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Cotidiano
Chefes da diplomacia dos 30 membros da organização concordaram que aliança militar ocidental deve ser mais rígida
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O presidente russo, Vladimir Putin | ALEXEI NIKOLSKY/ASSOCIATED PRESS
Na primeira da série de reuniões para discutir a crise na Ucrânia, os chefes da diplomacia dos 30 membros da Otan concordaram que a aliança militar ocidental deve dar uma "resposta forte" se a Rússia invadir o vizinho.
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A retórica vai em linha com a das últimas semanas, mas dá o tom do que deve ser uma difícil semana de negociações com o governo de Vladimir Putin.
Para o secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, "o risco de conflito é real". Já o secretário de Estado americano, Antony Blinken, usou o termo "resposta forte" para definir o que a Otan deveria fazer em caso de ação russa.
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Desde novembro, Putin vem posicionando cerca de 100 mil homens e armamentos em posições relativamente próximas às fronteiras ucranianas. Ele diz reagir à ação da Otan de armar Kiev, e busca uma solução para o conflito no leste do país que mantenha a Ucrânia sem chance de ingressar na aliança.
Com isso, visa manter um tampão estratégico entre si e a Europa. Já o tem em Belarus, onde a ditadura passou a ser teleguiada de Moscou após anos de jogo duplo do líder Aleksandr Lukachenko, que viu sua posição ameaçada por protestos e apelou ao aliado.
Em 2014, Putin anexou a Crimeia e fomentou a guerra civil que gerou áreas autônomas pró-Kremlin no leste da Ucrânia. No atual movimento, ele foi além e emitiu um ultimato ao Ocidente, pedindo o fim da expansão da Otan e a retirada de forças da aliança de países que aderiram a ela depois de 1997.
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Ou seja, todo o bloco que era ou soviético (Estados Bálticos) ou aliado comunista. Isso não será aceito pela Otan, o que levará ou a um impasse ou a uma rodada de eventuais concessões outras.
Elas começarão a ser discutidas na segunda (10) em Genebra, com o encontro de uma delegação russa com a outra americana. Na quarta, Bruxelas sediará o principal evento da semana, um encontro do quase extinto Conselho Otan-Rússia, estabelecido para facilitar o diálogo de partes que hoje nem têm representantes diplomáticos de lado a lado.
Na quinta, em Viena, haverá um encontro dos 57 países da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), entidade da qual membros da Otan, a Rússia e a Ucrânia participam. E a aliança militar ocidental irá novamente se reunir virtualmente, desta vez com seus ministros da Defesa.
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Stoltenberg, claro, disse que o objetivo é o de encontrar uma solução pacífica. Blinken foi na mesma direção, mas lembrando as ameaças de sanções econômicas feitas por seu chefe, o presidente Joe Biden, nas duas conversas virtuais que teve com Putin. Mas, ao enfatizar o papel da Otan, concedeu um grau ou dois a mais à temperatura da crise, dado que cabe à aliança apenas a dimensão militar do problema.
O americano também disse questionar a natureza da intervenção russa na crise do Cazaquistão, onde o governo local tenta esmagar protestos e requisitou à versão pós-soviética da Otan, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, tropas para ajudar sua missão.
Dezenas de pessoas já morreram, e o grosso das tropas lideradas pelo Kremlin, cerca de 2.500 soldados, chegou nesta sexta ao país. Críticos veem nisso uma oportunidade para que Putin se reforce ante a Europa, como um pacificador da Ásia Central, mas há o fato de que uma crise continuada drenaria suas forças no embate com a Otan.
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