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Cotidiano
Levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas mostra que quantidade de decolagens está em 52,4% do período pré-crise. Em janeiro, oferta diária chegou a 75%
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O chefe de gabinete do Procon-SP, Guilherme Farid | /Divulgação
O agravamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil fez com que as companhias aéreas voltassem a reduzir o número de voos diários no país. Em meio à crise enfrentada pelo setor, as pessoas que haviam comprado passagens se sentem perdidas, ao serem pegas de surpresa com cancelamentos e adiamentos de voos. Foi o que aconteceu com a jornalista Nely Costa, 36 anos, que tinha uma viagem marcada para Florianópolis-SC, em abril.
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“Comprei uma passagem para o Chile em janeiro de 2020 para embarcar em abril de 2020, mas o voo foi cancelado por conta da pandemia e acabei reagendando a viagem para outro destino, usando o mesmo crédito, para abril de 2021. Contudo, a passagem foi cancelada mais uma vez e eu soube do cancelamento agora, menos de um mês antes da nova viagem. No fim das contas, acabei perdendo dinheiro, porque a passagem para o Chile era um valor superior do que a de Florianópolis e se você reagenda não tem reembolso, mas, agora, precisando reagendar novamente, o crédito, que poderei usar até dezembro, será no valor da passagem para Florianópolis e não para o Chile, meu destino original.”
A viagem da jornalista seria feita pela Gol. A Gazeta procurou a companhia para saber de sua política de cancelamentos, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Cliente da LATAM, a educadora financeira Evelin Bonfim, de 34 anos, também enfrentou problemas ao precisar viajar para o Reino Unido. “Eu comprei a passagem no início de 2020, pois me mudaria para o Reino Unido com o meu marido. Contudo, com o estouro da pandemia, tanto o voo foi cancelado quanto a nossa mudança foi adiada. Em janeiro de 2021, remarquei o voo para dia 20 de março. Mas, fiquei sabendo quatro dias antes, ao checar o status do voo, que ele havia sido cancelado. A Latam não enviou nenhum e-mail, SMS, nada. Tentei entrar em contato com a companhia, mas sem sucesso. Tive que comprar outra passagem, pois não podia adiar minha viagem, visto que meu visto de residência exigia que eu entrasse no País antes de 22 de março. Agora, estou aguardando a devolução do valor pago na primeira passagem, mas a companhia não me deu nenhum prazo sobre quando receberei meu dinheiro de volta”, conta a educadora.
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A LATAM não comentou o caso em específico, mas explicou que se a empresa tiver cancelado o voo, ele poderá ser reprogramado uma vez sem multa ou cobrança de diferença tarifária, respeitando sempre a mesma origem e destino da viagem e a validade da passagem aérea. Já para solicitar reembolso, é necessário preencher o formulário de solicitação, informando o código de reserva e o número do ticket.
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Redução da malha aérea
Um levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) mostra que as companhias aéreas nacionais registraram em março 1258 partidas diárias domésticas, o que corresponde a 52,4% das decolagens do início de março de 2020. Em janeiro, após uma retomada gradual, a oferta diária de partidas chegou a 75% do período pré-crise.
“Em função das medidas de restrição que estão sendo implementadas em todo o país, a Azul está ajustando a operação de voos para os próximos meses. A companhia iniciou o mês de março com cerca de 500 voos diários e vem monitorando e ajustando a oferta em tempo real, dada a incerteza de curto prazo”, disse, por meio de nota, a Azul.
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Na LATAM, a situação não é diferente. “A LATAM segue revisando mensalmente as suas projeções de voos, sempre com equilíbrio entre a oferta e a demanda por passageiros. O que ocorre desde fevereiro de 2021 é um novo recuo na demanda doméstica e uma interrupção do ciclo de retomada gradual destes voos. Em janeiro de 2021, a LATAM havia chegado a retomar 63% da sua capacidade total no Brasil. Agora, em março de 2021, a companhia está operando apenas 39% da sua capacidade total no Brasil (65% do doméstico e 16% do internacional). São até 345 voos por dia para 44 destinos no Brasil e 11 rotas do País para o exterior. Para efeito de comparação, antes da pandemia a LATAM operava uma média de 700 voos por dia para 45 destinos no Brasil e 26 rotas do País para o exterior.”
Direito do consumidor
Na opinião do chefe de gabinete do Procon-SP, Guilherme Farid, o momento pede bom senso para os consumidores, que devem evitar viagens a lazer e deslocamentos desnecessários. Ainda assim, diz ele, em caso de cancelamentos, as empresas precisam respeitar os direitos dos passageiros, que devem ser avisados com 24 horas de antecedência e podem receber o valor integral da passagem, em até 12 vezes, se assim o desejar.
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“Neste período houve uma grande bagunça legislativa. Então, temos leis diferentes para regular diferentes eventos. Assim, é interessante que a pessoa procure o Procon-SP, em caso de problemas, para que seja analisado caso a caso”, aconselha.
Assista à entrevista com o Guilherme Farid, chefe de gabinete do Procon-SP:
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