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Cotidiano

'Olá, macaca': cozinheira denuncia injúria racial após e-mail da Magazine Luiza

Vítima comprou uma máquina de lavar e recebeu o e-mail da loja com a ofensa; empresa diz apura a denúncia

Matheus Herbert

08/01/2025 às 13:05  atualizado em 08/01/2025 às 14:55

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Mulher é vítima de injúria racial ao receber e-mail da Magazine Luiza

Mulher é vítima de injúria racial ao receber e-mail da Magazine Luiza | Reprodução

Uma cozinheira, moradora de São Paulo, de 35 anos, registrou um boletim de ocorrência por injúria racial contra a empresa Magazine Luiza. 

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A vítima afirma que foi vítima de injúria racial ao receber um e-mail de confirmação da atualização do cadastro na loja Magazine Luiza. O texto começava com a saudação: “Olá, macaca”. 

O caso foi registrado como injúria racial no 50º Distrito Policial do Itaim Paulista.

O e-mail foi enviado à cliente no último sábado (4/1). À TV Globo, a vítima contou que comprava uma máquina de lavar pelo aplicativo da loja quando descobriu que precisava atualizar alguns dados, incluindo o e-mail e a senha cadastrados.

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“Fiz o procedimento das etapas do aplicativo para recuperar a conta. Logo, eles me pediram foto do documento, depois um reconhecimento facial. Fui recebendo os e-mails, mas não entrei porque sabia que era só confirmação. Finalizei minha compra, tive o prazo de entrega e fechei o app”, contou à Globo. 

"Todos os e-mails automáticos enviados pela Magazine Luiza à cliente usaram seu primeiro nome na saudação. Entretanto, o mesmo não aconteceu no e-mail de confirmação do cadastro.

A vítima se assustou ao perceber que estava escrito “macaca”. Segundo a cozinheira, uma funcionária do setor de diversidade e inclusão da empresa entrou em contato com ela para pedir desculpa. Também informou que seu cadastro era de 2011 e que alguém teria registrado o sobrenome dela como “macaca” no e-mail.

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Em nota enviada à Gazeta, a loja disse que lamenta profundamente o ocorrido e que investiga o caso. Confira nota na íntegra abaixo: 

Nota na íntegra da Magazine Luiza 

"A Magalu lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação. A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores.

O cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online. Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo “apelido” de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro.

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A Magalu é referência em políticas de diversidade e inclusão e promove, de forma sistemática, ações de conscientização de seus funcionários a respeito desses temas. A empresa tem, atualmente, metade do seu quadro de colaboradores formado por profissionais negros, que ocupam 55% dos postos de liderança".

Pesquisa

Em 2023, uma pesquisa do Núcleo de Justiça Racial e Direito da FGV (Fundação Getúlio Vargas) revelou que 84% dos casos de crimes raciais são registrados em São Paulo como injúria e não como racismo.

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