Entre em nosso grupo
2
Cotidiano
Numa primeira decisão, o órgão tinha afirmado que Bolsonaro não era formalmente investigado e, por isso, negou o acesso integral aos autos
Continua depois da publicidade
O acervo pessoal do ex-presidente acumulado em sua passagem pelo Planalto vai muito além do pacote enviado pela Arábia Saudita | Governo de SP
A Polícia Federal (PF) recuou o concedeu à defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o acesso ao inquérito que investiga o ex-mandatário pelo suposto envolvimento no caso das joias trazidas da Arábia Saudita.
Continua depois da publicidade
Numa primeira decisão, o órgão tinha afirmado que Bolsonaro não era formalmente investigado e, por isso, negou o acesso integral aos autos.
Os advogados do ex-presidente, no entanto, contestaram a negativa e afirmaram que diversos veículos de imprensa e até mesmo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, já haviam declarado que o ex-mandatário deve ser chamado a dar explicações.
"A despeito de formalmente não constar nos autos como investigado, ao que tudo indica é desta forma que o peticionário vem sendo havido e tratado pelo próprio titular da pasta ministerial [Flávio Dino], embaixo da qual encontra-se este órgão de investigação [a PF]", afirmou, em ofício.
Continua depois da publicidade
"O acesso aos autos, ainda que sob sigilo, é a repercussão concreta mínima do direito fundamental à ampla defesa, que, não é demais dizer, funciona e sempre deverá funcionar como pilar do Estado democrático de Direito", disse ainda a defesa do ex-presidente, que é liderada pelo advogado Paulo Amador da Cunha Bueno.
A caixa com joias de luxo apreendida pela Receita Federal e que supostamente tinha como destinatária a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro guardava um colar de ouro branco com pingentes, cravejados de diamantes, além de brincos, anel e um relógio da marca suíça Chopard.
Os artigos de luxo foram apreendidos em outubro de 2021. Na ocasião, um militar que assessorava o então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou desembarcar no Brasil, após viagem à Arábia Saudita, com o estojo em sua mochila. Como os bens não haviam sido declarados, eles foram retidos pela Receita Federal.
Continua depois da publicidade
Um segundo pacote, não interceptado pelos auditores fiscais, foi entregue à Presidência em novembro passado para compor o arquivo pessoal de Jair Bolsonaro. Contém relógio, caneta, abotoaduras, um tipo de rosário e anel também da marca Chopard.
O acervo pessoal do ex-presidente acumulado em sua passagem pelo Planalto vai muito além do pacote enviado pela Arábia Saudita, mostrou reportagem da Folha de S.Paulo. A lista inclui 44 relógios, 74 facas, 54 colares, 112 gravatas, 618 bonés, 448 camisas de futebol e 245 máscaras de proteção facial, além de munição e colete à prova de balas.
Na semana passada, o TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que Bolsonaro entregue à Secretaria-Geral da Presidência da República as joias que recebeu de presente da Arábia Saudita.
Continua depois da publicidade
Além delas, foram requeridas as armas que o então presidente trouxe em 2019 ao voltar de uma viagem ao Oriente Médio. O então presidente ganhou de presente naquele ano uma pistola e um fuzil de representantes dos Emirados Árabes.
O fuzil foi customizado com o nome de Bolsonaro, segundo informações publicadas pelo site Metrópoles. A pistola pode ter preços que variam de R$ 5,9 mil a R$ 15,6 mil. Modelos semelhantes do fuzil custam entre R$ 32 e R$ 42 mil.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade