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Cotidiano

Opinião: Para evitar a violência, escolas devem se tornar espaços de participação social

Diante de tais tragédias, torna-se fundamental olharmos as escolas não apenas como ambientes voltados à aprendizagem, mas também como espaços de convivência comunitária

Leonardo Sandre

13/04/2023 às 16:28  atualizado em 13/04/2023 às 16:31

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Creche alvo do ataque em Blumenau

Creche alvo do ataque em Blumenau | Reprodução

Mais uma vez, estamos estarrecidos frente aos episódios de violência extrema dentro de uma escola, em São Paulo, e de uma creche, em Santa Catarina. Os ataques, que infelizmente resultaram em mortes, chocaram a todos, mas também levaram ao questionamento sobre o aumento desse tipo de violência e de como mitigá-la.

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Diante de tais tragédias, torna-se fundamental olharmos as escolas não apenas como ambientes voltados à aprendizagem, mas também como espaços de convivência comunitária, de participação social e de promoção da saúde e cidadania. Além de espaços seguros.

A educação desempenha papel fundamental no rompimento dos padrões e ciclos de violência em nossa sociedade. É importante que os currículos escolares possam abordar temas relacionados à saúde mental e ao desenvolvimento socioemocional dos alunos, visando contribuir no desenvolvimento de uma cultura de paz. Precisamos que as escolas sejam ambientes também destinados à  eliminação das diferentes formas de violência que estão presentes em nossa sociedade, como o bullying, o racismo, a gordofobia, entre outros. 

Sob o ponto de vista da infraestrutura e do corpo funcional, nossas escolas estaduais sofrem com números cada vez maiores de episódios de violência - o aumento de casos foi de 48% só no ano passado, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, ao mesmo tempo, em que há uma  insuficiência no número de funcionários nestes espaços. Tais profissionais são fundamentais na constituição de laços sociais e no apoio ao convívio dos estudantes. Os chamados agentes de organização escolar são atores chave na percepção de problemas relativos à comunidade escolar e podem atuar como mediadores importantes no dia-a-dia quanto aos conflitos que ocorrem nesses ambientes.

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Existem soluções que podem contribuir para o engajamento de toda a comunidade escolar e para o desenvolvimento de uma cultura de paz. O protagonista deve ser o poder público, que, em conjunto com a sociedade civil, deve tornar as escolas espaços destinados à prevenção da violência. Um exemplo disso são propostas que preveem a criação, em escolas públicas e privadas do Estado, de comissões para conscientização, prevenção e enfrentamento à violência. Com objetivo de construir uma comunidade escolar orientada pela  cultura de paz. Isso é buscado por meio da formação de grupos colegiados dentro das escolas para fomentar, de forma intersetorial, iniciativas de prevenção sobre as diferentes formas de violações de direitos de crianças e adolescentes.

Essa iniciativa pode ser um bom ponto de partida para melhorar efetivamente a segurança nas escolas públicas paulistas. Vale lembrar que logo após o caso ocorrido na Vila Sônia, o governador Tarcísio de Freitas se apressou em prometer estudar medidas nesse sentido, mas ainda não deixou claro em que moldes tal programa seria estruturado. Uma das possibilidades apresentadas pelo governador foi a contratação de policiais da reserva para atuar dentro das escolas, uma medida que, além de ser criticada por especialistas, não contribui decisivamente para a promoção de ações preventivas à violência. Tal medida tampouco contribui para que a comunidade escolar possa se empoderar de seus direitos e construir uma cultura de paz, que tem por premissa a valorização do diálogo e o respeito às diferenças. 

Estes episódios trágicos provocam uma reflexão que vai além dos limites da escola. Precisamos construir uma sociedade em que a prevenção à violência seja uma agenda na qual todos nós estejamos envolvidos. O poder público deve ser um agente ativo nessa direção. Todos ganhamos quando o ambiente escolar se consolida como um espaço de diálogo e pautado pela cultura de paz. 

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*Marina Helou é deputada estadual pela REDE em São Paulo

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