Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
O presidente Jair Bolsonaro (PL), acompanhado do ministro da Educação, Milton Ribeiro | Claudio Reis/Folhapress
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (22) o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Em uma gravação, obtida pela "Folha", o Ministro deixa claro que a priorização de cidades que um pastor chamado Gilmar indicar, é um pedido do presidente.
Continua depois da publicidade
"Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar", declara Milton Ribeiro em conversa com prefeitos, o pastor Gilmar e outro religioso. Ouça o áudio na íntegra abaixo:
O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro afirma que prioriza cidades a pedido de Bolsonaro. - Áudio: Reprodução
A influência dos pastores Gilmar Santos e Arilton Mendes nas decisões sobre repasse de recursos data de janeiro de 2021. As verbas são usadas para construção de escolas, creches, quadras e compra de equipamentos, sendo geridas pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão do Ministério da Educação (MEC).
Continua depois da publicidade
A reunião na qual o áudio foi gravado aconteceu no MEC e, entre as discussões sobre priorização de algumas cidades indicadas pelos pastores, falou-se da redução de repasse para outros municípios. Estavam presentes no encontro, alguns representantes do FNDE.
"Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", revela o ministro no áudio.
Milton Ribeiro também indica haver uma contrapartida pela liberação de recursos da pasta. "Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas".
Continua depois da publicidade
Como contrapartida pela liberação de recursos a estas cidades, haveria a construção de igrejas nestas regiões, algo que seria do interesse dos pastores citados, indicados por Bolsonaro. "Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas".
O governo Bolsonaro é marcado por cortes de recursos da educação e pelos menores investimentos da década na pasta, nos dois primeiros anos da sua gestão.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade