra dos produtos e então doados para quem necessitasse, ou seja, o mesmo modelo do Alimentando Necessidades.
Além disso, diversas rifas foram realizadas com diversos valores, entre eles o de R$ 5 para alguns prêmios como um IPhone, onde o vencedor seria divulgado e o dinheiro colhido pela rifa seria revertido para o projeto social.
Muitos usuários relatam porém, que muitas dessas rifas sequer ocorreram de verdade, e que algumas que tiveram seus vencedores divulgados na verdade eram todos seres já conhecidos e com relação social com a Eduarda, o que também levantou suspeitas.
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Além da Thaynara supostamente não existir - o que a Eduarda Poleza alega não ser verdade, e que a garota apenas sumiu e deixou de responder a todos os seus contatos - e dos problemas com as rifas, usuários também especularam outro "furo" que indicaria a fraude:
Uma foto da marmita que supostamente teria uma cebolinha "duplicada" por um programa de edição
Veja um dos tweets comentando sobre a suposta fraude:
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