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Cotidiano
O crescimento em 2022 foi influenciado principalmente pelo setor de serviços, que contribuiu com mais de 80% para o bom desempenho da economia
01/03/2023 às 09:35 atualizado em 01/03/2023 às 10:00
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Para 2023, economista espera crescimento de 0,8% | Valter Campanato/Agência Brasil
A economia brasileira fechou 2022 com crescimento próximo de 3% no acumulado do ano, mas com resultado que mostra forte desaceleração no quarto trimestre do ano passado, segundo projeções de economistas do setor privado.
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Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) serão divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As estimativas coletadas pela agência Bloomberg mostram crescimento de 3% no ano. Para o quarto trimestre, as expectativas vão de queda de 0,9% a crescimento de 0,4%, com mediana de -0,2%.
O número mais otimista para o último trimestre do ano é do Bank of America. O valor mais baixo, da agência de classificação de risco Austin Rating.
A pesquisa do Banco Central com economistas também aponta uma expectativa de crescimento de 3% no ano passado. Não há projeção para o resultado trimestre contra trimestre imediatamente anterior no boletim Focus.
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O próprio BC projetou no seu Relatório Trimestral de Inflação de dezembro uma expansão de 2,7% no ano, com contração da agropecuária e crescimento da indústria e dos serviços. Para 2023, a autoridade monetária projetava na época crescimento de 1%.
Segundo a instituição, os números refletem a perspectiva de que a desaceleração da atividade econômica se consolide no quarto trimestre, sob influência da esperada desaceleração global e dos impactos da política monetária doméstica. A taxa básica de juros estava em 2% ao ano em março de 2021 e chegou aos atuais 13,75% ao ano em agosto de 2022.
Mauricio Nakahodo, economista sênior do Banco MUFG Brasil, projeta crescimento de 3% para o ano, com queda de 0,5% no quarto trimestre.
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O ano passado foi marcado por um crescimento robusto no primeiro semestre, com surpresas positivas no mercado de trabalho, reabertura de atividades e deflação por conta da queda nos preços de combustíveis e energia, diz o economista.
Nakahodo afirma que a alta dos juros afetou o canal do crédito, principalmente a partir do segundo semestre, marcado também pelo aumento no endividamento das famílias, um mercado de trabalho com muitas vagas informais e inflação corroendo o poder de compra do consumidor.
Para 2023, ele espera crescimento de 0,8%, sendo que metade desse resultado se deve ao setor agropecuário.
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"Todos esses fatores que já vinham afetando o crescimento no quarto trimestre do ano passado continuam pesando.
Entramos o ano com juros elevados, a gente não espera uma geração forte de empregos formais, e a demanda doméstica não dá fôlego para o consumo das famílias e os investimentos. Um terceiro elemento é o risco de recessão nos EUA e Europa", afirma o economista.
O FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) projeta um PIB estável no quarto trimestre, com queda de 0,7% na agropecuária e de 0,2% na indústria, e crescimento de 0,4% nos serviços, em relação ao trimestre anterior. Pelo lado da demanda, consumo das famílias e investimentos devem ficar próximos de zero.
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"Voltamos a ver um movimento de crescimento no setor de serviços, mas uma desaceleração e até queda na produção e consumo de bens", diz a instituição em seu Boletim Macro.
Para o ano fechado de 2022, a instituição projeta crescimento de 3%, com projeção de expansão de apenas 0,2% em 2023. "Se não fossem as projeções otimistas de crescimento do setor agropecuário para este ano, teríamos contração de 0,4%."
O cálculo realizado pela equipe do Monitor do PIB-FGV aponta que a atividade econômica cresceu 2,9% em 2022, com retração de 0,2% no quarto trimestre, números em linha com as projeções coletadas pela Bloomberg.
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O crescimento em 2022 foi influenciado principalmente pelo setor de serviços, que contribuiu com mais de 80% para o bom desempenho da economia, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
Ela também destaca a desaceleração do crescimento ao longo do ano, devido aos patamares elevados de juros e de endividamento das famílias, que devem contribuir para a ligeira queda no quarto trimestre do ano.
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