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Cotidiano

PL do Aborto: OAB aprova parecer e se posiciona contra

A comissão aponta que o texto do PL é "grosseiro" e "desconexo da realidade"

Yasmin Gomes

17/06/2024 às 16:30  atualizado em 17/06/2024 às 16:31

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Após o pedido, foi informado no plenário que o CNMA estava subscrevendo ao parecer

Após o pedido, foi informado no plenário que o CNMA estava subscrevendo ao parecer | Reprodução

Hoje (17), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou parecer contrário ao projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio, mesmo em casos de estupro.

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Proposta desconexa da realidade

O blog da Andréia Sadi teve acesso ao parecer e, no documento, a comissão aponta que o texto do PL é "grosseiro" e "desconexo da realidade".

"O texto grosseiro e desconexo da realidade expresso no Projeto de Lei 1904/2024… denota o mais completo distanciamento de seus propositores às fissuras sociais do Brasil, além de simplesmente ignorar aspectos psicológicos; particularidades orgânicas, inclusive, acerca da fisiologia corporal da menor vítima de estupro; da saúde clínica da mulher que corre risco de vida em prosseguir com a gestação e da saúde mental das mulheres que carregam no ventre um anincéfalo", diz.

Antes da votação, Silvia Souza, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) da OAB, disse que a proposta vinda do legislativo é "semelhante àquelas adotadas no século 17, onde mulheres eram queimadas na fogueira por serem consideradas bruxas".

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As conselheiras Sílvia Souza, Helcinkia Albuquerque dos Santos, Katianne Wirna Rodrigues Cruz Aragão, Aurilene Uchôa de Brito e Ana Cláudia Pirajá Bandeira , que fazem parte da comissão que fez o parecer, falaram sobre o texto e, ao final, se abraçaram no plenário.

O documento aprovado diz que a criminalização do aborto para além do que já é previsto na legislação "incidirá de forma absolutamente atroz sobre a população mais vulnerabilizada, pretas, pobres, de baixa escolaridade, perfil onde também incide o maior índice de adolescentes grávidas".

Após a fala das conselheiras que elaboraram o parecer, o plenário abriu os microfones para conselheiros inscritos debaterem o tema.

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Cobranças no plenário

Em sua fala, a conselheira Federal Rejane Sanchez, citou a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), Cristiane Damasceno, que fez parte da comissão, mas não aparece entre as que assinaram o documento.

"Eu penso que mais do que palavras, nós precisamos de ações. E assinar um parecer como este é uma ação concreta, porque fica nos anais e corrobora com o entendimento que aqui já foi dito", diz Rejane.

Após a fala, a presidente, Cristiane, pediu a palavra para se defender.

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"Eu fico muito triste, Rejane, dessa sua fala porque expõe algo que não é verdade. A CNMA trabalha e estou trabalhando antes mesmo da comissão ser instituída junto aos parlamentares e vamos derrubar isso no Congresso. Eu acho que essa ação mostra a posição que a ordem tem e a comissão também. Eu acho que não seria diferente", falou.

Ao falar ao plenário, mais tarde, a conselheira Maria Dionne de Araújo Felipe, do Distrito Federal, voltou a cobrar um posicionamento da CNMA.

"Eu vou fazer um apelo à Cristiane Damasceno porque acho que a gente precisa que o parecer também seja subscrito por ela. A gente precisa dizer que as mulheres desse conselho estão sendo representadas pela Comissão da Mulher", falou, ao afirmar que a bancada do DF iria aprovar o parecer.

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Após o pedido, foi informado no plenário que o CNMA estava subscrevendo ao parecer.

Entenda a PL

A Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira (12) a urgência para votar o projeto de lei que equipara as penas do aborto de gestação de até 22 semanas ao crime de homicídio. Com a urgência, o projeto será votado diretamente no plenário da Casa sem passar por análise de comissões relacionadas ao tema do projeto.

O projeto é assinado por 32 deputados, incluindo o vice-presidente da Casa, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e o presidente da Bancada Evangélica, Eli Borges (PL-TO).

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Votação durou 23 segundos

O tema da votação não foi anunciado pelo presidente da Câmara que declarou a matéria aprovada depois de 23 segundos de maneira simbólica, ou seja, sem contar quantos deputados estavam a favor no painel. Geralmente, é essa prática é adotada quando existe um consenso entre os parlamentares.

Manifestações

Iniciaram na última quinta-feira (13) manifestações em diversas partes do País contra o avanço do projeto de lei. Na capital paulista a manifestação aconteceu em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) e percorreu a avenida Paulista.

Os grupos se uniram em um movimento de resistência contra a aprovação da proposta apresentada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL/RJ). Manifestantes ergueram cartazes com críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e em protesto contra "PL da Gravidez Infantil", como vem sendo chamada.

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