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Cotidiano

Pescadores da Baixada discutem fomento para a Pesca Artesanal

O encontro é organizado pelo Coletivo de Pesca é Uma Só, formado por colônias e associações, além do Instituto Maramar

Jeferson Marques

10/09/2022 às 08:25  atualizado em 10/09/2022 às 16:24

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Pescadores artesanais da Baixada Santista e região estarão na próxima terça-feira (13), em Peruíbe, na Escola Agrícola da cidade, para discutir políticas públicas

Pescadores artesanais da Baixada Santista e região estarão na próxima terça-feira (13), em Peruíbe, na Escola Agrícola da cidade, para discutir políticas públicas | Agência Brasil

Centenas de pescadores artesanais da Baixada Santista e região estarão na próxima terça-feira (13), em Peruíbe, a partir das 14 horas, na Escola Agrícola da cidade, localizada à Estrada Armando Cunha, quilômetro 4,5, na Zona Rural, participando de um encontro histórico para discutir políticas públicas para o fomento da pesca no Estado de São Paulo.

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O encontro é organizado pelo Coletivo de Pesca é Uma Só, formado por colônias e associações de pescadores, além do Instituto Maramar - uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), que atua há 15 anos na região, visando proteger os recursos naturais comuns, além de buscar soluções de governança e implementar modelos de gestão responsável, de modo a melhorar a qualidade de vida dos bairros e preservar os ambientes naturais.

Os pescadores, que representam cerca de 25 mil famílias (quase 100 mil pessoas) somente no Litoral Paulista, e que geram empregos para pelo menos o dobro deste contingente de trabalhadores, irão avaliar o total abandono da atividade pelo governo paulista nos últimos 20 anos e os equívocos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, da Fundação Florestal e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

"A Fundação Florestal, que se tornou um imenso cabide de empregos, destituída de gente técnica e qualificada, vem construindo ideias equivocadas, dentro das áreas de Proteção Ambiental Marinhas (APAs Marinhas), que só prejudicaram a pesca. Vamos também discutir a regulamentação da Lei Estadual 11.165/2002, que não sai do papel, e uma nova abordagem para a pesca artesanal paulista", afirma o biólogo Fabrício Gandini, diretor da Maramar.

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Ele afirma que os pescadores clamam por regionalização da pesca, por um trabalho de organização de base e um Estado protagonista e indutor de desenvolvimento, que não atue como controlador e usando somente poder de polícia.

Segundo revela, há 15 anos, pelo menos, os pescadores vêm tentando construir com a Fundação Florestal um plano de manejo inteligente e racional, mas só perderam direitos e não conseguiram um zoneamento adequado para a pesca artesanal.

"Há uma morosidade, uma letargia, uma conduta arcaica de servidores que não enxergam a importância da pesca artesanal para o sustento de milhares de pessoas e ainda colocam impõem obstáculos aos trabalhadores. Interferem muito, prejudicam a atividade e ainda não geram conservação da biodiversidade. Ou seja, retiram direitos e não protegem a natureza", dispara Gandini.

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CARTA

Uma carta, datada de 6 de julho último, endereçada à Ouvidoria da Secretaria Estadual do meio Ambiente; à Presidência do Conselho do Meio Ambiente (Consema) do Estado e a Gestão da APA Marinha do Litoral Norte, assinada por representantes de quatro colônias de pescadores, demonstra toda a insatisfação da categoria.

Segundo o documento, até 2008, o Estado só havia criado áreas de proteção através da proibição de pesca. Apesar de exaustivas reuniões com diversos setores da zona costeira do Estado de São Paulo, o Plano de Manejo das APAs Marinhas do Litoral Norte acabou por represar pautas que não foram enfrentadas.

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"Até mesmo nossa fala foi proibida na última plenária do Consema. Um desrespeito absoluto que nos fez iniciar procedimentos mais drásticos junto às instituições, visando a reversão dessa situação. A Fundação Florestal não pode mais desrespeitar os trabalhados do mar e das águas como vem fazendo há décadas. É criminoso na medida que retira o direito natural dos pescadores às águas e não nos concede o direito de fala e de tomada de decisão. Pelo contrário, dilui nosso poder no Conselho com falso acordo de gestão", escreveram os presidentes das colônias.

Os representantes afirmam ainda no documento que a transformação da proposta da categoria de uma acordo de pesca para um de gestão "foi leviana. Mudaram a terminologia e nos impuseram disputar com todos os conselheiros sendo que somos somente quatro em meio a mais de 20. Agrava-se o fato que esse mecanismo nefasto, que irá incorrer em perdas de territórios, foi aplicado para as APAs do Centro e do Sul sem que os pescadores fossem consultados", finalizam os presidentes.

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