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Cotidiano
Em uma cidade que há tempos ganhou o apelido de "selva de pedra", os bairros verdes, como os Jardins, são uma tábua de salvação
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Vista aérea do bairro Jardins, em São Paulo | Lucas Lacaz/Folhapress
A cidade de São Paulo teve, este ano, o inverno mais quente de sua história segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com temperaturas ultrapassando os 30° C em vários dias durante os meses de julho, agosto e setembro. As ondas de calor fora de época elevaram a média das temperaturas máximas em 2,5° acima do normal para a estação, superando os índices de 2012, que ficaram em 1,9°, até então os maiores já registrados pelo Inmet na Capital.
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Já é sabido que a ocupação desenfreada e desigual dos espaços da cidade pela especulação imobiliária, algo que a revisão do Plano Diretor Estratégico não conseguiu conter, há tempos vem criando as chamadas ‘ilhas de calor’, responsáveis pelo desconforto térmico em várias áreas do município. De acordo com dados da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’, da USP, em áreas com maior adensamento e crescimento vertical, como o Centro, a temperatura chega a ser até 4° C mais alta. E isso só tende a aumentar com os efeitos cada vez mais danosos do aquecimento global.
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Em uma cidade que há tempos ganhou o apelido de "selva de pedra", os bairros verdes, como os Jardins, são uma tábua de salvação. Eles ajudam a combater a poluição, favorecem a biodiversidade e facilitam o controle da temperatura e da umidade. Além disso, as áreas verdes no meio das metrópoles são um elemento importante de coesão social, garantindo qualidade de vida para a população.
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Fazendo um contraponto com as "ilhas de calor", toda a região que abrange os Jardins Europa, América, Paulista e Paulistano representa um verdadeiro refúgio para os paulistanos, com inúmeras praças e ruas arborizadas onde os efeitos nocivos da poluição e do calor extremo não são sentidos e a população pode relaxar convivendo com diversas espécies de pássaros, flores e plantas.
A cobertura verde das ruas e avenidas dos Jardins, de acordo com dados da Prefeitura, é uma das maiores de São Paulo, com uma média de 11 árvores para cada 100 metros de via. Toda essa proteção natural precisa ser preservada, sendo esse um dos principais objetivos da AME Jardins, que representa os interesses dos moradores da região.
Nesse sentido, é importante a resolução do Condephaat que exige que a compensação arbórea nesses bairros seja feita no próprio lote ou calçada onde ficava a espécie retirada, protegendo, assim, os índices de permeabilidade do solo e garantindo a manutenção do verde no local.
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Precisamos lembrar que a população de São Paulo depende, para o seu bem-estar, não apenas de educação, cultura, segurança e equipamentos públicos, mas de bolsões verdes – como os Jardins – que vão garantir a sua qualidade de vida. E, mais do que isso, a sobrevivência em uma cidade povoada por arranha céus.
*Fernando de Sampaio Barros é presidente da associação de moradores, AME Jardins, entidade que representa os bairros dos jardins América, Europa, Paulista e Paulistano, e morador da região há 39 anos
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