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Cotidiano

Pesquisa aponta que maioria dos consumidores não acredita em Black Friday

O levantamento, realizado entre os dias 11 e 13 de novembro, revela que 56,7% não pretendem comprar na Black Friday (contra 53% da pesquisa do ano passado)

Leonardo Sandre

24/11/2022 às 15:29  atualizado em 24/11/2022 às 15:39

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Em sua última edição, a Black Friday gerou 68 milhões de reais em lucros para os comerciantes

Em sua última edição, a Black Friday gerou 68 milhões de reais em lucros para os comerciantes | Arquivo/Agência Brasil

Os consumidores brasileiros estão escaldados com a Black Friday. O evento mais importante do ano para o varejo, que acontece nesta sexta (25), deve atrair menos interessados em comprar do que o do ano passado. O principal motivo é o ceticismo em relação às promoções.

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É o que aponta uma pesquisa do site brasileiro de reclamações, o Reclame Aqui, com 13,7 mil usuários da sua base. O levantamento, realizado entre os dias 11 e 13 de novembro, revela que 56,7% não pretendem comprar na Black Friday (contra 53% da pesquisa do ano passado).

Para este público, a falta de promoções "de verdade" é a principal razão (resposta de 49%), mas o endividamento e a falta de dinheiro também contam (26,3%). No ano passado, os que não compraram apresentaram as mesmas razões (53,2% não viam promoção e 24,6% estavam sem dinheiro).

"Metade dos consumidores é muito cética em relação às promoções da Black Friday", disse à reportagem Edu Neves, presidente do Reclame Aqui. "Ainda assim, uma parte deste público que fala que não vai comprar acaba gastando alguma coisa, ainda que seja em itens de menor valor, como roupas e alimentos."

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O motivo para tanta desconfiança tem sua razão: em 2021, segundo Neves, foi a Black Friday "que nunca existiu", por conta da incapacidade do varejo em gerar promoção. "Até houve algum desconto, parcelamentos sem juros, mas o que vimos foram os consumidores fazendo supermercado", afirmou.

A reportagem entrou em contato com nove grandes varejistas dos segmentos de eletroeletrônicos e eletrodomésticos (Magazine Luiza, Casas Bahia e Americanas), supermercados (Carrefour e Pão de Açúcar), moda (C&A e Renner) e comércio eletrônico (Mercado Livre e Amazon).

A reportagem pediu que as empresas indicassem cinco itens, que eventualmente tenham sido alvo de forte negociação com fornecedores, que apresentassem uma queda expressiva sobre o preço praticado no segundo semestre. Dos nove, apenas a C&A e a Amazon indicaram uma lista de produtos.

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Entre os 10 itens indicados pela C&A, estão desde calça jeans (de R$ 149,99 por R$ 79,99), passando por bermuda de sarja (de R$ 69,90 por R$ 29,90), até blusa infantil (de R$ 39,99 por R$ 12,99), além de maquiagens e calçados.

Já a Amazon apontou desde o alto-falante inteligente Alexa (de R$ 399 por R$ 206,10) até o livro "As Aventuras de Robin Hood", de Alexandre Dumas, editora Zahar (de R$ 87,90 por R$ 48,80), incluindo um conjunto de facas de aço inoxidável (de R$ 429,73 por R$ 214,86) e um pendente aramado (de R$ 152,90 por R$ 78,90). Há também promoções em discos de vinil, com ofertas entre R$ 14,90 e R$ 21,90.

O Carrefour e o Magazine Luiza disseram não terem conseguido porta-voz para indicar os produtos. Renner e Casas Bahia não quiseram participar. Americanas e Mercado Livre disseram apenas que estão com milhares de produtos em promoção, cujos descontos podem chegar a 80% (segundo o Mercado Livre, o site não indica ofertas ou produtos específicos). Pão de Açúcar não respondeu até a publicação deste texto.

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60% pretendem gastar mais de R$ 1 mil

Segundo Eduardo Neves, no ano passado, os varejistas erraram em não oferecer promoções de fato e o consumidor, com menos dinheiro no bolso, partiu para itens de supermercado. "Mas neste ano, entre os 47% dispostos a comprar, o desembolso será maior", afirma o executivo.

De acordo com o levantamento deste ano, a maior fatia (30%) pretende gastar entre R$ 1.000 e R$ 2.000. No ano passado, 16,6% (a maior fatia dos respondentes) tinham intenção de gastar este montante. "No ano passado, os que pretendiam gastar até R$ 1.000 somavam 53%. Neste ano, são 40%, ou seja, 60% vão gastar mais que R$ 1.000", diz o executivo.

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No ano passado, com a inflação em alta, o consumidor estava com muito medo de se endividar, afirma. "Sempre que existem aumentos nas contas básicas, como água e luz, ou em itens da cesta básica, o brasileiro controla os gastos", diz o executivo.

"Mas este ano o consumidor está um pouco mais otimista e sinaliza um tíquete médio um pouco maior", afirmou.

 Entre os itens mais desejados desta Black Friday, estão eletrônicos (17,4%), roupas e calçados (16,9%) e eletroportáteis (12,3%) -todos apresentando alta em relação à demanda de 2021.

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Eletrodomésticos (8,4%), smartphone (7,9%) e móveis e decoração (7%) vêm na sequência, mas registrando queda na intenção de compra ano contra ano.

Em relação aos locais de compra, a pesquisa identificou um aumento da procura por sites de comparação de preço neste ano em relação a 2021 (20,6% frente a 13,5%).

A compra direto no site das marcas (36,2%) é a principal opção, mas caiu frente ao ano passado (41%).

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A intenção de compra nas lojas físicas aumentou: de 8,9% em 2021 para 11,2% neste ano.

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