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Cotidiano

Plano de venda de fazenda pública em Campinas vira alvo de abaixo-assinado

Agricultores, pesquisadores, docentes universitários, produtores rurais e sindicatos assinam o documento

Adriano Assis

20/11/2024 às 16:32  atualizado em 20/11/2024 às 16:38

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Fazenda Santa Elisa pertence ao Instituto Agronômico de Campinas

Fazenda Santa Elisa pertence ao Instituto Agronômico de Campinas | Divulgação/IAC

Pesquisadores científicos, docentes universitários, parlamentares, sindicatos, produtores rurais e diversas pessoas e associações ligadas à ciência e ao agronegócio lançaram um abaixo-assinado contra a venda da Fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).  

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O documento pode ser assinado digitalmente e é parte de uma mobilização em defesa do patrimônio científico e agrícola paulista, que começou em agosto. Pesquisadores temem o impacto da venda de áreas.

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) denunciou um processo de mapeamento e desmembramento de fazendas dedicadas à pesquisa e conservação do Estado. 

Uma das áreas, sete hectares da Fazenda Santa Elisa, guarda parte de um dos maiores bancos de germoplasma de café do mundo, além de estudos sobre a macaúba, espécie pesquisada para a produção de biocombustíveis.

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“Somos contra essa venda e o resultado que isso pode acarretar nas pesquisas sobre o café e diversos outros temas de pesquisa, no meio ambiente e na economia do país e apelamos para o governador para que cancele os estudos realizados sobre a possibilidade dessa venda”, diz trecho do abaixo-assinado.

Estado confirma mapeamento

O Governo do Estado tem acelerado privatizações e vendas de equipamentos públicos. Há cinco leilões previstos para o fim de 2024.

Em visita ao interior de São Paulo, em outubro, o Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou o mapeamento, e alegou que apenas áreas subutilizadas serão vendidas.

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“O alvo agora é o IAC, mas nos últimos anos, os Institutos Públicos de pesquisa vêm sofrendo um processo de desmonte, que já culminou com a extinção de instituições históricas e centenárias, como o Instituto Florestal, além dos Institutos de Botânica e Geológico e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen)”, destaca Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC. 

“Quando se fala em ‘área subutilizada’, se há, é justamente pela falta de investimentos, de novos concursos, em um processo de negacionismo que pode custar caro à sociedade paulista”, completa.

Além da APqC, o abaixo-assinado em defesa das áreas de pesquisa do IAC é subescrito pela Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp), Associação dos Docentes da USP (Adusp), Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp), Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), além de ex-diretores do IAC, como João Paulo Feijão Teixeira e Marco Antônio Teixeira Zullo. Luís Carlos Guedes Pinto, ex-Ministro da Agricultura (2006-2007), Gustavo Petta (PCdoB), vereador e Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia de Campinas, Tuffi Bichara, produtor de cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista, de Monte Alegre do Sul, São Paulo, entre outros nomes, também fazem parte do movimento.

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